E chegamos ao fim de mais uma semana neste país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza (mas que blz).
Nessa semana pré-carnaval, com todos ânimos voltados ao feriado prolongado que se aproxima, reina o otimismo aqui no Brasil (e nos emergentes em geral). Sim caros leitores, Emerging is Back!
Emergentes.... eles voltaram!
A bolsa brasileira tem subido sem parar e nos dias que lá fora caiu, aqui pelo menos se manteve no mesmo patamar. Estamos engrenando finalmente na recuperação da nossa economia e agora há poucas coisas que podem parar a nossa retomada (será?!).
Com as recentes ameaças dos passos que o governo Trump vem dando, os emergentes com menor interação com a economia norte-americana vem se beneficiando como um “backup” para se investir quando os demais países com maior dependência aos EUA começarem a sofrer com as sua ações.
E os investidores internacionais tem pesado isso em suas balanças na hora de investir e no momento de atribuir risco a cada país. Prova disso é o CDS brasileiro, título securitário de risco-país, que vem retraindo mês a mês, chegando ao patamar de risco de 2015, ano que estávamos na subida da montanha russa da crise, mas ainda mantínhamos o selo de bons pagadores no mercado internacional.
Proporcionalmente, somos o país que teve melhor desempenho nesse último ano:
Devido a um comércio global com menor peso na economia, a América Latina (principalmente Brasil, Peru e Chile) vem apresentando boas oportunidades de investimentos, ainda mais na República das Bananas, quando o governo está implementando uma agenda reformista que pode ao mesmo tempo ajustar as contas públicas e dar gás na economia através de privatizações, concessões e investimentos direto.
Fora isso, soma-se ainda os cada vez mais próximos saques das contas inativa do FGTS que podem dar uma chance de retomada no consumo e queda no endividamento da população brasileira.
Já tem indústria de olho em como esse dinheiro vai ser gasto, na esperança que as encomendas por bens retomem.
Latinos unidos, jamais serão vencidos.
E não é que os latinos, depois de correrem anos atrás dos países desenvolvidos, resolveram olhar pro lado e ver que por ali também tinham oportunidades?
Em resposta às ameaças de Trump, os políticos mexicanos resolveram parar de se lamentar e levantaram as mangas para botar em curso um plano para minimizar os impactos da política conservadora dos EUA.
Já está em elaboração um projeto no congresso mexicano que reduz as compras de grãos dos Estados Unidos e passa a direcionar a demanda para países da América do Sul, principalmente Brasil e Argentina. O giro das exportações de milho, principal ingrediente da alimentação mexicana, que entram nos EUA fica em torno de 2.4 Bi de dólares, um valor do qual os fazendeiros norte-americanos vão sentir falta.
Com uma agenda repleta de “contra-ataques” à posição autoritária de Trump, o governo mexicano quer demonstrar que os EUA dependem bastante de seu país. Mais do que ele mesmo acredita.
E para não ficar para trás dos demais latinos, a Argentina vem também se mexendo e conversando com demais países sulistas a fim de formar novos pactos e alianças. Buscando reativar o Mercosul, Macri viajou para terras brasilienses para conversar com Temer sobre a criação de novos estímulos para os membros do bloco.
Em sua campanha pessoal, o presidente da Argentina viajou também à Espanha para conversar com Rajoy e reafirmar o interesse de ambos os blocos (Mercosul e UE) darem continuidade na criação de laços econômicos (agora mais do que nunca, quando todos temem o isolacionismo dos EUA).
Além disso, Macri também viajou à Santiago com vistas de estimular na presidente Michelle Bachelet ideias de unir a Aliança do Pacífico com o bloco sul-americano e, dessa forma, enriquecer os países vizinhos ao Chile, os quais não participam da Aliança.
Temer, o homem das mudanças.
Posto que o atual presidente Temer não tem (pelo menos diz não ter) qualquer intenção de se candidatar para as próximas eleições em 2018, sua agenda de mudanças continua forte, sejam elas remédios doces ou amargos para a população brasileira.
A próxima da lista é a tão aguardada reforma da previdência que já foi anunciada, mas que provavelmente será desfigurada ao longo do caminho que percorrerá até a sua aprovação. E bota desfiguração nisso...
A própria base aliada do presidente não está contente com o molde que a proposta da reforma da previdência foi elaborada e já sinalizou ao chefe que, ou deixa ela mais agradável, ou não consegue nem 100 votos dos 308 necessários à aprovação.
Se de um lado o Temer não quer cargo político nas próximas eleições, os deputados e senadores querem manter os seus e sabem que, caso a aprovação contenha mudanças agressivas e prejudiciais à população, a polêmica irá respingar em seus próprios nomes, impactando assim as suas chances de reeleição.
E se os aliados não vão amolecer quem dirá a oposição!
Deputados petistas (é claro) já estão se alinhando à partidos com representações menores para que seja criada uma espécie de blindagem anti-proposta, onde estes tentarão reverter os principais pontos da reforma, como a extensão da idade mínima e o tempo de contribuição.
Um dos nomes de maior destaque é o deputado Paulinho da Força, sindicalista de raiz, que já elaborou uma emenda à proposta com a redução de idade mínima de 65 anos para 60 anos (homens) e 58 anos (mulheres).
Depois do ajuste do teto de gastos públicos, da reforma do ensino médio e da previdência, temer vai atacar a área dos tributos e também as leis trabalhistas!
Haja mudanças... e haja apoio para passa-las.