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Estímulo do Fed Criou o “Efeito Cobra”

Publicado 27.07.2020, 18:09
Atualizado 15.02.2024, 05:10

Ações fazem rompimento falso

Discutimos anteriormente como as ações tiveram dificuldade diante do aumento de casos do vírus. É importante notar que o mercado havia permanecido dentro de uma consolidação desde as máximas de meados de junho. E dissemos o seguinte:

“Além disso, o S&P 500 continua preso em uma armadilha técnica entre as máximas de junho e as recentes mínimas da consolidação. Com o mercado sobrecomprado no curto prazo, o potencial de alta continua limitado. No entanto, existe um importante suporte entre a atual linha de tendência de alta e as médias móveis de 50 e 200 dias, o que restringe o risco de queda.”

Gráfico Diário SPY ETF

Com a liquidação da semana passada, atualizamos nossas faixas de risco-retorno abaixo. Infelizmente, o mercado não conseguiu prosseguir com o rompimento, permanecendo dentro da faixa estabelecida de negociação. O mercado preservou sua linha de suporte da tendência de alta, o mantendo intacto seu viés altista por enquanto.

O aspecto não tão otimista é que todos os quatro indicadores primários de compra/venda moveram-se agora para o território de venda. Isso não significa que haverá um crash iminente no mercado. Mas sugere que o espaço para a alta é limitado no curto prazo.

Extremos em tecnologia

Atualmente, estamos direcionando nossa atenção ao Nasdaq, que está sendo impulsionado pelos cinco nomes com maior capitalização de mercado. Como discutimos na #MacroVisão desta semana, a “bolha tecnológica” voltou na forma de desvios técnicos das médias de longo prazo. Como mostramos abaixo, sempre que o Nasdaq é negociado com três desvios-padrão acima da MMD 200 ocorre uma correção dos preços.

Na maior parte do tempo, as correções acontecem de forma muito rápida. Entretanto, existem algumas ocasiões em que o payback NÃO é imediato. Isso fez com que os investidores assumissem mais risco antes da reversão. (Observe a extremidade do indicador MACD no painel inferior.)

Gráfico Semanal QQQ

Como discutimos nas últimas semanas, o mês de julho tem mantido sua histórica tendência de força. Entretanto, como a temporada de resultados do S&P 500 se encerra na próxima semana, suspeitamos que os fracos dados econômicos irão de encontro com o sentimento mais exuberante do mercado em agosto e setembro.

Muitas ações com baixo desempenho

No artigo “Tecnicamente Falando” publicado na terça-feira, apresentamos 15 gráficos que deveriam fazer qualquer investidor parar para pensar. Seu objetivo era tentar fazer uma contraposição à armadilha do “viés de confirmação” que geralmente pega muitos investidores durante episódios de mercados mais altistas.

Sentiment Trader adicionou mais um alerta à lista ontem.

“A porcentagem de ações que ficaram mais de 10% atrás do índice disparou. Embora tenhamos diferentes fontes de dados e talvez metodologias distintas, podemos ver que esse realmente é o caso.”

Gráfico S&P 500

O gráfico mostra a porcentagem de ações do S&P 500 que geraram retornos pelo menos 10% abaixo do índice nas últimas 13 semanas. Não é incomum ver esse número saltar durante mercados de alta, como aconteceu durante a pandemia. Mesmo assim, não é normal ver tantas ações com desempenho significativamente abaixo do índice, enquanto este salta para as máximas anteriores.

A tabela abaixo mostra todos os dados desde 1999, quando o S&P estava a cerca de 3,5% da sua máxima de 52 semana. E mais de um quarto das ações componentes estavam dois dígitos atrás do índice".

Tabela de Performance das Ações do S&P 500

A projeção de retornos no curto prazo era fraca, com uma relação de risco-retorno bastante negativa durante o mês seguinte. Mesmo com uma alta três meses depois, o a relação de risco-retorno estava muito mais inclinada para o risco”.

Isso confirma ainda mais nossas preocupações com uma correção de mercado nos próximos meses.

Sim, como notamos acima, houve ocasiões em que esse indicador não conseguiu fornecer um sinal no momento certo. Porém, na maioria dos casos, os investidores foram punidos por ignorar os sinais de alerta.

É por isso que o “viés de confirmação”, isto é, o ato de buscar apenas informações de confirmem suas visões atuais, é inerentemente perigoso. Investir tem a ver com pesar as possibilidades contra as probabilidades e administrar o “risco de fracasso” com o tempo.

Estímulo do Fed cria o “Efeito Cobra”

Nosso colega Jeffrey Marcus escreveu um excelente artigo nesta semana, discutindo como o estímulo do Fed havia criado o “Efeito Cobra”. O termo se refere a uma antiga história de Déli, na Índia.

“A história é a seguinte: havia tantas cobras em Déli que o governo oferecia uma recompensa para cada uma que lhe fosse entregue morta. Inicialmente, a tática funcionou,. De repente, pessoas começaram a criar cobras para conseguir uma receita maior com as recompensas. Quando as autoridades descobriram o esquema, cancelaram o programa.

