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Este Povo Tem Voz

Publicado 10.03.2015, 20:57

Eu vejo o futuro repetir o passado

Não faltou aviso: precisamos de um ajuste firme e de uma série de medidas, mas não há consenso para dar agilidade às decisões e ao processo de ajustamento econômico como um todo.

Cada passo da reestabilização promete ser um parto.

Na frente do problema econômico há uma crise política.

O trecho acima é de M5M do ano passado, mas poderia ser hoje, ou de amanhã...

A manchete desta terça-feira

O governo vai reconsiderar o veto à correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física.

Com isso, deve voltar atrás em sua proposta de uma correção menor, de 4,5%, agradando o Congresso.

Uma correção de 6,5% é mais justa, mais próxima da inflação, e agrada também à população. No entanto, representa maior renúncia fiscal para o governo (menor arrecadação).

Mas nem é esse o meu ponto...

O governo teve de ceder ao Congresso, à crise política, e novamente jogou Levy para escanteio.

Levy que, segundo ventilado pela imprensa, chegou a pedir para sair quando Renan Calheiros devolveu a MP da desoneração da folha de pagamentos, forçando Dilma a enviar um projeto de lei com parte do conteúdo da MP em regime de urgência para manter o seu ilibado ministro.

Não está fácil para Dilma, tampouco para Levy, muito menos para o ajuste fiscal.

Questões políticas são, quase por definição, demoradas.

E enquanto não endereçamos a crise política, agravamos a econômica.

Alguém tem que ceder (menos a inflação)

Aquela outra elite branca burguesa que recentemente protestou, chamada caminhoneiros, reivindicou, entre outras coisas, a redução no preço do diesel.

Nada mais justo: aumento de preço nos combustíveis por aqui se o mundo experimentava movimento inverso, diante do queda dos preços da petróleo à metade?

Terminou assim: o governo não cedeu no preço do diesel, mas compensou os caminhoneiros com a Lei dos Caminhoneiros.

O problema?

A Lei muda as regras do jogo e prejudica as concessionárias de rodovias, que haviam licitado trechos com base em uma expectativa de retorno, e agora veem evaporar, por exemplo, sua receita a partir da cobrança por eixo suspenso.

Não, eles não farão obra de infraestrutura ou manutenção de rodovia por filantropia, e exigem a sua taxa de retorno.

A saída?

Matéria do Valor indica que o poder concedente liberará reajustes extraordinários nas tarifas de pedágio para garantir o reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos.

Ou seja, o governo teve de ceder também para as concessionárias de rodovias.

Só quem não cede é a inflação.

Este povo tem voz

As concessionárias são, sim, de extrema importância.

O Brasil tem como questão nevrálgica as obras de mobilidade e infraestrutura, e não tem condições de fazer de forma minimamente eficiente sem o respaldo da iniciativa privada.

Paralelamente, as fontes de crédito secaram, a alta dos juros tornou o crédito mais caro e o risco de projetos vem crescendo consideravelmente tanto pela maior incerteza econômica quanto regulatória.

Isso ficará evidente na baixíssima demanda pelas próximas licitações de projetos de infraestrutura. Vai parecer jogo do SPFC, anote aí.

Também, na potencial abertura de licitações realizadas nos últimos dois anos. Não bastasse a abrupta mudança negativa no cenário, comprometendo a rentabilidade inicial estimada para os projetos, há também os vitoriosos em ativos que estão sob a mira da Lava Jato... 
Procuram-se players aptos para tocar projetos de infraestrutura essenciais. 


Sopa de letrinhas

Foi anunciada hoje, enfim, a definição das novas regras para os títulos do Tesouro, que passam a valer a partir de 30 de março.

A mudança na nomenclatura era esperada, e é positiva. Naquela sopa de letrinhas, confesso que mesmo eu que acompanho diariamente os títulos por vezes me confundi entre tantos Ls, Ns, Ts, Fs, Bs...

Agora a coisa ficou mais ilustrativa:

LTN = Tesouro Prefixado

NTN-F = Tesouro Prefixado com Juros Semestrais

LFT = Tesouro Selic

NTN-B = Tesouro IPCA com juros semestrais

NTN-B Principal = Tesouro IPCA

Mas a grande notícia é a mudança de liquidez, que passará a ser diária...

A partir do próximo dia 30, a venda dos títulos será possível a qualquer hora nos fins de semana e feriados, e no período de 18 horas a 5 horas da manhã do dia seguinte, no caso de dias úteis. Pela regra anterior, as vendas eram realizadas somente às quartas-feiras.

Ter maior liquidez de negociação e flexibilidade para saída é sempre uma boa notícia.

Mas não precisa tomar isso como incentivo...

Para a renda fixa ser, de fato, fixa, é preciso levar o título até o vencimento.

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