Silêncio quádruplo
Após semana de fortes emoções, mercados internacionais caminham para uma última sessão estável — contrariando, no caso de Nova York, o comportamento volátil comum aos dias de vencimento quádruplo de opções e futuros.
Por aqui, Bolsa realiza. Raros nomes na ponta vencedora são predominantemente locais. No campo negativo, destacam-se empresas-alvo de operação da Federal.
Nos juros, mudez total. Dólar cai.
Ninguém disse que seria fácil...
Governo já dá como praticamente certa a necessidade de elevar impostos para fechar o orçamento do ano. Meirelles já deu a morta de que anúncio deve sair nos próximos dias.
O desafio é aprovar qualquer coisa com o Congresso no atual clima de caça às bruxas: aos parlamentares, só reforma política interessa — em desesperada tentativa de salvar a própria pele.
A propósito, Fachin deve pôr as mãos na lista de Janot na próxima segunda.
Tais instabilidades já fazem o governo trabalhar com votação da Reforma da Previdência somente em maio. Não vai ser fácil.
Mas nunca foi dito que seria, não é mesmo?
…mas coloquemos em perspectiva
Emoções à parte, é sempre bom lembrar o quanto caminhamos para chegar até aqui.
Ontem fez um ano disso aqui:
Há um ano, Lula era nomeado ministro e tomávamos conhecimento do infame episódio do Bessias, transbordando de indignação.
E hoje, onde estamos?
Dados do Caged, divulgados ontem, mostraram primeira criação líquida de empregos em 22 meses. Risco-país caiu de de 466 para 306 pontos. Ibovespa avançou 37,7 por cento e os impasses no debate econômico são sobre quão baixo inflação e juros irão à frente.
Avançamos. Ainda há muito a fazer, mas não percamos jamais isso de vista.
Obrigado, Bessias.
Making America Great Again
Na América, atenções voltadas ao encontro entre Trump e Angela Merkel. Nos bastidores, desafio da equipe de Donald é construir apoio no Congresso à sua proposta de orçamento para 2018, cuja recepção foi marcada por ceticismo por representantes não somente da oposição, mas também entre republicanos.
No front econômico, produção industrial do país avançou pelo sexto mês consecutivo. Utilização de capacidade é a mais elevada desde outubro de 2015.
Tom mais comedido que o esperado por parte de Yellen & Cia beneficia mercados emergentes, cujas bolsas caminham para fechar a semana com o melhor desempenho em oito meses.
Apenas um lembrete
A não-vitória dos eurocéticos na Holanda disseminou, no mercado europeu, um sentimento de que tudo está resolvido: volatilidade do EuroStoxx 50 atingiu nada menos do que a mínima histórica.
Não é bem assim… que o digam os traders de câmbio, que viram o Euro levar um tombo nesta manhã após pesquisas de intenção de voto sugerirem um avanço de 1 por cento para Le Pen.
Serve de lembrete que há mais por vir.
Numerologia
Seguinte: eu tô mandando os números desta semana pra gente ter eles, e só usa em caso de necessidade, tá?