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Na Crise do Coronavírus, Redução da Produção Petrolífera no Texas Seria Positiva

Publicado 20.03.2020, 09:35
Atualizado 02.09.2020, 03:05

Ao longo da última década, o Texas não conseguia dizer outra coisa à sua indústria petrolífera a não ser “Drill, baby, drill!”, ou seja, “não parem de perfurar!”.

Agora, o Estado da Estrela Solitária está dizendo àqueles mesmos perfuradores: “slower, baby, slower”, isto é, “vamos com calma, vamos com calma”.

O coronavírus virou o mundo de cabeça para baixo, inclusive o Texas, onde está localizada a cidade de Houston, “capital energética do mundo”, e o Permiano, a bacia de shale que se tornou o campo petrolífero mais produtivo do planeta no ano passado, ao desbancar Ghawar, na Arábia Saudita.

Enquanto os preços do petróleo atingiam as mínimas de 18 anos perto de US$ 20 por barril na quarta-feira, por causa da destruição sistêmica de demanda provocada pelo Covid-19 e pelo temor de superprodução pela Arábia Saudita, o Texas avaliava tomar uma decisão que poderia gerar surpresa e espanto em sua história de mais de um século de perfuração.

WTI Futures Weekly Price Chart

Os executivos de energia do estado foram em busca de socorro na Comissão de Ferrovias do Texas (TRC, na sigla em inglês), que regula a indústria e estava considerando reduzir a extração de petróleo no maior estado produtor dos EUA, segundo reportagem do Wall Street Journal na quinta-feira (19).

Primeiro corte nos 50 anos de petróleo do Texas

Se isso acontecer, seria a primeira restrição aplicada aos perfuradores do Texas desde 1970, quando a superprodução do estado deflagrou o famigerado embargo árabe ao petróleo, com seus choques de preço, longas filas nos postos de combustíveis, mudança nas alianças geopolíticas dos EUA e guerras no Oriente Médio.

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O Texas, de fato, era um modelo para a Opep liderada pelos sauditas, que influenciou em grande medida os preços mundiais do petróleo pelos últimos 50 anos através de controles de produção.

Como ressaltou o próprio jornal, não ficou claro se as normas da TRC acabariam restringindo a produção, embora colaboradores da comissão estivessem examinando o que seria necessário se tivessem que proceder dessa forma. Tais restrições sem dúvida seriam mais um divisor de águas na produção petrolífera texana desde o primeiro grande poço gusher na cidade de Beaumont, em 1901.

Sem as bacias de shale do Permiano e de Eagle Ford no Texas, os Estados Unidos jamais teriam atingido a produção recorde de 13,1 milhões de barris por dia (bpd), fazendo com que o país se tornasse o maior produtor do mundo e exportador líquido de petróleo pela primeira vez desde 2019.

Após a reportagem do jornal sobre as possíveis restrições da TRC, explodiram comentários de toda sorte no Twitter, desde a disposição política da comissão para tanto até os devidos instrumentos que o órgão regulador poderia empregar para implementar as limitações.

“Nenhuma ação da TRC pode ajudar os produtores do Texas, na medida em que as refinarias do estado podem importar quantidades ilimitadas de óleo – principalmente as frações de petróleo que acharem mais adequadas”, tuitou Ed Hirs, pesquisador de energia da Universidade de Houston e diretor executivo da Hillhouse Resources, empresa de exploração de petróleo na Costa do Golfo do Texas.

Ações contra a queima de gás

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Muitos mencionaram uma reportagem sobre a queima de gás natural que estaria sendo preparada por Ryan Sitton, membro da TRC, o que poderia fazer com que a comissão aplicasse restrições à indústria

O gás é um subproduto da produção de petróleo, e sua queima se tornou um dos piores efeitos colaterais do boom do shale oil no Texas.

Como observou a Bloomberg em uma entrevista com Sitton, grandes volumes de gás dos poços de petróleo na bacia do Permiano estavam sendo queimados por falta de gasodutos. Embora a pressão para coibir a prática seja cada vez maior, o excesso de oferta, os preços deprimidos do gás nos EUA e a distância em relação a mercados estratégicos de combustível para aquecimento fazem com que o subproduto do petróleo tenha pouco valor para os exploradores do estado.

