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Mercado de Trabalho Melhorando

Publicado 18.09.2017, 09:19

Continuamos vivendo no mundo político um “inferno astral interminável”. Não há uma semana em que não estoure um escândalo ou novas denúncias venham a se somar às já existentes. Não dá nem para pensar, “aahh, agora a coisa vai”. Quando achamos isso, vem mais um escândalo e acaba causando novos focos de incerteza.

Na economia real, em contrapartida, algum descolamento em relação à crise política se observa. A atividade ensaia uma retomada mais duradoura, a inflação segue em trajetória de baixa, mesmo com alguns repiques pontuais no meio do caminho, a taxa de câmbio se encaminha a R$ 3,00 e a taxa de juros a 7,0%. Na ata do Copom, confirma-se o que já se esperava. O BACEN deve moderar seus próximos cortes da taxa Selic, devendo se limitar a 0,75 ponto percentual, a 7,50%, na reunião de outubro, e na última, em dezembro, a 0,50 ponto percentual, a 7,0% para o fim deste ano. Na área fiscal a situação segue delicada e indefinida, com o déficit primário de julho em 12 meses registrando R$ 170 bilhões, 2,66% do PIB, maior do que no mês anterior (2,62%). Diante disso são poucos os que acreditam que a nova meta, déficit de R$ 159 bilhões, seja cumprida neste ano.

No mercado de trabalho alguma recuperação se observa, mas é preciso uma análise mais atenta sobre os dados

Pela PNAD Contínua de julho a recuperação da oferta de empregos acabou impulsionada, em grande parte, pela geração de vagas informais, crescendo as iniciativas por conta própria. Ou seja, a formalização do mercado até que esboçou alguma reação neste momento de recuperação da economia, mas o que aumentou de fato foram as pessoas partindo para os seus negócios, algumas até em situação de desalento, já tendo desistido de procurar emprego. Entre junho e julho a taxa de desemprego (ou desocupação) recuou de 13,6% a 12,8% da PEA, com o número de desempregados passando a 13,3 milhões, 5,1% menor do que no trimestre anterior.

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Neste segundo trimestre, dos trabalhadores desocupados no ano anterior, 31,7% conseguiram retornar ao mercado de trabalho. Ou seja, houve expansão de 3 pontos percentuais quando comparados ao mesmo trimestre do ano passado. Por outro lado, as pessoas que perderam seus empregos recuaram de 3,6% no segundo trimestre para 3,4% neste período de 2017. Uma interessante pesquisa do IPEA sobre mercado de trabalho, divulgada na semana passada, lança novas luzes sobre este tema.

Segundo ela, “embora boa parte deste crescimento da ocupação tenha ocorrido no mercado informal, os dados recentes mostram que o setor formal também sinalizou alguma recuperação, seja reduzindo o ritmo de demissões, seja expandindo seus rendimentos a taxas superiores às dos demais”.

No segundo trimestre de 2017, na transição dos ocupados para os desocupados, 32% estavam no mercado formal, percentual este 10 p.p. menor do que o observado há dois anos.

Adicionalmente, a alta de 3,6% nos salários pagos ao setor privado com carteira assinada acabou maior do que a dos informais, em queda de 2,9%, e a dos trabalhadores por conta própria, recuando 1,2%.

Outra constatação é a de que os movimentos no mercado de trabalho indicam que a crise vem afetando mais profundamente os mais jovens, mais expostos às oscilações do mercado e mais sujeitos à demissão. No segundo trimestre, do total de desempregados com idade entre 18 e 24 anos, apenas 25% obtiveram nova colocação no mercado de trabalho, sendo este o mais baixo nível desde o início da pesquisa em 2012 (37%). Dentre os desempregados nesta faixa, a taxa passou de 5,2% para 7,2%. No que se refere aos rendimentos salariais, esta faixa teve perda de 0,5% pela base interanual, enquanto que os trabalhadores com mais de 60 anos registraram elevação de 14%.

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Neste contexto, é de se prever que a taxa de desemprego continue a recuar nos próximos meses, ainda mais com a proximidade das festas de final de ano, embora este tipo de emprego seja de pouca qualidade e temporário na sua maioria. No que se refere aos ganhos salariais, também prevemos alguma melhora, já que a inflação segue sob controle e o câmbio apreciado, o que vem elevando o ganho real de renda das famílias. Isso deve contribuir para impulsionar o Consumo das Famílias, um dos segmentos a impulsionar a economia daqui para frente.

Segundo o IPEA, os rendimentos do trabalho mostram “uma dinâmica mais favorável há três trimestres”. No trimestre móvel terminado em julho o rendimento médio registrou alta de 3,0% contra o mesmo período de um ano antes, oitavo mês seguido de crescimento. Como já dito, a queda da inflação e a recuperação da economia explicam este quadro. Mas também o chamado “efeito composição dos salários”, já que na crise a opção inicial é pela demissão dos trabalhadores menos qualificados e, portanto, com salários menores, pois esses são mais fáceis de serem recontratados no momento de retomada da atividade econômica. Com isso, a média salarial se eleva mesmo na ausência de reajustes.

Por fim, o IPEA mostra alguma cautela com a queda do desalento - fenômeno em que as pessoas deixam de procurar emprego por acharem que não conseguiriam uma vaga. Isto deve fazer aumentar o número de pessoas em busca de trabalho, o que deve impactar no recuo da taxa de desemprego, mesmo com uma expansão da ocupação. Ainda segundo o IPEA, “no segundo trimestre deste ano, 44,7% das pessoas aptas ao trabalho estavam fora da PEA por acharem que não conseguiriam um emprego, o que representa uma queda de 2,5 pontos porcentuais em relação ao trimestre anterior”.

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Até o final deste ano é possível que a taxa de desemprego recue a 12% da PEA e no ano que vem recuando a 11%, com os rendimentos dos trabalhadores se recuperando mais lentamente neste ano, pelo possível repique da inflação.

EVOLUÇÃO DA TAXA DE DESOCUPAÇÃO E DOS RENDIMENTOS

Taxa de Desocupação

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