O problema aconteceu quando os criadores, que detinham um vasto estoque de cobras, as soltaram no meio ambiente. Com a remoção da demanda (recompensa) por cobras, a população do réptil explodiu e ficou pior que antes”.

Como argumenta Jeff, as ações de estímulo tomadas atualmente pelo Fed para sustentar a economia e impulsionar os mercados de títulos e ações acabarão criando um problema maior. Uma inundação de liquidez está sendo direcionada a um mercado altamente ilíquido que se dissociou da economia subjacente.

Preço e Lucro acumulativo S&P 500

Em suas palavras de conclusão, Jeff explicou que “a cura será pior do que a doença”.

A consequência das ações do Fed não é necessariamente o fracasso do mercado de ações. O impacto se daria apenas em uma pequena parcela da população que detém ações. A verdadeira preocupação é sua manifestação na forma de um crescimento econômico mais fraco, com a ampliação da disparidade de renda e a aceleração em direção ao socialismo.

Estímulo do Fed influencia psicologia

O principal ponto defendido por Jeff, no entanto, é que, embora o resultado do enorme volume de estímulo do Fed possa ser negativo, os gestores de ativos vão fazer o que são pagos para fazer. Eles continuarão investindo em formas de gerar os melhores retornos aos seus clientes.

Isso é o que cria as bolhas e, eventualmente, seu estouro. A teoria de George Soros sobre bolhas explica isso claramente.

“Todas as bolhas apresentam dois elementos:

  • uma tendência subjacente que prevalece na realidade; e
  • uma ideia falsa relacionada a essa tendência.

Quando se desenvolve um feedback positivo entre a tendência e a ideia falsa, um processo de ascensão e queda tem início.O processo está propenso a ser testado por um feedback negativo ao longo do caminho, e se for forte o bastante para sobreviver a esses testes, tanto a tendência quanto a ideia errônea serão reforçadas.

Eventualmente, as expectativas do mercado ficam tão desconectadas da realidade que as pessoas são forçadas a reconhecer que uma ideia errônea está envolvida. Surge um período crepuscular durante o qual crescem as dúvidas, e mais pessoas perdem a fé. Mesmo assim, a tendência prevalecente é sustentada pela inércia.

De repente se chega a um ponto-chave, em que a tendência é revertida e acaba se autorreforçando na direção oposta.”

O padrão das bolhas é interessante, pois ele muda o argumento a partir de uma visão fundamentalista para uma visão técnica.Os preços refletem a psicologia do mercado, criando um loop de feedback entre os mercados e os fundamentos.

Em um mundo onde não existe o “medo” de uma correção de mercado, onde persiste um senso de urgência para estar investido e um fluxo contínuo de rumores de alta, o mercado acaba ficando sujeito a um evento inesperado e inevitável.

É por isso que prestamos atenção ao “risco”.

Atualizando as faixas de risco/retorno

Em nossa última atualização de risco/retorno, dissemos:

“Depois de vários testes fracassados de superar as máximas de junho nesta semana, reduzimos o risco das nossas carteiras e adicionamos posições em hedge. Mesmo com esses ajustes, nossos portfólios continuam tendo bom desempenho, na medida em que a rotação de setores de aversão ao risco mantém as carteiras estáveis.A razão para a redução do risco é a inclinação negativa das faixas de risco/retorno atualmente."

Nesta semana, esse viés negativo ganhou relevo, haja vista que o mercado não conseguiu manter o rompimento da faixa de consolidação. É importante notar que vimos a rotação de “crescimento” para “valor” ganhou tração.

Faixas de Prêmio de Risco SPY

  • -3,6% para a MMD 50 vs. +2,1% para as máximas da semana passada (Negativo)
  • -6,5% para a MMA 200 vs. +2.9% para máxima histórica. (Negativo)
  • -8,9% até as máximas da consolidação anterior vs. +4.2% até as máximas históricas. (Negativo)
  • -15,2% até as mínimas da consolidação anterior vs. +4.2% até as máximas históricas. (Negativo)

Essa inclinação negativa na dinâmica de risco/retorno do mercado mantém nossos portfólios atuais com um hedge maior do que de costume.

As diretrizes

O tema universal do relatório desta semana é que o risco está ficando mais alto à medida que entramos em agosto e setembro. Isso não significa que haverá um crash no mercado.Significa que há uma possibilidade maior de vermos uma correção.

Na #MacroVisão abaixo, apresento as diretrizes que aprendi nos últimos 30 anos. Estas são nossas diretrizes, mas pode ser que você encontre algum valor nelas.

