“Não sei o que vem pela frente…
…só espero que seja pela frente.” A frase é de um amigo e ex-colega de trabalho que tenho em alta conta, e reflete bem a sensação que toma conta dos mercados.
Tenho recebido, nos últimos dias, diversos e-mails de leitores preocupados com o rumo das ações nos últimos dias.
Você lembra do quanto eu falei, do quanto eu insisti a respeito de avaliar bem o risco do seu portfólio, de regular sua exposição a ativos mais arriscados e de comprar seguros? Pois é.
Não é previsão. Se trata, pura e simplesmente, de reconhecer que as coisas acontecem: os mercados mudam de rumo, não raro repentinamente, e deixar para pensar em contingências depois simplesmente não adianta.
Senta na mão
Preocupações em torno da possibilidade de vitória de Trump levam os mercados mundiais à sua pior semana desde o Brexit.
O noticiário corporativo é misto nos dois lados do Atlântico, e os dados de emprego nos EUA vieram bons — dando suporte ao já surrado cenário de elevação de juros por lá em dezembro. Tudo isso, entretanto, cai para segundo plano por conta da proximidade das eleições americanas.
A série de quedas consecutivas do S&P500 já é a maior desde 2008. O que cheira, sinceramente, a um grande exagero.
Conselho? Se você fez bem sua lição de casa e está confortável com as teses de investimento do seu portfólio, simplesmente sente na mão. Desligue o monitor de cotações e vá fazer outra coisa: a marcação a mercado machuca os impacientes nos momentos de tensão.
Convexidade no mercado de gurus
Está fácil — muito fácil — ir à imprensa falar que uma eventual vitória de Trump significará o cataclisma para os mercados financeiros mundiais.
A fila de especialistas de última hora, ansiosos por fazer previsões em frente a uma câmera, só aumenta. Sagrados pelo consenso de que uma vitória republicana conduzirá a América ao abismo, eles ficam cada vez mais ousados.
Virou lugar comum fazer uma “previsão” de que a bolsa cairá 30 por cento e o dólar vai a 3,50 se Trump ganhar. Não porque haja bases objetivas para isso, mas simplesmente porque o discurso se alinha ao sentimento da imprensa left-lib.
É uma aposta barata: se não se concretizar, ninguém lembrará do candidato a guru; se acertar, temos um novo Nouriel Roubini. Convexidade pura.
Igualzinho ao que vimos no Brexit.
Promoção de aniversário
Empiricus faz 7 anos hoje, e tem promoção de aniversário.
Pensei em diversas chamadas-clichê para usar aqui:
“No nosso aniversário, quem ganha presente é você!”
“O gerente enlouqueceu! Tudo pela metade do preço!”
Mas sinceramente? Produto bom se vende sozinho.
A proposta é a seguinte: você pode assinar hoje dois dos nossos serviços essenciais pelo preço de um. Justo e direto.
Os produtos falam por si, e tem para todos os perfis de investidor.
Interessou? Olha aqui.
Mas atenção: ao contrário de rede de supermercado, nós só fazemos aniversário uma vez ao ano.
Oportunidade no fluxo
Ninguém pode, até aqui, acusar Ilan Goldfajn de ser inconsistente.
O presidente do Banco Central repetiu, em palestra fechada ontem, o que vem dizendo reiteradamente desde o penúltimo Copom: a magnitude do corte de juros dependerá da evolução do setor de serviços — que ainda pressiona um pouquinho a inflação — e do andamento das medidas do ajuste fiscal no Congresso.
O nervosismo do mercado com questões exógenas — leia-se principalmente eleições nos EUA — tem contribuído para fazer as taxas longas voltarem a subir. É fluxo, tão somente fluxo.
Oportunidade adicional para quem ainda não se posicionou nos prés — ou quer reforçar posição.
Olho nas concessões
Ao contrário do que o noticiário faz parecer, nem tudo gira em torno de Donald e Hillary. Está saindo do forno a MP de regularização das concessões. Tudo indica que será publicada na próxima semana.
O dispositivo deve esclarecer as condições para que contratos de concessão problemáticos sejam rescindidos amigavelmente, o que possibilitará colocar em ordem a bagunça deixada por Dilma de maneira mais rápida e (bem) menos traumática do que teríamos mediante o processo tradicional.
Deve trazer também as condições para renovação antecipada de concessões vigentes, o que deve atrair atenção para empresas com ativos nesta situação. Olhamos com especial atenção para Rumo, em função da Malha Paulista.