Essa novela é longa. A LyondellBasell, petroquímica anglo-holandesa desistiu oficialmente de fazer uma oferta de compra pela Braskem (SA:BRKM5).
A campeã-nacional é tão enrolada, tão enrolada, que não foi possível à holandesa conseguir separar a operação do novelo de lã que é seu entorno.
Resumidamente, Braskem é controlada por Odebrecht e Petrobras (SA:PETR4). A Odebrecht está quebrada e só lhe resta a Braskem - cujas ações foram dadas em garantia para uma infinidade de dívidas.
O gatilho da desistência foi a falência de Atvos - negócios de etanol da Odebrecht, que têm em garantia ações da Braskem - que poderão ser tomadas pelos bancos. Além disso, existe a possibilidade de que esta quebra cause um Cross-default.
O Cross-default é quando os credores podem pedir falência de outras empresas de um mesmo grupo após quebra de uma das empresas. É uma proteção aos credores que pode ser MUITO amarga para a Odebrecht.
Sem a venda, imaginamos que os bancos sejam mais agressivos em tentar tomar as ações de Braskem da Odebrecht e acabar logo com este embuste. Só a Braskem gera caixa no um-dia-poderoso mas endividado grupo econômico.
A venda vem sendo negociada há anos e servia como uma baliza de preços para as ações. Até 72 reais por ação já foram ventilados como o preço que sairia o negócio. Hoje, a 41 reais, com os resultados piorando e sem comprador, o valor é um sonho distante.
Gostávamos muito de BRKM quando ela gerava uma enormidade de caixa (spreads petroquímicos lá em cima). Hoje, -33 por cento abaixo da máxima, as ações de Braskem já são mais aquelas, mesmo parecendo barata a 5x Ebitda e 12x lucros.
O Investidor de Valor não gosta depender de comprador externo e saímos de Braskem justamente por isso. O risco é elevado demais.
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