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Hora do Gráfico – TCSA3, Razões para NÃO Acreditar!

Publicado 16.11.2017, 14:10
Atualizado 09.07.2023, 07:32


Hoje, diferente de uma análise com foco na compra do papel, faremos um exercício que é pouco praticado entre os analistas de mercado: indicar aonde o investidor NÃO deve estar.

Com a recuperação da economia brasileira e a melhora gradativa dos principais indicadores, muitos investidores buscam grandes oportunidades na bolsa para poder surfar com os resultados das empresas nos próximos trimestres.

Já citado, setores como o de Varejo e Consumo continuam como prioridade para alocar papéis na carteira (com recomendação para LAME4 (SA:LAME4) e VVAR4), porém caso o investidor queira diversificar em mais de um segmento, a construção civil é uma boa pedida.

Depois de apanhar muito nos últimos tempos, os papéis das construtoras encontram-se quase todos em suas mínimas históricas (ou próximo delas), mas ao contrário do que muitos pensam, nem todas as empresas são oportunidades para o futuro. Dentre elas, o nosso receio com a Tecnisa!

Hora do Gráfico – TCSA3, ânimo para o setor, não para a Tecnisa (SA:TCSA3).

Passados 2008 e todo o rebuliço que se deu no pós quebra da economia norte-americana, nos deparamos com muitos investidores internacionais dispostos a correr maior risco em países emergentes (à época esse termo era o favorito dos analistas e investidores) e com isso o fluxo aqui no Brasil disparou!

O ano de 2009 foi um senhor ano para a nossa bolsa (conferir no gráfico abaixo) com o índice Ibovespa saindo da sua mínima da casa dos 32.000 pontos no final de 2008 para incríveis 71.000 pontos em menos de 12 meses.

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Recuperação IBOV - Pós-crise 2008

Estávamos ainda respaldados por notícias econômicas positivas sobre o Brasil por todos os lados. Vindo de uma sequência de bons resultados no nosso PIB que cresceu 5,2% em 2008 (prejudicado brevemente no ano de 2009 com a crise mundial), o relatório FOCUS já apontava ganhos acima de 7% para o próximo ano.

Isso com certeza animou os mercados que viu o Brasil entregar um valor surpreendentemente forte em 2010.


PIB Brasil - Pós-crise 2008

Nossa taxa SELIC estava em 8,75% no começo do ano e até a nossa nota de crédito internacional foi revisada para cima com as agências Fitch Ratings e Standard & Poor’s concedendo ao país o grau de investimento, que posteriormente foram seguidos pela Moody’s.

Nada podia dar errado, pelo menos era o que todos nós pensávamos.

Hoje nos atuais 2017 nós sabemos como (e quanto) as coisas desandaram. Entregamos uma série de dados negativos a partir de 2014 com nosso PIB chegando a míseros 0,5% em 2014 e retração de -3.8% em 2016 e -3.6% em 2016. Perdemos o selo de bom pagador e o dinheiro estrangeiro se viu saindo daqui.

Como no já usado gráfico abaixo, o mercado (linha vermelha) responde à economia (linha verde) e a economia responde ao mercado, sendo que estes andam em velocidades diferentes. Repare que o setor de Construção (Basic Industry), o segmento da Tecnisa, é um dos mais afetados no pós-crise. E você conseguiria me dizer o porquê?

Explico!

FLUXO SETOR - PIB x BOLSA

Alguns setores como a indústria e a construção são ambos ramos em que o investimento para expansão aplicado hoje, não necessariamente se refletirá no mesmo ano. Expansões fabris como encomenda de máquinas e equipamentos, ou ainda a construção de indústrias, prédios e demais estruturas demandam tempo (1, 2 ou até mais anos) para serem concluídas e, com isso, estes setores trabalham com expectativas.

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Em uma economia onde as perspectivas para os próximos dois ou três anos são positivas, os empresários tendem a se sentir mais confortáveis com expansões e reformas, estimulando empresas como a Tecnisa.

Mas e quando as perspectivas são de mais e mais quedas?

Seguindo a bolsa como um todo, a Tecnisa (TCSA3) acompanhou o movimento altista do mercado abrindo 2009 no valor de R$ 2,30 e atingiu o pico de R$ 8,30 em Outubro do mesmo ano, uma valorização de mais de 250%!

