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João de dia, Linda à noite

Publicado 18.03.2014, 11:54
Atualizado 14.05.2017, 07:45

O problema do João

Na última sexta-feira, trouxe a seguinte descrição de personagem:

João tem 28 anos. É um cara extrovertido, e muito inteligente. Ele é formado em engenharia. Como estudante, sempre foi muito ativo e bastante preocupado com questões de discriminação e justiça social, especialmente casos de bullying dentro da faculdade. Nos tempos de faculdade, João estava gordinho. Hoje ele mudou essa história.

Para as possíveis respostas:

Na sua opinião, hoje João é:

(A) Analista financeiro


(B) Decorador de interiores


(C) Analista financeiro e fisiculturista


(D) Corretor de imóveis


(E) Jogador de pólo


(F) Arquiteto


G) Fisiculturista

Com 68% das respostas, a alternativa C venceu a enquete por maioria esmagadora.
Você percebe que esse resultado viola uma regra de lógica elementar?


João de dia, Linda à noite...

Não, o nosso amigo não é decorador de interiores, como afirmou o leitor Felipe (“resolveu assumir de vez”).

Na verdade, não nos importa o que ele de fato é.

Minha pequena pesquisa junto aos leitores do M5M apenas consolida a conclusão de uma pesquisa mais abrangente, conduzida pelo psicólogo israelense (e Nobel de economia) Daniel Kahneman: o “Linda problem”.

Kahneman utilizou a personagem Linda em pesquisa de contexto semelhante ao do nosso João para dar evidências conclusivas sobre o papel de heurísticas de julgamento e de sua incompatibilidade com a lógica nas decisões humanas.

Quando você especifica um possível evento em maior detalhe, só pode diminuir a sua probabilidade. Ou seja, apesar de um possível viés a partir da descrição do personagem, quem apostou na alternativa “C” ignorou a maior probabilidade de “A” ou “G”. Um subconjunto só pode ter probabilidade inferior ao conjunto.

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Quem estivesse certo com “C” também estaria se apostasse em “A”, por exemplo, mas teria chances muito maiores de acerto.

Por que tudo isso?

O problema da Linda/João é um problema de finanças comportamentais. Do papel das emoções e ilusões cognitivas que levam os agentes de mercado a cometer erros sistemáticos em cálculos de probabilidade e, por conseguinte, na avaliação de riscos e valor de ativos.

Também mostra como plauseabilidade (todos se atentam às características e buscam uma narrativa histórica) está inclusive à frente da probabilidade e do manual científico. Remetemo-nos, assim, de novo, também à importância da retórica na Economia, conforme bem demonstraram Deirdre McCloskey e Persio Arida, não necessariamente nessa mesma ordem.

A questão em pauta ajuda a explicar as distorções de preços de ativos, a inconsistência de modelos de projeção (ex. modelos de fluxo de caixa descontado e preços-alvo de ações) e a contestar a hipótese de mercados eficientes (de E. Fama) quando levada a rigor.

Ou, por que filosoficamente uma teoria de antifragilidade (de N. Taleb) é superior ao argumento estrito de valor intrínseco (Graham/Buffett). 


O prêmio secreto

Peço desculpas por não ter respondido um a um pessoalmente, mas o volume de emails à pesquisa tornou humanamente impossível.

Tanto eu quanto Felipe Miranda temos trabalhos acadêmicos na área de finanças comportamentais, e os resultados obtidos com os leitores do M5M serão utilizados em estudos que estamos elaborando sobre o tema. Portanto, agradeço imensamente a participação de todos. O sonho do Felipe é fazer um livro (o segundo dele) levando a abordagem teórica das finanças comportamentais à prática de investimentos.

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Para todos que enviassem respostas, havia prometido o sorteio de um prêmio secreto. Três sortudos levaram a série completa Como Investir em Opções, que possui cinco relatórios.

Temos explorado os exageros e distorções de mercado na Carteira Semanal de Opções, buscando ganhar com a volatilidade. Na maioria das vezes, é melhor apostar em uma assimetria de retornos potenciais do que jogar todas as fichas na alternativa “C”.

O salto da inflação

Passando do interessante ao burocrático, hoje é dia de relatório Focus, bebê.

Chamou atenção o salto da projeção para inflação, que foi de 6,01% para 6,11% da semana passada para esta.

Alguém tem dúvida que o mercado errou na sua avaliação anterior?

Alguém tem dúvida que o Bacen errou em subir a Selic em apenas 25 pontos-base na última reunião?


Os três pontos-chave dos mercados

Os mercados apanharam bem na semana passada. Nosso Ibovespa foi abaixo de 45 mil pontos, buscando seu menor patamar desde 2009, enquanto os índices de ações americanos S&P 500 e Dow Jones sofreram sua pior semana desde janeiro, com China, Crimeia e Fed como pano(s) de fundo.

1. A reviravolta: perspectivas de desaceleração e bolha de crédito na China arrasaram commodities. Em resposta, os governantes locais anunciaram um pacote de urbanização, com a meta de aumentar a população das cidades de 53,7% para 60%. Isso envolve cerca de 90 milhões de pessoas (!). A Vale (VALE5) agradece.

2. O cai no boato, sobe no fato: o referendo devolveu a Crimeia à Rússia por vitória ainda mais esgamadora do que a enquete do João: 97% (!). O resultado era esperado. Talvez tão esperado como o fato de EUA e União Europeia não reconhecerem o resultado. Aqui, a eventual surpresa segue surpresa. Como e de quanto serão as eventuais sanções? As ações de frigoríficos aguardam...

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3. O autista: essa semana tem reunião do Fed. As apostas predominantes são de intensificação do tapering, o programa de retirada dos estímulos, com redução de mais US$ 10 bilhões no programa. Com menos dólares circulando, como o dólar (real) deve(ria) reagir?


04:17- Alô, acionistas da Oi

Chegou a hora de partir do manifesto para prática contra a proposta de fusão de Portugal Telecom e Oi. Uma operação que julgamos danosa aos minoritários da Oi e ao mercado de capitais brasileiro.

Em dezembro, publicamos um texto convocando os acionistas da Oi a formalizar suas reclamações, com o objetivo de brecar esse importante retrocesso em termos de governança corporativa.

Agora estamos divulgando um modelo de procuração para facilitar o voto pequeno acionista na assembleia que avaliará a operação, no dia 27. Já que somente a necessidade de viajar até o Rio de Janeiro poderia inviabilizar o plano de união de forças contra o negócio.

Neste link você encontrará as instruções do pedido de procuração. Basicamente, no caso do investidor pessoa física, pede-se cópia autenticada de documento de identificação com foto e comprovante da titularidade das ações da Oi.

E aqui está disponível o modelo a ser preenchido da procuração. A documentação deve ser entregue até o dia 26.

Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.

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