O mercado futuro de açúcar em NY encerrou a sexta-feira cotado a 11.47 centavos de dólar por libra-peso, uma queda de 17 pontos em relação ao fechamento da semana anterior, mas pelo menos R$ 15 por tonelada melhor uma vez que a moeda brasileira se desvalorizou diante do dólar mais de 3% na semana encerrando a R$ 4,1240 o maior valor desde setembro do ano passado. Como bem observou um experiente corretor de NY, é como se a semana não tivesse existido, tal a falta de notícias relacionadas ao setor e com os negócios no físico praticamente paralisados.
Exemplificando em números, o volume de negócios na Bolsa tem sido muito baixo, em agosto a média diária de contratos foi de 105,000 que é 12% menor do que a média do mês de agosto de 2018. Este ano, até sexta-feira, 24 milhões de contratos já foram negociados, pouco acima dos 23,6 milhões no mesmo período do ano passado.
Enquanto isso, já que o mercado não vai para lugar algum, os fundos adicionaram mais 10,659 lotes vendidos na semana, agora totalizando 163,643 lotes vendidos à descoberto (8,3 milhões de toneladas de açúcar equivalente).
Continua a guerra comercial entre EUA e China com esta agora impondo tarifas retaliatórias em outros 75 bilhões de dólares de exportações americanas que incluem automóveis, soja, algodão, produtos suínos e bovinos, entre outros. Como não podia ser de outra forma, as commodities agrícolas desabaram, enquanto ouro subiu. O ambiente externo está pesado e o medo de recessão paira sobre nossas cabeças.
Alguns economistas americanos acreditam que “nunca estivemos tão perto de uma recessão como agora”. A maior evidência estaria no fato que o spread entre os rendimentos de 2 e 10 anos nos EUA se tornou negativo pela primeira vez em 12 anos. Toda vez que observamos uma inversão da curva de juros, esta resultou numa recessão. Isso desde 1950.
A UNICA publicou o número de moagem na quinzena. “No acumulado da safra 2019/2020 até 16 de agosto, a moagem somou 350,31 milhões de toneladas, relativamente igual às 350,22 milhões de toneladas processadas no mesmo período do último ano. Mas para o Estado de São Paulo, a defasagem permanece. Foram 204,31 milhões de toneladas moídas pelas unidades paulistas até 16 agosto, queda de 2,50% sobre o ciclo 2018/2019”, diz o relatório. A produção de açúcar acumulada no Centro-Sul é de 15,457 milhões de toneladas de açúcar uma queda de 6.34% em relação à safra passada. O total de etanol produzido alcança 17,874 bilhões de litros, que de 1.39% em relação ao ano passado. Mesma quantidade de cana, mas menos produção: este ano a quantidade de ATR por tonelada de cana baixou 5.34 quilos. E ainda vai cair mais. O mix acumulado está em 35.4% açúcar e 64.6% etanol.
A histeria mundial acerca da queimada na Amazônia certamente deve fazer parte de um plano mais bem elaborado por parte daqueles que se sentem incomodados com a nova postura do Governo Federal. Os dados publicados pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial) mostram que houve 76.720 focos de fogo na região até a data de hoje e que se mantida essa proporção, chegaremos no final de 2019 próximo a 120.000 focos, 10% abaixo do total do ano passado e 65% abaixo do máximo observado durante 2007, durante o Governo de Lula. Esses dados podem ser checados aqui: http://queimadas.dgi.inpe.br/queimadas/portal/estatistica_paises
A Agência Espacial Americana, NASA, afirma que pela análise de dados de seus satélites, a atividade total de incêndios na bacia amazônica este ano esteve próxima da média em comparação com os últimos quinze anos. O que está por trás dessa histeria coletiva? Minha tese é que grande parte da mídia nacional viu secar a fonte de receitas provenientes da propaganda governamental. O presidente fechou algumas torneiras e essa mídia, dominada pelo que há de pior da esquerdalha política delirante e esquizofrênica, traçou como objetivo destruir a imagem do Brasil lá fora, com o beneplácito de alguns focos da diplomacia contaminada, de ONG’s aqui sediadas e de pseudo-celebridades grotescas que não seriam capazes de apontar a Amazônia no Mapa Mundi e acreditam que nela habitam leões, tigres, cangurus e girafas.
A queimada é um problema que o Brasil enfrenta há anos e deve ser combatida. Disso não se tem dúvida. Só que agora ela virou ideológica. Querer culpar o Governo Bolsonaro pelos focos de incêndio na Amazônia é tão insano quanto culpar o presidente Trump pelo recente e devastador incêndio na Califórnia ou culpar o boquirroto presidente da França, Emmanuel Macron, pela destruição de Notre Dame.
A quem interessa essa difamação do Brasil? À esquerda brasileira derrotada inconformada com a perda do poder e do dinheiro que jorrava do esgoto petista? À grande mídia que ficou sem dinheiro dos anúncios do Governo? Os produtores agrícolas da Europa que temem o aumento da participação do pujante agronegócio brasileiro numa eventual finalização do acordo do Mercosul com a União Europeia? Façam suas apostas. O fato indiscutível é que ninguém está preocupado com a extinção da Ararinha Azul (SA:AZUL4) ou do Mico-Leão-Dourado, mas apenas com o próprio bolso ou com seus fundilhos.
Bom final de semana a todos.