Hypermarcas (ou Hypera Pharma,HYPE3) divulgou resultados para o 1T18 absolutamente espetaculares.
Receita +14 por cento, Ebitda +25 por cento e lucro +42 por cento. Maravilhosa.
Seu único problema é seu envolvimento com a Lava-jato. Mas vamos dar um passo atrás.
Hypera Pharma é uma companhia farmacêutica, setor altamente regulado por motivos óbvios. Claro que ninguém quer medicamentos sendo vendidos sem supervisão.
Para conseguir estas licenças, a companhia precisa lidar com diversas esferas de governo – são incontáveis interações que abrem a oportunidade para alguma relação “inconveniente”.
Claro, todas as empresas brasileiras, como vemos nos jornais, possuem este risco. Mas eu vejo alguns setores como mais “propensos”.
O presidente e acionista fundador da Hypera se distanciaram da companhia para responder a processos recentemente. Segundo o Estadão, a companhia estuda fechar acordo de leniência com a PGR.
Hypera negocia, após queda de -13 por cento, a 16x Ebitda e 17x lucros – não é nenhum absurdo se olhamos a qualidade de resultados. Mas, com o risco latente do noticiário, prefiro ficar de fora.
Lembre-se que existem diversos fundos que simplesmente não podem segurar ações de companhias envolvidas em escândalos. Outros não querem o stress de se justificar para o cotista.
Uma coisa é comprar uma companhia a 6x Ebitda com problemas na justiça, e outra, completamente diferente, é comprar uma a 16x. Preço baixo é um conforto enorme para os investimentos do Investidor de Valor.
Ainda não sei qual o desconto justo para a Lava-Jato, e nem acho que exista. Mas sabemos aproveitá-lo quando ele existe aqui.
Abraço,
Bruce.
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