Agora sim: a partir da próxima segunda-feira, horário de negociação regular da nossa Bolsa passa a ser das 10 às 17 horas.
O movimento é sensual
O mercado europeu já havia começado bem o dia impulsionado pela recuperação no preço do petróleo, que ajudava a impulsionar ações de empresas de energia por lá.
O grande evento do dia, porém, viria do outro lado do Atlântico: c om relatório de emprego apresentando números melhores que o esperado no primeiro mês completo de governo Trump, gringos foram às compras e asseguraram alta para 9 em cada 10 ações do S&P500 nesta sessão. Mundo afora, o movimento dos mercados é sensual.
A alegria contagiante se estende a mercados emergentes em geral e, especificamente em Pindorama, IPCA abaixo do esperado dá fôlego adicional. J uros têm forte queda e Bolsa opera em alta, com destaque para nomes domésticos. Na outra ponta, exportadoras amargam perdas acompanhando a queda do dólar.
O movimento é sexy
Há dezessete anos, o grande hit do Carnaval brasileiro era “Bomba”, dos Braga Boys. Aquela foi a última vez que, com uma mão na cabeça e outra na cintura, brasileiros viram um IPCA tão baixo em um mês de fevereiro.
Até hoje: os 0,33 por cento divulgados ficaram abaixo até mesmo da previsão mais otimista do mercado. A surpresa levou a virtualmente 100 por cento a probabilidade, implícita nas taxas de mercado, de um corte de 100 pontos na Selic na próxima reunião do Copom, em abril.
DI futuro até embaixo — embaixo, embaixo…
Ações locais até em cima — em cima, em cima…
Pra balançar isso aqui é bomba
Num momento desses, pra balançar isso aqui tem que ser bom-ba. E de fato temos algumas, para cujas possibilidades de detonação temos que ficar atentos.
Uma está na mão de Rodrigo Janot, que promete soltá-la no STF no começo desta próxima semana. Sobrará pedra sobre pedra após virem a público os pedidos de abertura de inquéritos?
A outra está com Herman Benjamin, do TSE, que faz hoje à tarde acareação de alguns célebres depoentes — dentre os quais Marcelo Odebrecht — no processo que pode balançar o Planalto.
A terceira, no Congresso: governo segue se digladiando com parlamentares buscando fazer avançar a Reforma da Previdência, para a qual reconhece que ainda não tem votos suficientes à aprovação.
Ninguém disse que seria fácil, não é mesmo?
Devagarinho até em cima
Dado mais esperado da semana na gringa, o relatório de emprego do primeiro mês inteiro de governo Trump superou as expectativas. Leitura do mercado é de que era a gota d’água para que Yellen & Cia deliberem por elevação de juros já na próxima quarta.
Com um adicional: a forte geração de vagas convive com crescimento bem-comportado de salários. Traduzindo, a pressão inflacionária do mercado de trabalho aquecido segue bem administrável — o que enfraquece a tese de que os três aumentos de juros no ano podem virar quatro: j uros americanos vão devagarinho até em cima.
Quem não foi nada devagar até aqui foi a Bolsa americana: S&P500 já acumula alta de 5,6 por cento no ano. Desde a divulgação do resultado das eleições, retorno total é de 10 por cento.
Devagarinho até embaixo
Ao otimismo do público investidor em geral se contrapõe a postura cautelosa dos executivos das companhias e demais insiders, cujos volumes de compra de ações é o mais baixo desde 1988.
Talvez estejam esperando uma oportunidade para comprar devagarinho lá embaixo.