Publicado originalmente em inglês em 02/07/2021
Este ano tem sido bastante desafiador para algumas das maiores fabricantes mundiais de circuitos integrados (chips). Após distúrbios que afetaram toda a cadeia de fornecimento durante a pandemia, elas enfrentaram dificuldades para atender à fortíssima demanda de chips usados em smartphones, data centers e automóveis.
A escassez de oferta que forçou algumas montadoras a fechar suas fábricas deve continuar, mas existem sinais de que a situação não irá piorar, ajudando algumas dessas empresas a atingir ou superar suas metas financeiras.
A Micron Technology (NASDAQ:MU) (SA:MUTC34), maior fabricante americana de chips de memória, forneceu ontem uma previsão de receita para o atual trimestre em linha com as projeções dos analistas, indicando que conseguirá atender à demanda de semicondutores que armazenam dados de computadores e celulares.
A demanda foi forte em todos os mercados da companhia em meio a alguns distúrbios à oferta provocados por lockdowns relacionados à pandemia na Malásia. Com forte demanda, a Micron também reportou um salto nos preços de seus dois principais produtos.
No quarto trimestre fiscal, a margem bruta será de 46%, variando mais ou menos 1%, em consonância com as projeções dos analistas, declarou a Micron. As ações da Micron ticaram atrás do Índice de Semicondutores da Filadélfia neste ano. A ação registra alta de 7% neste ano, contra ganhos de 18% no índice de referência.
Previsões otimistas
A principal razão por esse baixo desempenho é a preocupação de que a companhia possa registrar uma escalada de custos e uma desaceleração da demanda por chips usados em laptops, à medida que as pessoas voltam para os escritórios após mais de um ano de teletrabalho. Também existe a preocupação de que as fabricantes de smartphones na China aumentem seus estoques ociosos de componentes. Ontem, no entanto, a Micron desfez essa impressão.
“Embora a pandemia continue representando um fator de risco, o ano calendário de 2021 deve ser forte, graças à recuperação macroeconômica, combinada a vetores seculares, como IA e 5G, que estão criando aumentos sustentados de demanda em todos os mercados finais”, afirmou o CEO Sanjay Mehrotra em um pronunciamento.
Antes do balanço da Micron, alguns dos maiores bancos de Wall Street haviam divulgado notas extremamente otimistas para a indústria de chips, citando a escassez global que gerará margens mais elevadas. Analistas do Bank of America (BofA) também disseram, em nota recente, que o mercado havia subestimado por quanto tempo duraria a demanda crescente por chips.
“A combinação de crescimento global, escassez de oferta e elevação de custos/complexidade na fabricação de chips deve ampliar o crescimento da indústria no 2º semestre de 21 e ano-calendário de 22”, disseram os analistas do BofA.
Novos smartphones 5G, produtos automotivos e jogos avançados estão sendo desenvolvidos simultaneamente, elevando a demanda por chips em 2021 e 2022, de acordo com o BofA. O banco, que tem Applied Materials (NASDAQ:AMAT) (SA:A1MT34), Marvell (NASDAQ:MRVL) e NXP Semiconductor (NASDAQ:NXPI) (SA:N1XP34) como uma das suas escolhas na indústria, elevou sua previsão global para a indústria de semicondutores como um todo para US$532 bilhões em 2021, uma alta de 21% ano a ano, em comparação com a estimativa anterior de 16% de alta.
Conclusão
Os resultados da Micron, divulgados antes da temporada de balanços do segundo trimestre, mostram que a demanda por chips continua forte, e as empresas de semicondutores continuarão se beneficiando dessa tendência neste ano.