Investir via Stock Picking pode gerar retornos muito superiores aos dos tradicionais ETFs, que apenas acompanham os altos e baixos do mercado de forma passiva. Ao selecionar ações de forma estratégica, com análise cuidadosa e alocações no momento certo, é possível superar a média do mercado e o benchmark adotado.
Dessa forma, estamos falando de gestão ativa de investimentos. Enquanto a gestão passiva busca apenas replicar o desempenho do mercado, o stock picker mira oportunidades que entregam retornos acima da média.
O pessimismo em relação às empresas brasileiras tem pressionado excessivamente os preços das ações. No entanto, apesar dos sinais de desaceleração econômica – como a queda de 1,1% na Pesquisa Mensal de Serviços – há companhias sólidas, geradoras de caixa e que vêm adotando programas de recompra de ações, além de oferecer dividendos robustos.
O setor de concessões, com taxas de retorno atrativas, é um exemplo de oportunidade pouco explorada. No mercado de ações, grandes negócios são comprados antes que o resto do mercado perceba o quão baratos realmente estão.
A estabilidade da economia e o crescimento do PIB criam um cenário ideal para investir em empresas blindadas contra a desaceleração econômica, especialmente aquelas com receitas indexadas à inflação, como Energia Elétrica e Saneamento.
Diferente de outros segmentos, essas empresas mantêm sua consistência independentemente das incertezas políticas e econômicas. A demanda constante por serviços essenciais, como água e eletricidade, garante estabilidade nas receitas, já que a inflação é repassada nos contratos.
Apostas certeiras: Copel, Cemig e TIM
Entre as empresas bem posicionadas, Copel (BVMF:CPLE6) e Cemig (BVMF:CMIG4) se destacam. Ambas fazem parte do portfólio dos fundos Trópico Value e de dividendos.
Copel: Um forte caso de dividendos, atualmente negociando com uma TIR real de 12%. A empresa está passando por um turnaround, reduzindo custos, vendendo ativos acima das expectativas e já distribuindo dividendos atrativos. Seu programa de recompra de ações e a nova política de dividendos podem elevar ainda mais o dividend yield, que pode alcançar até 11% entre 2025 e 2027.
Cemig: Um dos maiores destaques do setor elétrico brasileiro. Recentemente, suas ações valorizaram 14%, tornando-a a empresa com o melhor desempenho no índice de energia elétrica (IEEX) da B3 (BVMF:B3SA3). Enquanto a Eletrobras (BVMF:ELET3) desvalorizou 9,26% no mesmo período, a Cemig registrou crescimento de 12,23% no valor de mercado.
A companhia também se consolidou como líder no mercado varejista de energia, com 15% de market share e mais de 100 megawatts médios (MWm) em volume de energia entregue. Seu crescimento constante reflete uma estratégia bem-sucedida de expansão e fortalecimento no setor.
Outro nome forte fora do setor de energia é a TIM (BVMF:TIMS3). Recentemente, a empresa anunciou um programa de recompra de até R$ 1 bilhão em 18 meses, o que representa 2,4% do seu valor de mercado atual. Além disso, a TIM gera alto volume de caixa, paga excelentes dividendos e agora reforça sua estratégia de valorização ao recomprar suas próprias ações.
O Stock Picking tem se mostrado uma estratégia altamente eficiente para superar o benchmark no atual contexto de mercado. Empresas sólidas, reguladas e geradoras de caixa continuam recompensando investidores com recompras de ações e dividendos generosos.
Com um olhar atento e escolhas bem fundamentadas, os próximos anos devem continuar trazendo excelentes oportunidades para quem busca retornos acima da média