Dia do Fed
Chegou a quinta-feira de reunião do Fed, agendada para três da tarde.
Depois de sete anos de juros mínimos nos EUA, deparamo-nos com uma possibilidade real de aumento da Fed Funds Rate.
O mercado indica uma chance implícita de 32% de aumento hoje.
Não se trata de uma probabilidade majoritária, mas também não podemos descartá-la por completo.
Minha cabeça diz que o Fed vai esperar até dezembro, aguardando visibilidade sobre China e petróleo.
Meu estômago aguarda uma surpresa imediata.
Dia da tranquilidade
Tudo indica que o estômago do mercado de câmbio também acordou com azia.
O dólar renovou sua máxima em 12 anos nesta manhã, ultrapassando a barreira dos R$ 3,90.
Num dia como hoje, os investidores da Aposentadoria Milionária sentem-se mais tranquilos por carregarem dólares em seus portfólios.
Além do bem-estar envolvido, a tranquilidade ajuda a evitar decisões afobadas em contextos de grande volatilidade.
Se Janet Yellen resolver elevar os juros hoje (ou se pesar no discurso), o câmbio pode facilmente ultrapassar os R$ 4,00.
A boa notícia é que isso torna a Bolsa brasileira ainda mais barata em dólares.
Dia da virada
Não basta apenas concluir que as ações brasileiras estão muito baratas.
Para ganharmos dinheiro, elas precisam se tornar menos baratas.
Abrimos a Virada de Mão a 46.463 pontos, que já viraram 48.397 pontos (no momento em que escrevo).
É uma valorização bem-vinda, mas ainda módica perto do potencial que imaginamos.
Transições do barato ao caro frequentemente dependem de catalisadores.
Dentre os catalisadores latentes, a hipótese de impeachment ganha atenção conforme nos aproximamos de outubro.
Dia da imaginação
A materialização de impeachment desponta como catalisador positivo.
O processo é árduo, e ninguém sabe como seria um novo governo sem Dilma.
Mas o mercado está disposto a pagar por um cenário diferente do atual.
A conta é simples.
Imagine dez outros governos possíveis, dos mais variados.
Quantos deles seriam piores que o de Dilma?
Quantos seriam melhores?
Essa conta é uma prova de que mais volatilidade não significa necessariamente mais risco.
Dia do all in, all out
Agora imagine um jogador desesperado, que já perdeu por várias rodadas seguidas.
Sobra-lhe pouco a perder.
O que ele faz?
Toma todo o risco ao seu dispor. Dobra a aposta na esperança de recuperar as perdas anteriores.
Conforme noticia o Valor, o PT passa a buscar uma “nova política econômica”, que retome o expansionismo monetário e fiscal.
Tombini estaria fora, Levy estaria fora.
Os donos do casino sabem que isso só vai piorar ainda mais a situação, mas o jogador desesperado não decide racionalmente.
Só o que lhe resta é tomar riscos.