A economia dos Estados Unidos ainda pode registrar uma expansão no próximo relatório do PIB do segundo trimestre, porém a estimativa revisada de hoje indica uma desaceleração em relação às previsões recentes, com base na estimativa mediana compilada por várias fontes pelo CapitalSpectator.com.
A projeção atual aponta para um crescimento de 1,3% no segundo trimestre (taxa anual ajustada sazonalmente para o PIB), igualando o avanço de 1,3% registrado no primeiro trimestre. A Secretaria de Análise Econômica (Bureau of Economic Analysis) publicará sua estimativa inicial do PIB do segundo trimestre em 27 de julho.
Essa revisão para 1,3% no segundo trimestre representa uma redução em relação à estimativa mediana de 2,0% divulgada em 6 de junho. Agora, a questão é como os próximos dados influenciarão a estimativa em evolução nas semanas finais antes do lançamento do PIB pelo governo em 27 de julho.
A menos que ocorra uma desaceleração acentuada e inesperada nos dados econômicos que serão divulgados nas próximas semanas, a atividade econômica dos Estados Unidos segue a tendência de evitar uma recessão no segundo trimestre. No entanto, o segundo semestre do ano ainda é motivo de debate, com diversos fatores de risco em jogo, incluindo a expectativa de que o Federal Reserve continue aumentando as taxas de juros para combater a inflação.
É crucial acompanhar os indicadores-chave relacionados ao mercado de trabalho. A resiliência das contratações está sendo o principal fator a evitar que a economia dos EUA entre em recessão, mas estamos vendo aparecer alguns obstáculos maiores para a criação de novos postos de trabalho.
É importante notar que a tendência anual de novos empregos tem apresentado desaceleração, enquanto o número de novos pedidos de seguro-desemprego tem aumentado. Embora nenhum desses indicadores tenha ultrapassado o limiar que sinalize um aviso claro de recessão no futuro imediato, a recente mudança no vigor desses conjuntos de dados pode ser um sinal de alerta para a segunda metade de 2023, caso os números continuem se deteriorando.
Diante da desaceleração aparente da economia dos Estados Unidos, a pergunta-chave é: em que medida ocorrerá essa desaceleração? A desaceleração se transformará em uma recessão ou se estabilizará em um ritmo lento no curto prazo?
Neste momento, não há clareza. Como sempre, o futuro é incerto, porém o mapeamento das perspectivas se torna bastante desafiador nesta fase, devido às decisões cambiantes relacionadas à política do Fed, à guerra em andamento na Ucrânia, às tensões nas relações entre os EUA e a China e à inflação elevada, que está diminuindo em um ritmo mais lento do que o esperado recentemente. Além disso, temos evidências cada vez maiores de que a economia chinesa está desacelerando, o que levou a cortes nas taxas de juros, o que também não ajuda.
Um indicador em tempo real de recessão nos Estados Unidos, atualizado semanalmente no US Business Cycle Risk Report, continua prevendo uma baixa probabilidade de contração econômica (12% até 16 de junho).
Se e quando a economia entrar em recessão de forma decisiva, o Índice de Probabilidade de Recessão Composta refletirá essa mudança de forma relativamente rápida. Enquanto isso, prevalece um otimismo cauteloso e prudente.