Trump impôs novas sanções à Rússia e dobrou as tarifas de importação do aço e do alumínio importado da Turquia provocando uma desvalorização da lira turca em 17% apenas na sexta-feira e contaminando outros mercados emergentes.
O euro também sofreu uma queda forte negociando no mais baixo patamar desde 13 de julho de 2017, refletindo o receio dos investidores de que os bancos da moeda comum possam ter uma grande exposição com a situação delicada da Turquia.
Os mercados se surpreenderam com as declarações do presidente americano sobre o dólar estar firmando enquanto a lira despencava depois de suas medidas, sinal de que Donald deve continuar impondo medidas protecionistas independentemente dos riscos.
O S&P500 não ficou ileso ao “risk-off day”, escorregando pouco menos de 1% mas, mesmo assim se mantem a apenas 1.38% da máxima histórica atingida em janeiro último.
As commodities voltaram a cair com o CRB falhando novamente em ficar acima dos 200.00 pontos, empurrado pelas quedas dos grãos, das softs e das matérias-primas energéticas.
O café respeitou o intervalo da semana passada tanto em Nova Iorque como em Londres, em sessões dominadas pela negociação dos spreads, já que os agentes tratam de rolar suas posições antes do começo do período de entrega.
Considerando a desvalorização do real e do peso colombiano o contrato “C” se distanciou um pouco mais das mínimas, convertendo as cotações nas moedas locais, mas não estimulou um volume maior de negócios no físico.
O pico de disponibilidade no Brasil, que entra na reta final da colheita da safra 18/19, coincide com o período de férias no hemisfério Norte, sazonalmente desencaixando as necessidades de compradores e vendedores.
Nos países consumidores o verão quente, principalmente na Europa, pode estar contribuindo para diminuir o quanto se toma de café por lá, talvez um pouco mais do que o normal, entretanto estes dados têm um delay (atraso) para serem computados.
Apesar das férias o relatório dos comitentes divulgado pelo CFTC voltou a mostrar os comerciais adicionando outros 5,941 lotes para a sua posição recorde comprada, ao mesmo tempo que os fundos também venderam ainda mais, ou 8,586 contratos, para atingirem um novo recorde, em uma semana em que batemos também recordes de números de contratos negociados e em aberto.
O retorno das chuvas ao cinturão produtor no Brasil acalmou os ânimos de quem estava começando a falar de seca, entretanto antecipa floradas que agora demandarão mais precipitações para não gerar perda para o ano que vem.
Os produtores de suave estando na entressafra esperam preços melhores para quando chegarem na colheita, sendo que aqueles que tem café tentam buscar um destino para sua mercadoria, mesmo que este seja os estoques certificados da ICE.
O robusta mantém a inversão do spread de setembro/novembro tendo os estoques daquela bolsa se concentrado na mão de um participante. A disponibilidade imediata no Vietnã, bem menor do que no ano passado, eventualmente pode atrair mais conilons para serem entregues ao terminal.
Se a greve dos caminhoneiros atrapalhou um maior fluxo para ser entregue contra o contrato de julho, em setembro o problema continua sendo achar espaço suficiente nos navios para saciar a sede de quem gostaria de aproveitar a inversão do switch.
Certamente um enxugamento maior do conilon no Brasil poderia favorecer momentaneamente o arábica, que há mais de 10 meses tem tido como basicamente o único motivo altista a imensa posição vendida dos fundos – como todos sabemos tem sido ganhadora e não houve até agora novidade para causar uma liquidação das apostas baixistas.
Tecnicamente podemos ter alguma cobertura dos especuladores no curto-prazo e se o mercado conseguir romper o nível de US$ 115.00 centavos (base Dezembro) gerar um pouco mais de volatilidade.