O potencial de desempenho do PIB do agronegócio em 2024 estaria para seguir a mesma lógica de 2023, só que invertida, se percebido pela metodologia do Cepea.
Se no terceiro trimestre (-1,37%, sobre o 2T23) e no acumulado do ano (-0,91%) as safras enormes de soja e milho minimizaram os recuos do macrossetor, envolvidos pelas quedas de preços, conforme resultado visto pelo instituto da Esalq/USP, de janeiro em diante a situação deveria ser o oposto.
As menores safras dos dois grãos, que se sobrepõem em participação sobre outras rubricas que também caíram, teriam de sustentar o PIB via preços melhores.
O uso do futuro do pretérito, em três conjugações acima, é porque será preciso combinar com o mercado de que as quebras nos dois grãos serão relevantes, como indicam análises nacionais e dos produtores, e que as cotações serão correspondentes à menor oferta.
Por ora, está difícil isso acontecer, pelo menos enquanto os traders esperam que as chuvas no Brasil Central possam atenuar os prejuízos.
Outros setores, porém, estão envolvidos em menores dúvidas quanto ao desempenho que pode ser antevisto.
Algodão e café podem inverter os recuos até outubro. Etanol é sério candidato a se manter em baixa, ao passo que o açúcar, que compensou ou atenuou os resultados das usinas este ano, não terá o mesmo dinamismo.
Apenas a pecuária bovina está com cenário incerto, pois não está claro totalmente se a pressão de oferta será grande como foi até setembro, e a de aves com sinais de recuperação, mas poderá sofrer pressão de custos através da potencial valorização do milho.
De janeiro a setembro, somado a outros grupos, perdeu 2,29%, aproximadamente R$ 17 bilhões, projetou o Cepea.
Comparando por metodologias diferentes, o IBGE acusou recuo de 3,3% de participação da agropecuária no PIB de julho a setembro – alta de 3,2% - sob forte expansão de 8,8% na comparação anual, e de mais 18% de janeiro ao mês nove.