Méliuz diz que recomprará até 10% de ações em circulação
Investing.com – Os índices futuros das ações norte-americanas operavam em leve baixa nesta terça-feira, refletindo o impacto da paralisação do governo dos Estados Unidos, que reduziu parte do otimismo gerado pelos recentes acordos no setor de inteligência artificial.
A Tesla deve apresentar uma versão mais acessível do Model Y, enquanto a Constellation Brands reportou retração trimestral nas vendas menor do que o previsto, mesmo sob o efeito das políticas migratórias mais rígidas no país.
Na agenda econômica brasileira, os investidores seguem atentos a novos dados de inflação.
1. Futuros recuam com incerteza fiscal e foco no Fed
Às 06h57 de Brasília, o contrato futuro do Dow Jones cedia 0,2% (–101 pontos), o S&P 500 recuava 0,1% (–9 pontos) e o Nasdaq 100 também perdia 0,1% (–28 pontos).
Os índices S&P 500 e Nasdaq Composite, com forte presença de empresas de tecnologia, encerraram a sessão anterior em novas máximas históricas. O avanço foi impulsionado pelo acordo entre a Advanced Micro Devices (AMD) e a OpenAI, que prevê o fornecimento de chips de IA em troca de uma participação de 10% na criadora do ChatGPT, parceria que pode gerar receitas anuais de dezenas de bilhões de dólares. As ações da AMD dispararam 23,7%, enquanto o Philadelphia Semiconductor Index ganhou 2,9%.
Ainda assim, o ambiente macroeconômico segue incerto. A paralisação do governo federal, prestes a completar uma semana, atrasou a divulgação de dados econômicos essenciais, o que dificulta a avaliação do cenário de juros pelos mercados e pelo Federal Reserve. Sem indicadores oficiais, investidores têm recorrido a levantamentos privados para calibrar expectativas.
Apesar da escassez de dados, o Fed de Nova York divulgará hoje uma pesquisa de expectativas do consumidor. Diversos dirigentes da autoridade monetária também devem discursar, embora analistas duvidem que suas falas, sem novas evidências econômicas, tragam mudanças substanciais à perspectiva sobre o ciclo de cortes.
2. Tesla deve lançar versão mais acessível do Model Y
A Tesla deve anunciar nesta terça-feira uma nova versão de menor preço do SUV Model Y, segundo reportagens da imprensa internacional.
Durante o fim de semana, a montadora publicou dois vídeos no X (antigo Twitter) sugerindo um possível anúncio para 7 de outubro. Ainda não há confirmação sobre a realização de um evento presencial ou de uma divulgação online.
Fontes da Reuters indicam que o CEO Elon Musk havia suspendido planos de lançar um modelo elétrico de US$ 25 mil, mas que a versão a ser apresentada agora poderá ser uma alternativa mais “acessível”, baseada em plataformas já existentes de produção e design.
A Tesla registrou recorde de vendas trimestrais recentemente, favorecida pela expiração dos créditos fiscais para veículos elétricos nos EUA, que elevaram os preços efetivos em US$ 7.500. A expectativa é de desaceleração nas vendas ao longo do restante de 2025.
3. Constellation Brands surpreende com queda menor nas vendas
As ações da Constellation Brands subiram no pós-mercado após a companhia reportar uma redução trimestral nas vendas inferior às estimativas.
A demanda por cerveja permaneceu sólida, apesar dos receios de que as medidas de repressão à imigração implementadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, pudessem afetar o consumo entre o público hispânico, base importante para marcas como Corona e Modelo.
A empresa manteve suas projeções de receita e lucro para o ano fiscal, mesmo após revisões negativas em setembro, quando a incerteza econômica e as políticas migratórias levaram parte dos consumidores latinos a reduzir gastos em bares e restaurantes.
O CEO, Bill Newlands, afirmou que, embora o desempenho da divisão de cervejas tenha superado o de concorrentes, o “ambiente socioeconômico” segue “complexo” e tem freado a demanda.
Assim como outras fabricantes do setor, como Molson Coors e Brown-Forman, a Constellation enfrenta elevação nos custos decorrentes das tarifas sobre latas de alumínio impostas pelos EUA, fator que pressiona as margens operacionais.
4. Ouro renova recorde histórico próximo a US$ 4.000
Os preços do ouro atingiram nova máxima histórica, aproximando-se de US$ 4.000 por onça, sustentados pela busca por segurança diante do impasse político em Washington e pelas expectativas de cortes adicionais nas taxas de juros dos EUA ainda neste mês.
Segundo a ferramenta FedWatch da CME, o mercado projeta amplamente que o Federal Reserve reduzirá os juros em 0,25 ponto percentual na reunião de 28 e 29 de outubro. O banco central já havia retomado o ciclo de flexibilização em setembro e indicou a possibilidade de novas reduções até o fim do ano.
A perspectiva de juros mais baixos favorece o desempenho do metal precioso, que não oferece rendimento, mas tende a se valorizar em períodos de menor retorno real.
Dados recentes também mostraram aumento nas compras de ouro pelo Banco Popular da China, o que reforçou o movimento de alta.
O ouro à vista recuava 0,3%, negociado a US$ 3.950,58 por onça, após atingir pico de US$ 3.977,45 mais cedo. Os futuros para dezembro caíam 0,1%, a US$ 3.973,80 por onça, no momento da redação.
5. Inflação no Brasil
No calendário econômico, os investidores locais ficarão atentos a novos dados de inflação divulgados hoje, com destaque para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getulio Vargas, que acelerou 0,36% em setembro, sobre uma alta de 0,20% em agosto. Em 12 meses, o índice acumula alta de 2,31% e, até agora no ano, registra queda de 1,27%.
O IGP-DI é um indicador de inflação mais sensível a variações no câmbio e nos custos do atacado, apurado do primeiro ao último dia do mês de referência.