O movimento altista do papel se estendeu até que bem durante o ano, mas foi quando ele teve uma brusca correção em torno de -35% em sua cotação, acendendo uma luz de alerta nos analistas.

TCSA3 - Formação de OCO.

Para os grafistas mais atentos, reparou-se então que o papel tinha encontrado estranhamente seu primeiro suporte na casa dos R$ 5,00 sendo esta a altura de um possível primeiro ombro (ponto A). Mais estranhamente ainda foi o fato de que, depois do suporte respeitado, o papel esticou ao longo de 2010 uma nova alta de aproximados 100%, atingindo seus quase R$ 10,00 (ponto B).

Até ai, duas hipóteses poderiam ser observadas:

a) Hipótese Positiva: dado o aquecimento da economia em 2010, as perspectivas para os próximos anos (biênio 2011-12) sustentavam um crescimento no setor puxado pelo otimismo dado à passagem segura da economia brasileira em meio á tormenta da crise internacional.

b) Hipótese Negativa: o rompimento da resistência dos R$ 8,00 criada anteriormente acendia mais uma vez o sinal para o papel na criação do segundo sinal de uma forte reversão: a cabeça.

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Fazendo aqui um pequeno disclaimer, seria errado da minha parte dizer que a análise grafista prevê o futuro e que somente com ela era possível se posicionar e se desfazer dos papéis da empresa com precisão.

Nos resultados trimestrais do biênio de alta (2009-2011) as receitas de lançamentos da Tecnisa apresentaram crescimento expressivo, conforme gráfico destacado abaixo. Porém, após pico de receitas em Dez/10 os resultados do ano seguinte foram minguando.

RESULTADOS TRIMESTRAIS TCSA3


Além ainda do perigoso desenho Ombro-Cabeça-Ombro que se formava na TCSA3, os demais índices econômicos e financeiros (tanto do setor como da própria empresa) sustentavam o temor dos analistas mais precavidos.

Com um bom ano de 2010-11 o setor se aqueceu, gerando uma explosão de lançamentos que apesar do otimismo à época, só seriam entregues cerca de 12 a 24 meses depois. Mas infelizmente, com a mudança do sentimento do setor de construção, o cenário que se desenhava para o biênio 2012-13 tornou-se bastante pessimista, e os principais indicadores do segmento começaram a mostrar isso mês após mês:

1) Sondagem da Indústria da Construção:

É uma sondagem de opinião empresarial realizada mensalmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com o objetivo de acompanhar a evolução da atividade da Construção, do sentimento do empresário e das suas perspectivas, perspectivas essas que foram se tornando negativas, passado o ânimo geral do mercado:

Sondagem da Indústria da Construção

2) Índice de Confiança do Empresário da Construção:

O ICEI-Construção veio retraindo após pico histórico no biênio 2011-12 quando empresários já visualizavam que o recente otimismo que resultou em um número recorde de lançamentos (com data de entrega com média de 2 anos) poderia resultar em um mercado saturado com maior oferta de imóveis do que a demanda por eles.

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Essa perda de confiança pode ser visualizada no gráfico abaixo que traduz o pessimismo das empresas do setor:

Série Histórica - ICEI

A queda se acentuou ao final de 2013 com um PIB esperado para o próximo ano em queda (fechou em 0,5%). Após o cruzamento da linha divisória dos 50 pontos, o pessimismo no setor foi instaurado.

3) Facilidade de acesso ao crédito:

Quando a desgraça é pouca e pensa-se que não pode piorar, além da queda da confiança no setor, a torneira do crédito para as empresas do segmento de construção, outrora aberta no máximo, retraiu com força já na metade de 2014, aliando um elevado custo para construir com uma queda na renda da população, minguando o percentual de vendas das empresas que continham seus estoques lá em cima, dado a entrega dos empreendimentos que foram iniciados em um mercado aquecido (2012-13):

Série Histórica - Facilidade de Acesso ao Crédito

Bancos são especialistas em detectar movimentos cíclicos e conforme foram enxergando uma piora na economia brasileira, trataram de chamar dinheiro para dentro de casa cobrando seus valores com as construtoras e diminuindo a abertura do mercado de crédito para elas.

TCSA3 – Depois de uma cabeça, o temor do ombro retorna!

