“A sinalização pode vir tanto com uma elevação de 150 bp e uma comunicação mais suave ou mesmo através de um corte mais modesto de juros, de forma a demonstrar a redução de ritmo já nesta reunião”
Este foi nosso comentário do início desta semana do COPOM, confirmando que a autoridade monetária optou por uma elevação que não ‘machucasse’ o mercado, dado o contrato de 150 bp estabelecido na reunião anterior, mas que indicasse a mudança de rumo, dada a mudança da realidade entre as duas reuniões.
Na verdade, os sinais de mudança de cenário já ocorriam na reunião anterior, porém o COPOM persistiu em adotar um expediente de quase ‘pânico’ em relação ao cenário vigente e desenhar o cenário que concatenava praticamente o ‘pior dos casos’ em uma só decisão.
O que literalmente vai calibrar a próxima decisão, deixada em aperto finalmente pelo BC será a inflação nos próximos 45 dias, pois mesmo um IPCA-15 acima das projeções não deixou de sinalizar um arrefecimento dos preços, como veremos no IPCA, no qual projetamos elevação de 0,52%.
O contexto ainda é de desafios, inclusive o fiscal, conforme citado no comunicado da decisão, porém o comportamento dos ativos, especialmente do investidor estrangeiro em relação ao Brasil pode se traduzir como uma inflação marginalmente menor e no teto da meta do Conselho Monetário Nacional (CMN).
A eterna pergunta de “como ficam os rendimentos, os juros e etc” sequer precisa ser respondida, pois ao contratar 150 bp na reunião anterior, o COPOM já determinou a taxa futura das operações, ou seja, no futuro, a elevação sempre existiu e agora sim, haverá um real ajuste das taxas.
Saindo do Brasil aos EUA, o ADP Employment com perdas de postos de trabalho surpreendeu às projeções do mercado, ainda que o período seja sazonalmente ruim para o mercado de trabalho e eleva o peso da leitura do Payroll amanhã.
Ainda assim, não existe releitura da posição do Fed quanto aos juros, ainda que dentro da instituição haja o desejo de manter uma posição menos dura quanto à retirada de estímulos e elevações de juros, que devem ocorrer à revelia de tal opinião.
Atenção hoje aos dados de ISM e PMI em nível global, produtividade, custo de mão de obra e pedidos às fábricas, de bens duráveis e de capital nos EUA.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, em meio às enormes perdas do Meta (Facebook (NASDAQ:FB)) no After Market americano.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, em meio a preocupações persistentes de crescimento e tensões geopolíticas.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceto minério de ferro.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, enquanto OPEP+ preserva os planos de produção.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 4,12%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2659 / -0,05 %
Euro / Dólar : US$ 1,13 / -0,142%
Dólar / Iene : ¥ 114,77 / 0,262%
Libra / Dólar : US$ 1,36 / -0,125%
Dólar Fut. (1 m) : 5319,06 / 0,15 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 12,13 % aa (-1,02%)
DI - Janeiro 24: 11,47 % aa (-1,16%)
DI - Janeiro 26: 10,92 % aa (-0,86%)
DI - Janeiro 27: 10,98 % aa (-1,08%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,1781% / 111.894 pontos
Dow Jones: 0,6329% / 35.629 pontos
Nasdaq: 0,4987% / 14.418 pontos
Nikkei: -1,06% / 27.241 pontos
Hang Seng: 1,07% / 23.802 pontos
ASX 200: -0,14% / 7.078 pontos
ABERTURA
DAX: -0,528% / 15531,36 pontos
CAC 40: -0,293% / 7094,42 pontos
FTSE: -0,162% / 7570,89 pontos
Ibovespa Futuros: -1,34% / 112144,00 pontos
S&P 500 Futuros: -1,02% / 4530,75 pontos
Nasdaq 100 Futuros: -2,030% / 14796,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -1,16% / 108,99 ptos
Petróleo WTI: -0,91% / $87,46
Petróleo Brent: -0,94% / $88,63
Ouro: -0,15% / $1.803,30
Minério de Ferro: 3,37% / $139,98
Soja: -0,76% / $1.532,75
Milho: -0,80% / $616,75
Café: 0,00% / $238,90
Açúcar: 0,33% / $17,93