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Meu Café Com a Presidenta Dilma

Publicado 28.10.2013, 21:59
FAZI
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Café com a presidenta

Na sexta-feira, escrevi para todo mundo. Hoje, quero falar com uma pessoa só. Gostaria de conversar com a ilustríssima presidenta Dilma. Platonicamente, claro. Não tenho a pretensão de que ela leia essa humirde newsletter, tampouco venha a responder. Mas não vejo problema com os monólogos.

Quando você conversa com Deus, não espera ouvir muita coisa, certo? Peço desculpas, de imediato, se esta comunicação fere as necessidades básicas de conversas com a presidenta. É algo deliberado. Não acredito que uma interlocução visceral, aquela que vem da alma mesmo, possa se dar a formalidades.

Começo deixando claro que gostava da Senhora. Com o devido respeito, claro. Não há nada de John Nott e Margaret Thatcher neste texto, embora eu reconheça que a Senhora tenha ficado mais bonita nos últimos anos.

Entretanto, nesse seu governo, eu devia estar contente por ter conseguido tudo o que eu quis, mas confesso abestalhado que estou décépcionado – capricho no acento agudo para tentar lembrar mais o Raul.

O meu tripé


Quando de vossa eleição, eu achava que poderíeis endereçar três coisas: a idiossincrasia brasileira da Selic acima de qualquer referência internacional (esse seria seu grande legado macro), a ineficiência do setor público a partir do perfil “gerentona” e a necessidade de melhora da educação (primeiro, colocamos todo mundo pra dentro da escola – abordagem quant – e agora iríamos saltar na qualidade).

Reconheço que, no primeiro ponto, a senhora até tentou. Renovamos o piso histórico para a Selic, mas o fizemos de forma desordenada. Esquecemos das necessidades de incrementar a oferta agregada e esgotamos o modelo de crescimento apoiado no consumo, por sua vez, alimentado pelo crédito.

E agora? Ou a Senhora começa a resolver nossos gargalos de infraestrutura ou iremos para mais um triênio de baixo crescimento econômico. Eu imagino que a presidenta não invista em Bolsa, por razões óbvias.

Mas, em havendo oportunidade, talvez pudesse avisar seu amigo Luciano Coutinho que ALL (ALLL3), Cosan (CSAN3) e Comgás (CGAS5), por exemplo, seriam nomes muito mais atraentes do que os frigoríficos. Isso é infraestrutura na veia e a ideia dos gigantes nacionais, definitivamente, não funcionou – o BNDES já não perdeu dinheiro suficiente com Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3)?

Aliás, a senhora agora está no twitter, não é mesmo? Segue o Nassim Taleb? Too big will fail (os grandes demais vão falir) - #ficaadica.

O telefone do Marcos Lisboa

Já em relação aos outros dois pontos, não vi grandes avanços, ao menos até agora. E eu tenho uma tentativa de explicação para o problema. Porque, entre outras coisas, seu governo não parece ter entendido que o Micro importa mais do que o macro. O governo atual tem um perfil excessivamente macroeconomista.

Colocamos o juro na mínima histórica e desvalorizamos o câmbio tentando salvar a indústria nacional. O que aconteceu? Só fizemos intensificar a desindustrialização. Faltam reformas Micro, pequenos nós desatados que nos empurram para frente, problema a problema sendo tratado.

O Marcos Lisboa fizera um excelente trabalho nessa seara. Talvez a senhora pudesse conversar com ele. Eu tenho aqui o telefone, se quiser. Ele fez uma palestra num evento da Empiricus certo tempo atrás. Lisboa fala muito bem. Ficamos lisonjeados.

Veja, também não quero só criticar. Sobre a indústria, eu preciso reconhecer a recente melhora de Romi (ROMI3), com aumento do backlog e redução do prejuízo, e também como Weg (WEGE3) continua linda. Mas são coisas pontuais, a Senhora entende?

Uma nova metodologia para a velha volatilidade


Enquanto lia a seção anterior, a presidente já teve tempo de passar os olhos no twitter do Taleb? Ele odeia dívida. Eu também – também aqui se refere à dívida; o Taleb não me odeia, não (eu acho, pelo menos). Por isso, eu estou bem preocupado com o endividamento da Petrobras.