Agora que a cotação do petróleo atingiu as mínimas de vários anos e grupos ecológicos continuam atacando a indústria do shale oil por causa da queima e outras preocupações ambientais, pode ser que a TRC se sinta fortalecida para atuar, embora o resultado continue incerto.

“Não está claro nem mesmo se as cotas entrarão em vigor”, declarou Bob McNally, presidente da Rapidan Energy, um think-tank localizado em Washington, ao tuitar sobre a possibilidade de a queima acabar resultado em cotas de produção para os perfuradores texanos.

Mesmo assim, o fato de estar havendo discussões sérias sobre cortes pela primeira vez desde 1972 ressalta o ponto de que “é difícil mover a economia mundial sem um produtor capaz de controlar os preços do petróleo", segundo McNally. referindo-se à Arábia Saudita, que abandonou sua função de árbitra da Opep.

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Mesmo que a TRC não atue, os perfuradores podem se autopoliciar para se proteger, afirmou John Kilduff, sócio fundador da Again Capital, um hedge fund de energia em Nova York.

“Podemos nos surpreender com o nível de cortes de dispêndio de capital e disciplina de produção”, declarou Kilduff ao Investing.com.

“Essa é a única opção que os perfuradores dos EUA têm: cortar ou entrar em falência”.

Dados de registros da Haynes and Boone sobre falências de prestadoras de serviços a campos petrolíferos mostraram que houve seis novos pedidos do tipo no 4T2019.

Até agora em 2020, a Pioneer Energy Services (OTC:PESX) foi a única grande prestadora de serviços a campos petrolíferos a entrar no Capítulo 11 de falências. Mas diversas outras empresas, como a Chesapeake Energy (NYSE:CHK) e a Whiting Petroleum (NYSE:WLL) já estavam carregando pesados fardos de dívida antes da queda de 55% na cotação do petróleo neste mês.

Dispêndio de capital e redução de sondas pela frente

Agora, diversas empresas norte-americanas de exploração e produção começaram a ir na direção certa.

Na semana passada, a Pioneer, uma das principais produtoras na bacia do Permiano do Texas e Novo México, declarou que estava testando uma série de modelos para decidir sobre os próximos passos.

A Diamondback Energy (NASDAQ:FANG) cortou de nove para seis seu número de equipes de completação, dois cortes a mais do que o previsto. A produtora de shale oil afirmou que também reduzirá o dispêndio de capital, embora não tenha especificado a quantidade.

A Parsley Energy (NYSE:PE) declarou que reduziu sua perspectiva de fluxo de caixa livre em 2020 para US$ 85 milhões, em comparação com o prognóstico anterior de pelo menos US$ 200 milhões, além de anunciar uma desaceleração da atividade geral.

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A EOG Resources (NYSE:EOG) também planeja cortar os gastos para proteger a distribuição de dividendos aos seus acionistas e divulgará detalhes posteriormente.

Na quinta-feira (19), a Continental Resources (NYSE:CLR), perfuradora pioneira no campo de Bakken que se estende pelos estados de Montana e Dakota do Sul e do Norte, disse que iria corta seu orçamento de capital para 2020 em US$ 1,2 bilhão, uma redução de 55% em relação aos atuais US$ 2,65 bilhões.

A Continental também anunciou outro fato que pode ter impacto imediato no mercado: um corte no número de sondas ativas.

A companhia disse ainda que reduziria sua média de sondas em atividade na bacia de Bakken das 9 atuais para 3 e, em Oklahoma, de 10,5 para 4.

A contagem de sondas — um confiável indicador de produção, mesmo que atrasado — sofreu uma queda de 152, ou 18%, na comparação anual. Mas ainda está 367, ou 116%, acima de maio de 2016, quando petróleo norte-americano foi negociado pela última vez a US$ 26 por barril, não tão distante do seu preço de fechamento na quinta-feira.

“Podemos voltar para os níveis de 300 na contagem de sondas nas próximas seis semanas”, declarou Kildfuff. “Vamos ficar de olho”.

Últimos comentários

Qual a expectitiva na abertura do mercado hoje a noite 21/03?
Além do Texas, petrolíferas da Europa já estão operando no prejuízo e pedido ajuda dos governos, países da África parando produção, Venezuela parando, vários países quebrados por conta do preço baixo.
Culpa de quem? da Arábia! Logo países do OM irão ataca-la!
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