O mau político
Parece que, em poucos meses, o Topete conseguiu trocar os pés pelas mãos.
A demissão de Comey (diretor do FBI) saiu pela culatra – o demitido entregou detalhes de um suposto pedido de Trump para avaliar as investigações sobre Michael Flynn, que foi afastado do cargo de conselheiro de Segurança Nacional por ter relações não muito republicanas com o embaixador russo.
O New York Times adorou a deixa e publicou extensa matéria sobre o caso: obstrução de justiça é crime sério e Trump, que não é muito popular nem entre os próprios republicanos, pode se complicar caso surjam provas e evidências.
A narrativa de um espião russo infiltrado na Casa Branca cai como uma luva para convencer a opinião pública dos EUA.
No curto prazo, o caso deve trazer volatilidade e aversão a risco – mercados lá fora operam no vermelho, com queda de preços de commodities e dos yields das Treasuries.
No longo prazo, um eventual impeachment de Trump não seria de todo ruim a depender, claro, de quais seriam as intenções de seu vice, Mike Pence – olhando rapidamente para o curriculum da figura, talvez estejamos melhores com Trump.
O não político
Por aqui, a Bolsa parece que não vai conseguir manter o ritmo recente de altas – com a pressão externa, investidores aproveitam para realizar lucros, dólar e juros longos sobem.
Em dia mais tranquilo, Temer continua “comprando” a Reforma da Previdência enquanto a inflação cai e a atividade começa, lentamente, a andar – monitor do PIB da FGV aponta crescimento no primeiro trimestre, mas ainda sem aquela pujança toda que a gente gostaria.
Se o poço era fundo, a escalada vai ser longa e, pensando um pouco à frente, candidatura de Dória ganha força – com juros abaixo de 8 por cento (por favor, Ilan, nunca te pedi nada!) e o mercado voltando, pra onde iria a Bolsa?
Desde que não tenhamos nenhuma surpresa no meio do caminho, já dá pra pensar em Bolsa a 100 mil pontos ano que vem.
A melhor política
O grande problema é que as surpresas sempre vêm e, por definição, são imprevisíveis. Mas, nem por isso você precisa ficar com medo e perder a festa.
Como aproveitar um possível rali sem ficar preparado para o pior?
Você precisa ter os tais ativos antifrágeis.
Dentre as opções disponíveis para a pessoa física, não enxergo nada melhor do que opções: as calls apresentam potencial de ganho infinito e as puts vão brilhar se o mercado azedar por aqui.
Opções são antifrágeis porque se fortalecem com o aumento do caos – dada a construção do Modelo de Black & Scholes, quanto maior a volatilidade no mercado, mais vale uma opção.
Com as calls você aumenta o seu ganho potencial e com as puts você monta seu seguro.
Mas, por mais que opções sejam maravilhosas, tem que saber usar: nada de vender a descoberto ou de alocar somas muito vultosas na brincadeira.
Não vá sozinho
Se é bom, mas perigoso, por que não pedir ajuda profissional?
O Felipe tem no Palavra de Estrategista uma série de recomendações para melhorar o desempenho do seu portfólio. É, praticamente, uma coleção de ideias que o careca tem e sempre acaba pintando uma opção ali para colorir a sua carteira.
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