Com recordes de volume e receita para as exportações de carnes bovina e de aves, 2022 foi um ano histórico para o comércio exterior brasileiro. A carne suína, embora não tenha registrado recorde, teve o segundo melhor desempenho anual, tanto para volume, como para faturamento.
Segundo a Secex, em 2022 foram embarcadas 2,0 milhões de toneladas de carne bovina in natura, aumento de 27,9%, na comparação com o ano anterior. Com preço médio 16,0% superior em dólares, o faturamento teve um salto de 48,4%, com valor de US$11,8 bilhões. Em reais, a receita atingiu 60,9 bilhões, 42,7% mais que em 2021.
Exportações de carne bovina in natura em 2022
Para a carne de aves, a quantidade aumentou 4,3% e atingiu 4,4 milhões de toneladas, com avanço de 28,0% na receita, em US$8,9 bilhões. O preço médio da tonelada embarcada subiu 22,7% frente a 2021. Em reais, a receita foi de 45,9 bilhões (+22,3%), com preço médio de R$10,34 mil por tonelada.
A carne suína teve volume praticamente igual ao de 2021, com 1,01 milhão de toneladas embarcadas (-0,1%). Em decorrência de um preço médio 2,6% inferior, em dólares, a receita cedeu 2,7%, atingindo US$2,4 bilhões. Em reais, tanto o preço como a receita tiveram redução de 6,6% (YoY).
A figura 1 traz um resumo dos resultados de 2022, frente a 2021.
Figura 1. Variações de receita, preços e faturamento com as exportações de carnes in natura em 2022, na comparação com 2021.
Fonte: Secex / Elaboração: HN AGRO
Considerando as três carnes in natura, a receita foi de US$23,13 bilhões em 2022, avanço de 33,0%. Foram R$119,2 bilhões, aumento anual de 27,5%. O volume das três carnes somou 7,44 milhões de toneladas, evolução de 9,1%.
Para 2023, o USDA projeta aumento sutil para as exportações brasileiras de carne bovina (+0,8%), com evoluções de 3,8% para a carne de frango e de 2,7% para a carne suína. Segundo órgão, teremos mais um ano de recordes.
A evolução do ritmo da economia global, com taxas de juros em alta, deve ser acompanhada. A cotação do dólar frente ao real, impactada pelo cenário global (juros) e doméstico (fiscal e político) também terá influência decisiva na confirmação ou não dessas projeções.