Sobre os EUA a pergunta que não quer calar é: até onde vai esse S&P?
Já vejo o próximo Globo Repórter noticiando: vendidos no S&P 500, onde eles estão? Do que se alimentam? Quais seus costumes e crenças? hehehehe
Brincadeiras a parte essa é uma pergunta a qual a resposta é deveras importante para nós emergentes. Se realmente houver uma realização no mercado americano, acredito que haveria algum trocado para ser atracado em portos emergentes tais como o Brasil.
Os fundamentalistas dizem que esta caro, e abaixo posto 2 gráficos que ajudam a mostrar isso…no primeiro a linha preta (earnings = lucro) tem sido decrescente e mesmo assim o S&P segue pra cima. Alguns advogam que isso não se sustenta!
No segundo um gráfico de preço por geração de caixa…poucas vezes na história se pagou tanto pela geração de caixa que as empresas conseguem entregar. Polêmico não é?!
O que aconteceu foi que pós Trump, muito dinheiro migrou pra Equities(ações) o que ajudou a sustentar esses múltiplos e patamares altos…mas até quando? BofA fez uma compilação interessante sobre o fluxo desde a eleição Trump:
Mas o ponto é que, apesar de parecer esticado as projeções apontam um crescimento forte de PIB nos EUA fazendo pico no 3T17… (créditos ao Deutsche Bank). A grande dúvida é saber o quanto disso está no preço…Mas como mostra o gráfico abaixo, tudo indica PIB forte nos EUA nos próximos trimestres.
A grande explicação seria pelas subvenções fiscais que o Trump prometeu…rel do Goldman mostra isso. Barra azul escura é o efeito do “tax” (imposto) impactando positivamente o PIB americano.
Obviamente que todo esse crescimento carrega consigo também a expectativa de aumento nas FED Fund Rates…os juros americanos…
Não por acaso a curva de 10y da treasurie já tem precificado isso … a dúvida aqui também é a mesma: até onde vai essa treasurie? A ata do FOMC na semana que passou e seu tom mais dovish geraram uma realizaçãozinha de curto prazo, mas seria capaz de muda tendência de fato?
Deutche Bank não deu muita bola e projeta um crescimento para o alto e avante até 2019! Serááá?
O que eu penso disso tudo?
Penso que o programa de gastos de Trump não será tão facilmente aplicável pela falta de apoio efetivo que ele terá no congresso e senado (apesar da maioria republicano, suas políticas não são nada ortodoxas). Além disso, esses gastos levam tempo para maturar e fazer efeito na economia real, logo o crescimento de lucros, menor que o esperado, pode decepcionar investidores e levar a realização. Não obstante o aperto monetário também tende a surtir efeito em mercados mais suscetíveis a este (tal qual imobiliário). Outro ponto relevante, é que um dólar mais forte também gera como subproduto a perda de competitividade nas exportações. Por fim, não podemos esquecer que há um risco de aceleração da dívida pública dos EUA com os benefícios fiscais promovidos por Trump.
Aqui o mais importante: li e concordei com o que o Morgan escreveu a respeito do fluxo voltando para emergentes ex-China em algum momento de 2017. Replico aqui porque achei muito interessante…
“Later in 2017 we are looking to rotate from S&P 500 to emerging markets [EM] (specifically EM-ex-China) where risk appetite has lagged and we expect the growth picture to be more supportive,” the Goldman Sachs team led by Ian right wrote. “As a result, we are Overweight the S&P 500 in our asset allocation over 3-months, but are Underweight over 12-months as we eventually expect fear to counteract growth optimism and higher rates to set in,” he concluded.