China versus Mundo
Já que não podemos fazer inferências diretas a partir das variações diárias do Shanghai Composite, o jeito é mirar indicadores mais “fundamentalistas”.
Exportações chinesas caíram -5,5% em agosto. Importações mostraram recuo ainda pior, de -13,8%.
Bem-vindo ao novo yuan, sob depreciação.
Em particular, destaca-se a queda brutal de -20% YTD das importações advindas de países commoditizados como Austrália e Brasil.
Em alguma medida, o Governo chinês consegue evitar o derretimento das bolsas locais, e estimula a atividade via câmbio e juros.
Mas não há tanto o que fazer sobre as relações com o resto do mundo.
Desta vez é diferente
Semana que vem saberemos se o Fed vai dar partida em um novo ciclo de aperto monetário.
O gráfico mostra as três experiências mais recentes de aumento dos juros americanos: em 1994, 1999 e 2004.
Nessas ocasiões, a escalada da Fed Funds Rate se deu por meio de vários ajustes sucessivos, até um teto médio de 5% a 6% ao ano.
O mercado espera algo diferente desta vez: correções módicas, até um tetinho em torno de 2% ao ano.
Como não há exemplos históricos do tipo, estamos no escuro.
E estamos também curiosos para saber como os países emergentes reagirão ao novo aperto do Fed.
Primeiro pior
De volta à vaca fria nacional, notamos um crescente desconforto com a "nova matriz econômica” - que, ironicamente, reflete um pensamento já visto como ultrapassado nos anos 1980.
A nova matriz desejou um déficit primário também para 2016, mas isso pode custar a renúncia de Levy e do próprio investment grade.
Portanto, novos rumores indicam (grande) aumento de impostos à la CIDE combinado com (pequeno) corte de gastos públicos, com vistas a recuperar a meta de superávit de 0,7% do PIB.
Por razões diferentes, este é o cenário second best para Levy, second best para Nelson Barbosa e second best também para Renan Calheiros.
Ajuda a lembrar que o segundo melhor colocado é sempre o primeiro pior.
Meu malvado favorito
Funcionários da Petrobras contam que a estatal decidiu cortar festas e demais luxos como parte de esforço para economizar US$ 12 bilhões em gastos corporativos até 2019.
É impossível não imaginar quantos luxos existem - alguns dos quais serão suprimidos - para justificar esse montante bilionário.
Jorge Paulo Lemann tem fama de mau entre os funcionários por extinguir excessos corporativos, mas seus acionistas têm fama de bons.
Imagine só Lemann assumindo a presidência do Conselho da Petro…
Quanto economizaríamos? US$ 120 bilhões até o fim de 2016?
Branca acima da roxa
A imagem abaixo compara a volatilidade do Ibovespa em janelas de 100 dias (linha roxa) com a de janelas de 10 dias (linha branca).
O pico recente da linha branca é quase sobrenatural, 100% compatível com nossa tese de “destruição criadora” que ajuda a embasar a Virada de Mão da Bolsa brasileira.
Essa Virada também pode ser aproveitada (e potencializada) por meio de Estratégias com Opções.
Amantes de volatilidade, as opções tornam-se especialmente valiosas quando a linha branca se descola da linha roxa.