Os mercados globais perdem um pouco de vigor nesta quarta-feira (22), último dia completo de pregão em Wall Street, onde os negócios já se enfraquecem antes do feriado nos Estados Unidos. Ontem (21), o Ibovespa sentiu essa perda de tração e interrompeu uma sequência de quatro altas seguidas, depois de ir ao maior nível desde julho de 2021.
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A agenda econômica mais fraca do dia contribui para o ritmo mais lento da sessão. Os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA, as encomendas de bens duráveis - ambos às 10h30 - e a leitura final da confiança do consumidor medido por Michigan (12h) não devem alterar a convicção dos mercados sobre o fim do aperto pelo Federal Reserve.
A ata da reunião deste mês reforçou a mensagem do higher for longer, mostrando que o Fed está em uma batalha silenciosa contra a inflação. São os rendimentos (yields) dos títulos dos EUA (Treasuries) que estão à frente do combate, se movimentando ao sabor dos dados. Porém, se necessário, o Fed está com o dedo no gatilho para usar mais munição.
Velho normal dos mercados
Só que nada disso fez muita diferença aos olhos dos investidores, que estão convictos de que não haverá mais nenhum aumento nos juros dos EUA e o primeiro corte ocorrerá já em maio do ano que vem. Da mesma forma, a aposta de um ciclo de cortes mais profundos na taxa Selic é que alimenta o rali dos ativos brasileiros, com a bolsa subindo fartos 11% só em novembro.
Porém, vale lembrar que os mercados foram surpreendidos pela pandemia em 2020, depois pela disparada dos preços em 2021, pela guerra na Ucrânia em 2022 e a segunda pernada de alta da inflação e ainda não conseguem entender em pleno 2023 que o mundo mudou. Ou seja, 2024 não será uma repetição do vaivém dos juros pelos bancos centrais.
Assim, a fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ontem à noite, sinalizando que pode acelerar a velocidade de queda dos juros básicos, deve animar os negócios por aqui hoje. Só que o que está nas entrelinhas é que BCs sentem que estão vencendo a guerra contra a inflação e podem estimular mais a atividade econômica sem perder o controle sob os preços.
Nessa guerra sem armas, os mercados se movimentam, enquanto os BCs se movem por inércia. Porém, na véspera do Dia de Ação de Graças e com a antecipação do rali de Natal na Black Friday, os ativos de risco se acomodam. Trata-se de algo normal após a recuperação vista nas últimas semanas. Aliás, os próximos dias tendem a seguir assim.