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Há Vida nos Imóveis? Ou, a Ação Quente

Publicado 02.09.2014, 21:20
PBR
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WEGE3
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O de cima desce, ou o de baixo sobe?

Temos uma terça-feira de retorno dos gringos, que pararam ontem por conta do feriado de Dia do Trabalho nos EUA. Ponderamos uma leve realização de lucros e, ainda, o rali eleitoral. Temos visto, o fluxo é quem dita os rumos por aqui, independemente dos fundamentos ou das variáveis econômicas. No curto prazo, é assim. E dá-lhe exuberância irracional. Fosse diferente a Bolsa não estaria em um rali de 35% de alta em cinco meses face a um quadro recessivo com inflação elevada e desequilíbrio das contas públicas. Não, a Bolsa não é um argumento de mérito da política econômica atual - pelo contrário. Sobe única e justamente por uma perspectiva de mudança. Mas não nos contagiemos por este viés. Vamos analisar - também - o que há de concreto, encarando o sonhático com o devido respeito. Hora ou outra, há de se ter a convergência entre os ativos financeiros e a economia real.

E aí, quem poderá nos defender?


A “boa” notícia

Em meio ao maior processo de desindustrialização da história, dados do IBGE mostraram crescimento de 0,7% na produção industrial em julho. Ufa?

A produção industrial cresceu em julho em relação a junho. Ela vinha de cinco meses seguidos de contração, acumulando queda de 3,5%. Se olharmos sob ótica mais ampla - qualquer - não temos motivos para comemorar. Frente ao mesmo mês do ano passado, a produção industrial caiu 3,6%. No acumulado de 2014 até julho, houve um recuo de 2,8%, enquanto nos 12 meses encerrados no período, a queda foi de 1,2%.

Portanto, fica claro o viés de fraca base de comparação. Infelizmente, para a notícia ser positiva precisamos de um grande esforço de perspectiva.


Mê dê motivo...

Não adianta, o cenário é pautado por falta de dinamismo da indústria e do investimento, tão necessários em face ao esgotamento do modelo de crescimento apoiado no consumo estimulado pelo crédito. Basta ver que neste julho de “recuperação” da indústria, o Índice de Confiança do Empresário Industrial, da CNI, atingiu seu menor resultado em toda a série histórica, iniciada em 1999.

Por sua vez, os últimos dados do PIB mostraram que a taxa de investimento no segundo trimestre de 2014 foi de 16,5% do PIB, bem inferior à taxa observada em igual período do ano anterior (18,1%). Qual a perspectiva de uma recuperação de fato?

Na Bolsa não há esforço de perspectiva que salve. A maior parte das ações de companhias ligadas à indústria está completamente largada - à excessão da Weg (WEGE3), empresa redonda que se beneficia das exportações, a recomendação continua de ficar de fora do setor.

O novo (velho) truque

Na última sexta-feira, compartilhamos aqui no M5M o nosso receio com os truques utilizados nas contas públicas, citando novamente a lista de artifícios de contabilidade criativa e/ou itens não-recorrentes estrategicamente posicionados para inflar os números do governo, e como a distância cada dia maior da meta de superávit primário tenderia a agitar esse expediente.

Não demorou muito...


No “Diário Oficial da União” desta terça-feira constam duas portarias da Subsecretaria de Dívida Pública autorizando o resgate antecipado de títulos públicos em poder de Caixa Econômica Federal e BNDES pelo Tesouro Nacional. O resgate viria como forma de dividendos e juros sobre capital próprio referentes ao primeiro semestre deste ano para reforçar o resultado primário do Tesouro em cerca de R$ 5,14 bilhões. Os títulos resgatados que serão convertidos aos cofres do governo venceriam originalmente entre 2015 e 2019.

Ao mesmo tempo que acelera o resgate de títulos e o pagamento de dividendos, a União retarda o repasse de recursos para bancos públicos como BB e Caixa, que vêm pagando benefícios sociais do governo como o seguro-desemprego e o Bolsa Família mas só recebem os repasses correspondentes com muitos meses de atraso.

Mais uma vez: o superávit primário que seria, grosso modo, a “economia do governo”, ou quanto sobrou para o governo depois de pagar as suas contas, virou um resultado inflado por uma série de artifícios de contabilidade criativa ou itens não-recorrentes estrategicamente posicionados.

Falando neles... (nos Zé’s)

Além dos eventos para inflar o superávit primário, há também os artifícios sobre outras contas, como empurrão à balança comercial através da transferência de plataformas de petróleo para Petrobras brasileira para subsidiárias da Petrobras no exterior, sem que elas tenham se movido uma palha do lugar…

Ontem foi divulgado o pior resultado da balança comercial para agosto desde 2001. Mas poderia ter sido muito pior...

Do saldo total, positivo em US$ 1,2 bilhão, eis que US$ 1,1 bilhão se devem ao zé com zé de uma plataforma da Petrobras. O problema?

Com a gradativa piora na balança, o expediente de exportação fictícia de plataformas vem em uma crescente expressiva. Nunca foi tão alto quanto no ano passado, rendendo US$ 7,73 bilhões para a balança no exercício de 2013. Logo, mas muito logo mesmo, não haverá mais plataformas para “exportar”.

Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.

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