O primeiro trimestre de 2017 encerrou com ganhos significativos para as principais bolsas de ações mundiais. O Nasdaq subiu 9.82% no período, o IBOVESPA 7.90% e muitos índices europeus tiveram performance acima de 5% – o IBEX 35, da Espanha, foi o que melhor performou com 11.88% de alta.
No mercado de moedas o índice do dólar (DXY) começou janeiro negociando no mais alto patamar desde dezembro de 2002, mas escorregou em março após a frustrada tentativa de Donald Trump mostrar unidade de seu partido no congresso. Dentre as moedas mais importantes o Peso Mexicano foi o maior ganhador nos três primeiros meses do ano, subindo 10.69%, seguido pelo Rublo Russo, e o Won Sul-Coreano – o Real foi a 11ª moeda que melhor performou com alta de 4.09%.
O enfraquecimento do dólar não se traduziu em apetite de compra nas commodities, como mencionei no último comentário, e com isso o CRB escorregou 6.62 pontos, pressionado pelas quedas de 20.75% do suco de laranja, 14.34% do gás natural e 14.10% do açúcar demerara. Alumínio, prata e algodão foram os componentes do CRB que melhor performaram, subindo 16.48%, 14.18% e 9.46%, respectivamente no primeiro trimestre.
O café em Nova Iorque guardou apenas US$ 2.25 centavos por libra da “tentativa” de subir desde 30 de dezembro de 2016, considerando a segunda posição e Londres ganhou US$ 33 por tonelada.
Nesta última semana o contrato “C” começou caindo, mas encontrou compra de comerciais suficientes para absorver a liquidação do último tranche de longs dos fundos – demonstrado no relatório do CFTC de sexta-feira retrasada.
Fundamentalmente não há novidades. Os diferenciais continuam “fracos” para os cafés suaves, firmes dentro do Brasil, mais oferecidos no spot com interesse pontual de compradores e de lado no Vietnã. O robusta, segundo uma casa respeitada, vai encontrar um bom volume de venda em um eventual rally do terminal europeu, ao mesmo tempo que a indústria tem compras sentadas abaixo das cotações atuais.
Seguindo a mesma linha e considerando a diferença entre oferta mundial entre as duas variedades, quase todos analistas e bancos tem recomendado a venda do contrato londrino e a compra do contrato Nova Iorquino, dada a arbitragem estreita.
Os estoques certificados das bolsas ainda dão sinais de uma dificuldade de vendas de cafés para a indústria e/ou dealers, pontos negativos para ficarmos altista para os dois terminais. Os “canudos” do robusta, que caíam há quatro meses, agora voltaram para quase 2.8 milhões de sacas, e o arábica tem 1,361,597 sacas certificadas e 31,170 sacas pendentes para classificação.
As exportações de Honduras não param de surpreender e o país em março embarcou 1,027 milhões de sacas, significativamente maior do que as 633,593 sacas exportadas há um ano.
Os ajustes em geral nas carteiras dos investidores podem eventualmente beneficiar as commodities, ainda mais se acontecer uma maior perda do dólar americano.
O incremento da posição vendida dos fundos, divulgado no COT de 31 de março, também é um fator que pode trazer uma recuperação do terminal no curto-prazo. Olhando apenas para o lado vendido não víamos os fundos com o tamanho da posição atual desde maio de 2016 – e provavelmente já ultrapassaram os 43,580 lotes daquele mês, mas provavelmente não tem os 52,064 contratos de março de 2016.
Sazonalmente em abril o café sobe até a última semana do mês e depois entra em uma descendência que dura até meados de junho – considerando a média dos últimos cinco anos.
Tecnicamente se maio pode atrair compras ao romper US$ 141.00 centavos por libra e um fechamento acima de 141.35 até o dia 7 de abril desencadeará mais compras, pois é aonde está a linha de resistência deste movimento de baixa iniciado em novembro último. O ponto de suporte continua sendo US$ 136.20 e US$ 135.85 centavos por libra-peso.
Uma ótima semana e bons negócios a todos.