- Preço do Ethereum enfrenta pressão com vendas de grandes instituições e queda na atividade da rede.
- Atenção dos investidores migra para o Bitcoin à medida que o valor do par ETH/BTC atinge mínima de cinco anos.
- Avanços como a aprovação do staking podem ser decisivos para uma possível recuperação do Ethereum.
O Ethereum ensaiou uma recuperação no início de abril, mas enfrentou resistência a partir da metade do mês, travando na região de US$ 1.600. A maior altcoin do mercado segue pressionada por movimentos de venda por parte de grandes investidores e pela baixa atividade em sua rede, sem conseguir replicar o desempenho positivo do Bitcoin.
Venda institucional amplia a pressão
O fraco desempenho recente do Ethereum está diretamente relacionado à atuação de investidores institucionais. Relatórios indicam que três grandes entidades — incluindo a Galaxy Digital, a Ethereum Foundation e a Paradigm — transferiram um total de 72.100 ETH para corretoras.
Esses movimentos sugerem que a pressão vendedora pode ganhar força entre os players institucionais, o que aumenta a cautela entre os traders. Além disso, dados on-chain pouco favoráveis reforçam o viés negativo sobre o ativo.
A saúde da rede Ethereum também apresenta sinais preocupantes. As taxas de transação recuaram 56% na última semana e 88% nos últimos três meses. O fluxo líquido de grandes investidores caiu 95% no último mês.
Com grandes volumes sendo direcionados para exchanges centralizadas e o apetite comprador em baixa, o potencial de alta no curto prazo fica enfraquecido.
Encerramento da pressão nos futuros da CME e novos gatilhos no radar
Por outro lado, uma boa notícia para o Ethereum foi o encerramento da maioria das posições vendidas nos contratos futuros da CME, que vinham atuando como fator de pressão relevante. Essas posições estavam ligadas a estratégias de arbitragem envolvendo compras no mercado à vista e vendas nos futuros, mirando os ETFs que devem ganhar tração em 2025.
O fechamento dessas posições, embora não provoque valorização imediata, reduz o risco de quedas adicionais, criando um ambiente mais propício para eventuais catalisadores positivos. Entre os possíveis gatilhos estão o aumento na demanda por ETFs à vista e a expectativa de que o Federal Reserve adote um tom mais moderado na política de juros.
No campo interno, o lançamento bem-sucedido da atualização Pectra e uma eventual aprovação da SEC para atividades de staking nos ETFs poderiam renovar o interesse institucional e aumentar a demanda por Ethereum.
ETH/BTC atinge mínima de cinco anos
Enquanto isso, os investidores cripto voltaram a direcionar capital para o Bitcoin, o que levou a um enfraquecimento relativo do Ethereum. Como resultado, o par ETH/BTC caiu para 0,017, menor nível em cinco anos — evidenciando a perda de tração do Ethereum frente ao BTC.
O valor do ETH em relação ao BTC está em tendência de queda desde 2022, o que compromete seu papel de principal altcoin. Historicamente, esse movimento costuma indicar um enfraquecimento mais amplo no mercado de altcoins. Caso essa tendência persista, pode ser um sinal de que os investidores estão evitando ativos mais arriscados e voltando-se ao Bitcoin como porto mais seguro, marcando uma mudança estrutural no ecossistema cripto.
A capacidade do Ethereum de se valorizar frente ao dólar americano depende, em parte, de seu desempenho relativo frente ao Bitcoin. Se os fluxos voltarem a se direcionar para ativos de maior risco, há espaço para uma valorização mais acelerada do ETH em dólar. Nesse sentido, o par ETH/BTC se torna um indicador crucial.
A queda contínua desse par ao longo do último ano indica que, para inverter a tendência, o ETH precisaria superar o nível de 0,0186 — resistência imediata. Um retorno à região de 0,02 poderia sinalizar reversão, mas enquanto ETH/BTC permanecer abaixo desse patamar, a pressão sobre o Ethereum tende a continuar.
Entre os gatilhos que poderiam reverter essa tendência estão a aprovação do staking para ETFs, o que aumentaria a atratividade dos produtos de investimento em ETH, e a implementação de atualizações que fortaleçam as soluções de segunda camada (layer 2), reforçando o apelo técnico do ativo.
Perspectiva técnica do Ethereum
Tecnicamente, o Ethereum permanece dentro de um canal de baixa que se estende há mais de um ano. No início de abril, surgiu algum interesse comprador próximo à base desse canal, mas o movimento perdeu força na metade do caminho, resultando em uma lateralização.
Atualmente, a resistência mais imediata está em US$ 1.650, região onde também atuam as médias móveis exponenciais de curto prazo como barreiras dinâmicas. Um rompimento acima desse nível poderia sinalizar retomada do interesse comprador. Caso isso ocorra, o próximo alvo técnico seria US$ 1.800 — faixa que coincide com a banda superior do canal. Superar essa região abriria caminho para US$ 2.000 e, eventualmente, US$ 2.400.
Por outro lado, a incapacidade de romper os US$ 1.650 pode aumentar a pressão vendedora no curto prazo, com potencial de nova queda abaixo de US$ 1.400 e até mesmo retorno à zona dos US$ 1.200.
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