- Resultados do 4T2021 serão divulgados na quarta-feira, 2 de fevereiro, após o fechamento do mercado;
- Expectativa de receita: US$33,34 bilhões;
- Expectativa de lucro por ação: US$3,85.
Quando a Meta Platforms (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34) divulgar seu balanço do último trimestre hoje, os investidores ficarão de olho nos impactos que a mudança da política de privacidade da Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34) podem ter tido na gigante das redes sociais. A Meta, sediada em Menlo Park, Califórnia, é a empresa controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, entre outras plataformas populares de mídia social.
A Meta adotou um tom cauteloso em sua última teleconferência de resultados em outubro, dizendo que seu crescimento de receita poderia ficar estagnado devido às novas regras da Apple, que impedem a coleta de dados de aparelhos móveis, no momento em que o impulso dado pela pandemia aos seus negócios com anúncios começa a desacelerar.
Desde então, as ações do FB vêm andando de lado, subindo apenas 1,7% no último trimestre. No entanto, a liquidação mais generalizada das ações de crescimento em 2022 também pesou sobre os papéis da companhia, gerando um recuo de 6,4% em janeiro. Eles fecharam a terça-feira cotados a US$319.
As mudanças de privacidade da Apple no seu sistema operacional iOS tornou mais difícil o direcionamento de anúncios por parte das empresas de mídia social. As alterações, anunciadas em abril de 2021, exigem que os aplicativos peçam aos usuários permissão para rastreá-los.
Consequentemente, as empresas agora dispõem de menos dados disponíveis para direcionar seus anúncios a públicos adequados e receber informações sobre o desempenho desses esforços.
Em outubro, a Snap (NYSE:SNAP (SA:S1NA34) culpou a política da Apple pela esperada desaceleração do seu crescimento de receitas no 4º tri, fazendo com que o preço da ação caísse mais de 50% desde então.
Além dos obstáculos gerados pela configuração de privacidade da Apple, a Meta e outras empresas de redes sociais também estão vendo seu crescimento ser prejudicado por distúrbios na cadeia de fornecimento mundial, responsáveis por dificultar que pequenas e médias empresas atendam seus pedidos.
Potencial de alta no longo prazo
Apesar dessas fontes de turbulência, os investidores continuam vendo valor de longo prazo na ação da Meta, principalmente porque sua família de aplicativos não para de adicionar usuários. Em uma pesquisa realizada pelo Investing.com com 55 analistas, 46 classificam a Meta como acima da média, com preço-alvo de 12 meses de US$395,37, o que implica um potencial de alta de 23,9%.
Fonte: Investing.com
Nos últimos dois anos, em meio à corrida das pessoas para os apps de redes sociais para manter contato com seus entes queridos e se entreter durante a pandemia, quem se beneficiou foi o Facebook.
Embora o impulso gerado pela pandemia em gastos com anúncios tenha desacelerado, o CEO da empresa, Mark Zuckerberg, está mudando uma parcela significativa dos seus recursos para construir o metaverso, termo usado para descrever um imenso ambiente digital onde as pessoas passam tempo juntas em mundos virtuais.
Em nota recente, Eric Sheridan, analista do Goldman Sachs (NYSE:GS), disse que vê a Meta como uma vencedora secular de longo prazo no metaverso, além de estar bem posicionada para aproveitar a próxima onda da computação. Sua nota diz ainda:
“Nos últimos trimestres, a Meta Platforms apresentou sua visão de longo prazo de se posicionar para a Web 3.0 e o metaverso, como sucessos da internet móvel, incluindo uma mudança em sua razão social e o compromisso de aumentar os investimentos para aproveitar essa oportunidade”.
Além disso, se a história servir de guia, as ações da Meta registraram forte recuperação depois de toda crise significativa que a empresa enfrentou nos últimos anos, inclusive o intenso escrutínio regulatório e de mídia em relação à vulnerabilidade da plataforma ao uso indevido e violações de privacidade dos usuários.
A razão para esse otimismo é simples: as empresas não podem se dar ao luxo de ignorar a plataforma do FB, devido ao seu gigantesco alcance global. No final do terceiro trimestre, o número de usuários diários ativos da família de aplicativos da companhia havia disparado para 2,81 bilhões.
Conclusão
A Meta Platforms pode ficar sob pressão após seus resultados, principalmente por causa das novas políticas de privacidade da Apple e desaceleração nos gastos com anúncios digitais. Mas qualquer fraqueza seria uma oportunidade para investidores de longo prazo que desejam adicionar ações durante correções.