  • Investir não é competir. Não há prêmios nas vitórias, mas os prejuízos nas derrotas são profundos.
  • Não tem lugar para emoções nos investimentos.Você geralmente se dá melhor fazendo o contrário do que “acha” que deveria estar fazendo.
  • Os ÚNICOS investimentos que você pode “comprar e segurar” fornecem um fluxo de renda com um retorno da função principal.
  • As avaliações de mercado (exceto nos extremos) são instrumentos com péssimo timing de mercado.
  • Os fundamentos e a economia direcionam as decisões de investimento no longo prazo – “Ganância e Medo” direcionam as negociações de curto prazo. A base da sua estratégia é determinada pelo seu perfil como investidor.
  • “Timing de mercado” é impossível – gerenciar a exposição ao risco é lógico e possível.
  • Investir tem a ver com disciplina e paciência.A falta de um desses fatores pode acabar com seus objetivos de investimento.
  • Os comentários diários na mídia não tem valor algum – desligue a televisão e economize capital mental.
  • Investir não é diferente de jogar – em ambos os casos “apostamos” no resultado futuro, com base em probabilidades.
  • Nenhuma estratégia de investimento funciona o tempo todo.O segredo é saber a diferença entre uma estratégia de investimento ruim uma estratégia que temporariamente não está a seu favor.

Como investidores, nosso trabalho é ver os mercados através das lentes da estatística e das probabilidades. Se você pode controlar o risco, a oportunidade de aumentar o patrimônio fica mais fácil.

Sim, os mercados sempre se recuperaram de suas perdas, mas voltar ao ponto de partida não é o mesmo que fazer dinheiro.

Últimos comentários

Obrigado pelo artigo!
Como podemos acessar sua carteira?
Parabéns pela análise, incrível conteúdo de qualidade.
aqui a gente "mata a cobra e mostra o pau"....
quais opcoes de investimento vc sugere?
invisto a 9 anos, vi o mercado derreter de forma instantânea em março, o que vendi e recomprei atenuou as perdas, hoje algo em torno 70k. O que não vendi ainda tenho uma variação patrimonial negativa, resumo, nesse instante estou 80% líquido, vai vim chão! Não torço pra isso, prefiro deixar de ganhar do que ver novamente meu patrimônio derreter.
Uma análise profunda e muito diferente das que vemos aqui no Brasil, estas, absolutamente de momento, superficiais, muitas vezes indutivas para um sentido que não é o melhor para o investidor.  Realmente uma aula!
muito bom... parabéns. melhor aula da minha vida.
Uma verdadeira aula! Ainda por cima com dicas valiosas que só a experiência forja. Obrigado por compartilhar e parabéns pelo texto.
como tem gente ignorante só fica criticando compra 100 ações e fica falando o dia inteiro nem sabe traduzir um texto simples
Hum, só fico ressabiado de uma análise, utilizando as mesmas ferramentas de um ano normal para serem consideradas em um ano totalmente atípico. Nunca houve essa injeção de dinheiro no mercado, nunca paramos a economia mundial do jeito que aconteceu e também nunca passamos por uma pandemia na economia moderna. Achar que as mesmas análises vão funcionar agora me parece até um pouco de ingenuidade.
ainda bem que você colocou a palavra, me parece, porque eu penso como você, mas me preocupo não com um crasch, mas com esse deslocamento do mercado em relação a realidade. O momento não pode ser de euforia total, nem de negatividade sem argumentos e fatos concretos. O melhor a se fazer, ficar com um olho no gato, outro no rato, ou no espeto como se diz em minas.
Essa história das cobras na Índia o samy dana vive contando também.
show de bola, excelente análise!!!
Parabens! Excelente texto. Eu tenho feito hedge continuamente desde a crise, manter a relação risco/retorno estável tem sido meu mantra diario
Fundamentos.Aguardar os balanços e as pespectivas das empesas...
Diciolina e paciência,senhores!!!
Culpa do bolsonaro
Parabéns pelo artigo. O inusitado do momento me parece ser a dificuldade de avaliar se estamos em um momento eufórico ou de medo. O ano está sendo tão atipico que dificulta esta avaliação.
parabéns, excelente texto.
Galera não sabe nem ler um texto mais denso e pensa que sabe investir na bolsa. pqp
Instrutivo! parabéns
ótimo texto!
gráficos e mais gráficos. faltou dizer que gráficos são apenas parâmetros e o que move o preço são os players, noticias e gestão/resultados das empresas. óbvio que o mercado está estagnado, nao ppr causa das linhas, mas sim por causa do vírus que derrubou a economia.
faltou você aprender que os gráficos expressam a realidade, seja ela em demasiada expectativa, ou conservadora. não existe forma melhor, de se entender a economia, do quê representações gráficas. seja elas técnica ou fundamentalista. os próprios indicadores fundamentalistas são gráficos também. estuda irmão.
fica mesa de gráficos que vc vai longe
uma pessoa que não tem nem mesmo senso de interpretação de texto, querendo me dar aula de investimentos?
Baita artigo. 👏👏
artigo não vai trazer rendimento a vc , não perca tempo com.isso ,.estude a.empresa que quer investir e so
desconfio que a palavra "estudar", no seu vocabulário, possa não significar a realidade do processo de educação.
li 2 linhas
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