MRVE3: Por que as ações da MRV lideram as quedas do Ibovespa hoje?
Em outubro, os futuros do arábica, negociados na ICE Futures US, acumularam discreta queda, após um mês de intensa volatilidade. O mercado climático e as oscilações no câmbio brasileiro foram os principais fatores que influenciaram essa tendência.
Durante a primeira quinzena de outubro, as cotações do contrato C apresentam significativa valorização, com o vencimento mais líquido atingindo a máxima de US$ 1,3465 por libra-peso, maior patamar desde meados de agosto. Esse comportamento resultou principalmente do clima quente e seco que predominou sobre o cinturão produtor brasileiro. O atraso no retorno das chuvas nesta primavera já impactou o potencial produtivo do parque cafeeiro nacional para 2016. Porém, com o retorno das chuvas sobre as principais origens nacionais, os futuros do arábica devolveram os ganhos acumulados nas duas primeiras semanas do mês.
O comportamento do dólar ajudou na sustentação das cotações do café arábica, pois encerrou outubro a R$ 3,8628, com desvalorização mensal de 2,4% ante o real. Além das incertezas políticas e econômicas do Brasil, o movimento do câmbio foi influenciado pelas expectativas de manutenção dos juros nos Estados Unidos em nível próximo a zero.
Diante desse cenário, o vencimento dezembro do contrato C acumulou queda de 40 pontos, sendo cotado a US$ 1,2095 por libra-peso no último dia de outubro. A cotação média mensal, de US$ 1,2513, foi 39% inferior à do mesmo período de 2014. Ainda que convertidas para reais, as cotações de Nova York foram 3,4% inferiores ao patamar médio de outubro do ano passado, mês em que ultrapassaram os US$ 2 devido à estiagem prolongada no Brasil.
Os estoques certificados de arábica da bolsa nova-iorquina apresentaram queda de 90,7 mil sacas, encerrando o mês em 1,9 milhão de sacas. O volume estocado encontra-se em patamar 20% abaixo do observado no mesmo período do ano anterior, de 2,37 milhões de sacas.
O mercado futuro da variedade robusta, negociado na ICE Futures Europe, seguiu tendência oposta à observada em Nova York. O vencimento janeiro/2016 foi cotado a US$ 1.643 por tonelada no último dia de outubro, com valorização de US$ 79 em relação ao fechamento de setembro. A cotação média mensal, de US$ 1.600/t, foi 23,9% inferior à do mesmo mês de 2014.
Os estoques certificados de robusta monitorados pela Bolsa de Londres não vêm apresentando oscilação significativa, mantendo-se ao redor dos 3,4 milhões de sacas desde agosto. No final de outubro, somavam 3,36 milhões de sacas, 66% superiores ao volume contabilizado no mesmo período do ano passado.
A preocupação com o aperto da oferta de robusta sustentou seus preços no mercado internacional e doméstico. No Brasil, os preços do café conilon renovaram máximas ao longo de outubro, reduzindo os diferenciais em relação à variedade arábica. Além da quebra da safra 2015/16, o real desvalorizado e o menor volume exportado pelo Vietnã favoreceram as vendas externas do robusta brasileiro, reduzindo sua disponibilidade interna. Ademais, a situação atual de falta de chuvas no Espírito Santo e na Indonésia afeta o potencial produtivo da variedade no próximo ciclo.
O indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para o café conilon foi cotado, no final de outubro, a R$ 373,88/saca, acumulando alta de 5,8% no mês. Já o indicador da saca de arábica não apresentou variação significativa em relação a setembro, encerrando outubro a R$ 471,99/saca. O diferencial de preços entre as variedades ficou abaixo dos R$ 100/saca.