Formulando a pergunta
Oi Rodolfo,
Sou fã e acompanho todo o trabalho dos senhores. Minha admiração e respeito!
Não sei se é possível me atender numa dúvida. Se ok, agradeço de antemão.
Ouvi ontem no noticiário da Rádio Bandeirantes, sem chance de anotar nomes, que um economista disse ser errado entender que haja ''calote'' pelo Brasil em razão de que os nossos títulos públicos são emitidos com lastro em nossa moeda e não em dólar, com aconteceu com Grécia e alguns outros países.
Tem algum sentido nesta afirmação?
Muito obrigado,
Lauro C.
Esclarecendo a confusão
Oi Lauro,
Esse é um erro de entendimento bastante comum. Como se pode perceber, comum mesmo entre economistas.
Na prática, TODA emissão de dívida carrega consigo um risco de calote, que pode ser alto ou baixo.
Senão, não seria chamada de dívida.
No caso da dívida pública denominada em moeda local, é claro que o Governo sempre poderá imprimir mais dinheiro para pagá-la.
Mas essa é uma solução falsa.
Pense em como cheira mal. A vida não é tão fácil assim, certo? Máquina de imprimir dinheiro?
A emissão de moeda gera um efeito colateral perigossíssimo, o qual aposto que você, Lauro, conhece bem.
Isto é superinflação
Hoje pela manhã, o IBGE divulgou mais uma leitura tenebrosa de inflação, no IPCA-15.
O índice - estimado em +0,94% duas semanas atrás - ficou em +1,42% nos 30 dias mensurados até meio de fevereiro.
Ou seja, mais de 50% acima do projetado.
Dentro dessa superinflação, tudo piorou: alimentação, industriais, preços administrados…
Até a conta de serviços, que deveria refugar devido ao desemprego, subiu +1,26%.
Pombini colocou todas as fichas no recuo de serviços, mas não estamos vendo NENHUM indício de arrefecimento.
Ou seja, isso é calote
Das várias causas documentadas para a superinflação, uma não deixa dúvidas.
Desequilíbrio fiscal, arquitetado no Brasil pelo Governo Dilma.
Com 1,42% de inflação ao mês, a população perde poder de compra e os investidores em títulos públicos perdem seu poder de remuneração líquida.
Isso se chama CALOTE - conforme esmiuçado em nossa tese.
Não adianta fingir que não é. Seu bolso não é tonto.
Veja só o que Gustavo Franco escreveu brilhantemente sobre o assunto, no livro “As Leis Secretas da Economia”:
Novo livro de cabeceira
As Leis Secretas do Franco era meu livro de cabeceira, mas acabei no fim de semana.
Sabe aquela tristeza que dá quando a gente termina um livro legal?
Já passou.
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