Seguindo seus indicadores, o papel da TCSA3 despencou em 2011/12 e atingiu novamente (e estranhamente) a resistência dos R$ 5,00 onde já constavam os pontos de alerta do ombro anterior e do pescoço agora se tornou um forte suporte para o ativo.

Mais seguindo o IBOV como um todo do que por mérito da própria empresa (que trouxe uma série de resultados medianos no período), a Tecnisa viu seus papéis se recuperarem novamente da metade de 2012 até o meio de 2013 para próximo dos R$ 8,00, onde alguns dos sistemas já indicavam o temido O-C-O.

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Mas o que poderia ser uma recuperação para o papel se mostrou na confirmação de um movimento maior. Depois de formar o segundo Ombro no meio de 2013 o papel entrou em queda livre e devolveu qualquer ganho obtido, onde até a data atual já acumula uma perda de mais de -75%.

Tecnisa – Razões para NÃO acreditar!

Nos últimos dois anos o papel veio minguando e andando de lado (com uma leve inclinação para baixo), com pouca movimentação e ainda por cima sem perspectivas para a empresa.

Com concentração em São Paulo, mercado que foi fortemente atingido pela crise imobiliária atual, a empresa viu seus números despencarem trimestre após trimestre.


Resultados - TCSA3


Prejuízos acumulados, distrato subindo e endividamento concentrado no curto prazo da companhia fizeram com que os papeis fossem deixando de ser uma aposta na recuperação do setor com investidores migrando para seus pares na bolsa em situação razoavelmente melhor e mais otimista.

(Ressalva para o pico observado no começo de 2017 quando houve no mercado uma especulação acerca da venda de parte do capital da Tecnisa).

comparação construtoras bovespa.


E se o futuro parece promissor na recuperação da economia brasileira para 2018-19, não observamos o mesmo com a Tecnisa que no último dado do 3T17 apresentou um resultado muito aquém do esperado com vendas ínfimas tanto no trimestre como no acumulado.

A empresa fechou também o terceiro trimestre com um prejuízo de R$ 142 milhões no período, enquanto que nos nove meses acumulados de 2017 o valor já atinge os R$ 345 milhões em perdas.

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Resultados 3TRI/17 - TCSA3


Destaque ainda para as provisões que a empresa realizou no trimestre no total de R$ 79 MM, destes destacando (R$ 60 MM) com perdas em parcerias, (R$ 8 MM) em indenizações para clientes e ainda (R$ 11 MM) em gastos com estoques de terrenos (sem utilização/construção).

Com tais valores, os papéis responderam ao pessimismo na empresa que promete pouco ou quase nada de atratividade no médio prazo para os papéis, onde acreditamos este não ser uma oportunidade de call para uma carteira de longo prazo visando à volta do setor.

GRÁFICO TCSA PÓS RESULTADO.


Em linha com o mercado, em consulta a analistas que acompanham o papel, as expectativas para o ativo seguem em baixa com a recomendação de venda/manutenção, tendo o papel apresentado cada vez mais downgrades nos valores esperados para os próximos meses.


Estimativas - TCSA3


Conclusão? TCSA NÃO!

Publicação original

DISCLAIMER: ISTO É APENAS UM COMENTÁRIO SOBRE ANÁLISE TÉCNICA E NÃO CONSTITUI NENHUMA ESPÉCIE DE ACONSELHAMENTO FINANCEIRO.

Últimos comentários

Especuladores, "especularão"...
Especuladores, especularão...
olá, será que é um bom papel para 2019?
Ao senhor Denis lanço um desafio: primeiro coloca o gráfico em mensal e lê o balanço pra entender qual o objetivo da empresa. Depois me indica um papel com maior chance de valorização no setor ou mesmo na bolsa pra um período de 2 anos ou três.
Adicionalmente, a agência ressalta que ͞esperamos que a empresa consiga apresentar geração de fluxo de caixa mais forte em 2018, uma vez que não realizará entregas no período — portanto, os distratos seriam significativamente inferiores — e contará com alto volume de unidades concluídas em estoque, as quais esperamos que sejam convertidas em caixa mais rapidamente em 2018, com a continuidade da recuperação da economia brasileira. A empresa continua com sua estratégia de venda de terrenos não-estratégicos, o que deverá auxiliar na retomada da geração de caixa em 2018.͟
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