O acordo de paz que os EUA desejam firmar com a Rússia, com o objetivo de pôr um ponto final na guerra da Ucrânia, pode ter consequências significativas para a economia global, caso as negociações entre as nações cheguem a um desfecho pacificador. Esse acordo, que busca a paz, representa um passo extremamente importante, que não deve ser analisado apenas sob a ótica da política global, mas também pelo seu impacto econômico. A concretização do acordo pode aumentar a volatilidade de diversas commodities.
Em uma primeira análise, um acordo bem-sucedido sinalizaria o retorno da Rússia ao comércio mundial, aumentando a oferta de petróleo e gás. As sanções impostas globalmente à Rússia em fevereiro de 2022 reduziram drasticamente o consumo de produtos russos e impulsionaram outros países a suprirem essa demanda. Como consequência, caso o acordo seja efetivado e a Rússia retome suas exportações, ainda que em pequena escala, a maior oferta de suas principais commodities poderá pressionar os preços do petróleo, do gás e dos fertilizantes para baixo.
Além disso, o presidente dos EUA, Donald Trump, já demonstrou um posicionamento favorável ao uso de fontes não renováveis para a geração de energia elétrica. Durante seu discurso de posse, Trump enfatizou: “Perfure! Perfure! Perfure!”, evidenciando seu interesse na produção de petróleo tanto para consumo interno quanto para exportação.
No entanto, o aumento da oferta de petróleo poderá provocar uma reação dos países exportadores que supriram a demanda durante as restrições impostas à Rússia. Com uma maior disponibilidade do produto, os preços do petróleo e de seus derivados tendem a cair, o que pode levar esses países a adotarem medidas para estabilizar o mercado.
Portanto, é fundamental observar atentamente as ações que serão tomadas pelas nações envolvidas, pois elas terão um impacto direto no mercado global e nos resultados de empresas petrolíferas. Além disso, um aumento na oferta de petróleo pode contribuir para a redução da inflação em diversos países que dependem dessa commodity como principal fonte de energia elétrica e transporte. Nesse cenário, o Brasil se apresenta como um país altamente impactado e, caso a exploração na Bacia Amazônica seja iniciada, poderá contribuir para um aumento ainda maior da oferta global.