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Entre o Epa Epa; e o Oba Oba

Publicado 09.10.2017, 12:23
USD/BRL
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"No Brasil aprendemos que quando tudo começa no ‘oba oba’ acaba no ‘epa epa’. Os intervalos são quase regulares entre a euforia e a depressão. Somos bipolares com muito orgulho!”

Anônimo.

Esta citação de um anônimo bem reflete o que vivemos neste País. Vamos avançando, mesmo que aos trancos e barrancos, como diria Darcy Ribeiro, dada a quantidade de obstáculos no caminho. Muitos acreditam estarmos vivendo no chamado “vôo da galinha”, visto que há uma percepção de recuperação da economia mas ainda em bases pouco sólidas ou consistentes. No meio do caminho segue uma agenda política complicada, permeada por escândalos perturbando os agentes econômicos nas suas decisões de investimento e consumo. Parece-nos que vivemos dois mundos paralelos neste momento, o ambiente político pesado de Brasília e na economia as boas novidades acontecendo.

Na capital federal os movimentos mais recentes gravitavam sobre como o Senado deveria responder contra o afastamento do senador Aécio Neves, pelo STF, num típico movimento para se evitar novos casos como este. Ou seja, não havia a preocupação dos senadores em salvar Aécio, mas sim o precedente deste afastamento recaindo sobre a casa. Eram intensas também as articulações na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre o acolhimento das denúncias contra o presidente Temer, havendo dúvidas apenas sobre quanto de votos seria conseguido para barrá-las. Depois de conseguirem 271 votos da primeira denúncia, as especulações gravitavam agora entre 150 e 200 votos, tal o desgaste recente, como no processo de perda de popularidade, campanhas contrárias da mídia e novas denúncias.

Interessante observar, por outro lado, que mesmo neste clima complicado politicamente, a economia segue se recuperando, mostrando muito mais dados positivos do que negativos, ou dúvidas sobre a extensão ou intensidade desta retomada. Isso se reflete no mercado financeiro, com a maioria dos ativos também em franca recuperação, como a bolsa de valores, tendo testado os 78 mil pontos, podendo superar os 80 mil nas próximas semanas e até passar dos 100 mil em 2018; o dólar, ainda um pouco volátil pelos movimentos de “normalização monetária” nos EUA, mas já tendo testado o “piso psicológico” de R$ 3,10 por estes dias, não sendo surpresa se cair abaixo disso, até pelo grande volume de captações externas, concessões e privatizações e IPOs atraindo os investidores estrangeiros. Estimativa desta Consultoria, neste balanço entre Fed e atratividade do mercado doméstico, indicava a taxa de câmbio em R$ 3,15 neste ano, indo a R$ 3,20 em 2018.

Falando da inflação e da taxa Selic, também observamos melhorias consideráveis. O IPCA de setembro registrou 0,16%, no ano acumulando apenas 1,78% e em 12 meses 2,54%, um pouco acima do registrado na apuração anterior (2,46%). No mercado já são crescentes as apostas de uma taxa neste patamar ao fim do ano, com esta Consultoria prevendo 2,7%, no próximo podendo vir mais elevada devido a uma demanda agregada maior, pelo crescimento do consumo, tanto do governo como das famílias. Já a taxa Selic neste ano e no próximo caminha para fechar em torno de 6,5% a 7,0%, o que deve levar a taxa estrutural a algo entre 3,5% a 4%, patamar este compatível com uma inflação e um crescimento mais balanceados.

Este mesmo crescimento continua gerando todas as conjecturas. Estamos realmente voltando a crescer ou o que tivemos até agora foram apenas espasmos de estímulos pontuais realizados, como no caso do varejo, crescendo pela liberação das contas inativas do FGTS. O varejo que havia crescido por cinco meses seguidos, deu uma parada entre julho e agosto, o mesmo acontecendo com a produção industrial. Achamos, no entanto, que alguma recuperação deve se materializar nas próximas apurações, já que o juro está no seu menor patamar em muitos anos e a inflação muito baixa, relativamente estabilizada. Comentários indicam, por outro lado, que depois da crise de crédito ocorrida e dos dois anos completos de recessão, esta recuperação deve acontecer, mas de forma bem gradual, bem lenta.

Achamos que o país deve crescer mais neste segundo semestre, estimulado pelo chamado Consumo das Famílias que, no entanto, continua num processo de “desalavacagem”, ou seja, de redução do endividamento. O mesmo acontece com a Indústria, mas a recuperação das exportações, mais especificamente, com a maior demanda da Argentina, tende a atuar no sentido a estimular a produção. Isso posto, dá para pensar num crescimento do PIB neste ano mais próximo a 0,7% ou mesmo chegando a 1%, e no ano que vem acima de 3%. Sobre o ano de 2018, no entanto, temos que voltar de novo ao início do texto, às escaramuças políticas, pois teremos eleições majoritárias e a previsão é de “jogo bem pesado”.

Preocupação maior desta Consultoria será como tentar garantir uma agenda econômica como a atual, relativamente preservada pelas reformas estruturais, como a Tributária. Sobre a da Previdência tudo irá depender de como devem evoluir as votações da segunda denúncia e como o presidente Temer sairá de mais esta batalha.

Inevitável será algum desgaste, o que se refletirá em menor apoio político e menos votos. A dúvida, no entanto, se mantém no quesito “desempenho econômico”, já que se os indicadores continuarem favoráveis, de alguma forma haverá algum amortecimento do “baixo astral de Brasília”. Importante observar que este vem sendo o esforço do presidente Temer, tentar avançar na agenda econômica no intuito de “neutralizar” a piora no clima político, algo inevitável, ainda mais diante da proximidade das eleições e da irracional disputa pelo poder.

Por fim, deveríamos citar também o quadro fiscal, ainda muito delicado, mas mostrando alguma reação pelo crescimento recente da arrecadação federal, com destaque para os IPIs, como de automóveis, máquinas agrícolas e outros veículos. Por ser um imposto sensível ao ritmo da economia, pode ser um indicativo de que o pior da crise já ficou para trás. Mesmo assim, não dá para pensar em recuperação de receitas sobre as despesas antes de 2020/21. A dívida bruta federal, com certeza até este ano, deverá beirar os 80% do PIB. Além disso, será importante medir também qual o impacto das incertezas políticas sobre a evolução da economia. Esta é a pergunta que não quer calar.

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