Mercado inicia setembro à espera do Fed

Publicado 01.09.2025, 09:09

O mercado financeiro passou agosto esperando setembro chegar. Não. Nada a ver com a agenda desta semana, que traz o PIB do Brasil e o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, amanhã, além de dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos (Payroll), na sexta-feira. A espera dos mercados será um pouco mais longa, até meados deste mês. 

 

É quando o Federal Reserve reúne-se e deve cortar os juros americanos pela primeira vez neste ano, conforme sinalizado em Jackson Hole. Como consequência, o dólar tende a ficar ainda mais fraco de forma generalizada. Porém, para manter o status de reserva global da moeda, o presidente dos EUA Donald Trump mira as stablecoins

 

O movimento também despertou a China para o mundo das finanças digitais. O gigante emergente parece estar adormecido, mas, na verdade, está elaborando o 15º Plano Quinquenal (2026-2030). As metas do governo para o fim desta década serão conhecidas em outubro, quando ocorrerá a Plenária do Partido Comunista Chinês (PCCh).     

 

Enquanto isso, os investidores vão vivendo a cada dia o seu mal. E ele tem nome e sobrenome: início de mês. A virada da folhinha para o último período do terceiro trimestre leva a um ajuste nas carteiras de investimentos, o que deve aguçar o vaivém dos ativos de risco já nesta segunda-feira (1º), apesar do feriado nos EUA manter Nova York fechada hoje.   

Foto do mercado

 

Esse ajuste vem na esteira do desempenho em agosto. O Ibovespa encerrou o mês passado em novo recorde nominal, aos 141.422 pontos, com valorização de mais de 6%. Foi o melhor desempenho mensal em um ano. Aliás, os ganhos acumulados desde janeiro somam 17,6%. Mas a pontuação do índice acionário que importa é a em dólares. 

 

Conforme levantamento da Elos Ayta Consultoria, o retorno anual do Ibovespa em Dólar é de 34,2%. Trata-se do segundo melhor desempenho desde 2010, atrás apenas do salto de 66,5% em 2016. Tanto naquele ano quanto agora o movimento é impulsionado pela forte queda do dólar. 

 

A propósito, a moeda norte-americana decide neste mês se vai romper o patamar de R$ 5,40 e buscar o próximo suporte, entre R$ 5,20 e R$ 5,15. Trata-se de uma queda relevante. Ainda mais diante das perdas de 3% apenas em agosto em relação ao real. No ano, o dólar está 12,3% mais barato para o brasileiro. 

 

O veredicto no câmbio deve sair junto com a decisão do Fed. Uma queda adicional do dólar tende a abrir espaço para cortes na taxa Selic. O mercado ainda resiste em falar de queda no juro básico brasileiro por causa da incerteza fiscal e do impacto do tarifaço de Trump na economia. Mas isso não deve durar muito tempo. A ver o que traz o relatório Focus.

Confira o que vem por aí 

 

- Agenda da semana traz PIB do Brasil e payroll nos EUA 

O relatório de mercado do Banco Central com as previsões das principais variáveis macroeconômicas sai logo mais (8h25), abrindo o calendário econômico de setembro. Mas o destaque doméstico fica com os números do Produto Interno Bruto do país no trimestre passado, na terça-feira (2).

No mesmo dia, o Supremo Tribunal Federal (STF) inicia o julgamento do ex-presidente Bolsonaro e outros sete réus. A ação penal apura tentativa de golpe de Estado em 2022. Porém, “a verdade é uma só: o mercado não está nem aí pro Bolsonaro. A galera só pensa no [governador de São Paulo] Tarcísio [de Freitas]”, resumiu um gestor. Nas mesas de operações, a corrida presidencial já começou e as pesquisas eleitorais para 2026 aguçam os negócios locais.

Depois, o foco da agenda se desloca para o relatório oficial de emprego nos EUA, na sexta-feira (5). Entre o PIB do Brasil e o payroll, saem dados sobre a atividade nos setores industrial e de serviços ao redor do mundo ao longo desta semana, que começa com um feriado nos EUA pelo Dia do Trabalho, marcando o fim das férias de verão.

O que rolou

 

- Operação da PF mira atuação do PCC na Faria Lima

Operação Carbono Oculto da Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão e prisão de investigados na avenida Faria Lima, em São Paulo, na última quinta-feira (28). O endereço é conhecido como o centro financeiro da capital, onde robustos prédios espelhados abrigam as sedes dos maiores bancos do Brasil. 

Entre os 350 alvos, estava a maior gestora independente do país, a REAG Investimentos (BVMF:REAG3), empresa listada na Bolsa de Valores. A PF suspeita do uso de cerca de 40 fundos de gestoras pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) para gerir negócios na economia formal. Ação reforça necessidade de legislação do Sandbox Regulatório no setor financeiro.   

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