São R$ 193 bilhões de dívida líquida – isso não é pouco nem para a Petro. A senhora sabe, né? Estamos acima de 3x o ebitda anualizado depois desses fracos resultados do terceiro trimestre.

Agora, está indo para o Conselho (leia-se seu gabinete) proposta para alteração da metodologia de reajuste dos combustíveis pela Petrobras. É isso que anima as ações – nem sei se era para tanto, dado que o balanço veio bem ruim.

Seja como for, torço para que a Senhora aprecie o tema com a devida diligência. Eu acredito na sua competência. Antes disso, porém, antevejo grande volatilidade para as ações da Petrobras, principalmente sob temor de perda do investment grade.

Esse tema permeia nossa Carteira de Opções Semanal, preparada bem no capricho. O portfólio estreou a semana com o pé direito, empurrado fortemente pela call (opção de compra) de Petrobras e pela put de OGX (opção de venda). Há muito mais por vir. Quem assina a série está sempre comprando seguro barato em Bolsa e pode pegar excelentes potenciais de valorização.

Falando na OGX...


Confesso que eu gostei quando a Senhora chamou a si mesmo de presidenta. Achei um nome forte e feminino – tenho uma atração especial por mulheres vigorosas e delicadas.

Por melhor que seja o nome, não podemos esquecer, porém, que uma presidenta carrega as virtudes e os defeitos de um ser humano, claro. Não temos um X-Men governando o Brasil, certo? A senhora não deve socorrer o Eike.

Ao setor privado, cabe ser remunerado adequadamente pelos riscos tomados. E se não der certo, não deu. Faz parte do jogo do empreendedorismo. Ajudar o Grupo EBX viraria exemplo de livro-texto de risco-moral, aquela situação em que você estimula o caronista.

O jogo parece mesmo ter acabado para OGX sob o âmbito extrajudicial. É uma pena. Eu também sinto por isso. Mas não há o que fazer. Hoje, a Eneva anunciou contrato de opção com os bancos credores da OGX Maranhão dando aos bancos direito de vender à Eneva 66,7% das ações emitidas pela OGX-M pelo preço de R$ 200 MM no caso de execução de garantias pelos bancos credores e/ou pelo agente de garantia.

Ou seja, estamos dividindo o espólio. Sabe aquela situação em que o cara nem morreu e os herdeiros já estão discutindo a partilha?

O auto-interesse vale também para a presidenta


Talvez nada disso importe, há algo mais relevante para se preocupar, não é? As eleições estão logo aí e eu imagino que isso lhe tome todo o tempo do mundo.

Para ajudar nesse processo de leitura do quadro político, nós preparamos uma série dedicada às Eleições, para quem quer se antecipar aos desvios bruscos nos ativos, Bolsa, dólar e juros. Você paga R$ 49,90 agora e terá direito a cinco edições - ou seja, só paga uma vez, agora, e tem direito às cinco peças que serão publicadas a cada um mês e meio. Imperdível, dá pra ganhar uma bela grana investindo certo tendo as eleições como pano de fundo.

El-Rei Sebastião está de volta


Foi um prazer imenso conversar com a Senhora. É, eu sei, não exigia reciprocidade mesmo. Tudo bem. Não vou voltar a incomodá-la. Esse é meu último Mercado em 5 Min. Roberto Altenhofen, uma espécie de Sebastião, El-Rei de Portugal, retoma a autoria a partir de amanhã. Deixo meu sincero obrigado a todos aqueles que me permitiram essa interlocução nos últimos dias.

E se eu não posso ajudar a imensidão de brasileiros feito a presidenta, fecho o discurso falando para os poucos 600 mil CPFs constantes na Bolsa. Eu terminaria o ano bem defensivo.

Pouca coisa (bem pouca) de cíclicos globais, nomes alavancados e coisas parecidas. Passaria longe do Grupo X e das incorporadoras problemáticas. Coisas como Grendene, JHSF, Comgás e Valid me parecem atraentes. Ah, claro, evite estatais.

Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.

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