Assim como as leis da gravidade, as leis da economia são universais e imparciais. Elas não levam em consideração se o governo é de esquerda ou de direita, liberal ou conservador. Para a economia, caso sejam cometidos erros de política econômica as consequências virão, cedo ou tarde.
Embora a mídia e os meios de comunicação brasileiro não estejam dando a devida atenção aos problemas da economia americana, eles estão visíveis e não podem ser ignorados.
O grande pacote de estímulo fiscal do governo Biden, aliado aos incentivos monetários do Federal Reserve (FED) colocou trilhões de dólares no mercado.
A medida soou como se o administrador do jogo banco imobiliário colocasse dinheiro infinito na brincadeira, isso naturalmente criaria distorções nos preços dos ativos sejam eles bons ou ruins. Essas distorções somadas aos choques nas cadeias de produção global por conta das medidas de lockdowns para combater a pandemia e a guerra de Putin criaram o cenário perfeito para a volta da inflação na terra do Tio Sam. Estamos presenciando a maior alta dos preços das últimas 4 décadas e quanto mais a inflação subir, maior será a dor de combatê-la.
Para o mercado financeiro a questão mais preocupante atualmente não é se a maior economia do mundo entrará em recessão, mas sim quando ela de fato ocorrerá. Segundo Larry Summers, (ex- secretário do tesouro e conselheiro econômico de Bill Clinton e Barack Obama) sempre que a economia americana apresentou taxas de inflação acima de 4% com desemprego abaixo de 4% os Estados Unidos entraram em recessão em um período de 24 meses.
Nesse momento ambos os limiares foram violados, portanto se a história nos ensina alguma coisa é que é apenas questão de tempo para a maior economia do mundo entrar em recessão econômica e afetar o crescimento de todo o mundo consigo. Conforme o gráfico abaixo, isso já vem se refletindo no P/L (preço/Lucro) do principal índice acionário, o S&P 500. O índice P/L busca mensurar se o preço de um ativo está caro ou barato, sua avaliação consiste no quanto menor, melhor.
O P/L do S&P 500 para 12 meses está em 19,4%, enquanto a média de 5 anos (linha verde) é 23,1%. Já a média de 10 anos (linha azul) é 20,2%. O P/L atual já está abaixo das 2 médias históricas, no entanto com a alta dos juros o P/L deve cair um pouco mais. Logo, está chegando o momento da bolsa dos EUA ficar mais atrativa.
É preciso olhar com atenção os dados econômicos dos EUA, visto que quanto maior for a inflação maior será a alta dos juros. Logo, um juro mais alto implica em um dólar mais apreciado, que por sua vez, impacta diretamente as expectativas inflacionárias de todos os países do mundo, principalmente de economias emergentes como o Brasil.