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Milho: Compradores afastados do mercado spot nacional em agosto

Publicado 19.09.2023, 14:35
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O avanço da colheita da segunda safra brasileira de milho, as estimativas oficiais indicando produção recorde no País e o início da colheita nos Estados Unidos mantiveram compradores afastados do mercado spot nacional em agosto. Nesse cenário, os negócios estiveram em ritmo lento na maior parte do mês, e os preços cederam. No acumulado de agosto, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa cedeu apenas 0,15%, fechando a R$ 53,54/saca de 60 kg no dia 31. A média mensal, de R$ 53,34/sc, recuou 3% sobre a de julho. Vale ressaltar que o Indicador ESALQ/BM&FBovespa atravessou o mês de agosto operando entre R$ 52 e R$ 53/saca de 60 kg.

Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os valores registraram baixa de 1,8% no mercado de balcão (ao produtor), mas avançaram 1,4% no mercado de lotes no mesmo período. Já quando comparadas as médias mensais de julho e agosto, as quedas foram de 1,5% e 0,7%, respectivamente. Na B3 (BVMF:B3SA3), os contratos recuaram em agosto, devido à elevada oferta interna e à queda das cotações internacionais. Ambos os vencimentos Set/23 e Nov/23 baixaram 4% no acumulado de agosto, fechando a R$ 53,15/sc e a R$ 56,64/sc de 60 kg no dia 31, respectivamente.

ESTIMATIVAS – A Conab reajustou positivamente a estimativa da segunda safra para 100,18 milhões de toneladas (um novo recorde), sendo dois milhões de toneladas acima do relatório de julho e 14,7 milhões de toneladas superior à safra anterior. Com isso, a produção total de milho na safra 2022/23 está estimada em 129,96 milhões de toneladas, também recorde. O consumo foi mantido em 79,4 milhões de toneladas, e as exportações foram ajustadas para 50 milhões de toneladas, dois milhões acima do divulgado em julho. Caso essas projeções se confirmem, os estoques finais para janeiro de 2024 estão previstos em 10,5 milhões de toneladas, quantidade 28% superior à da safra anterior. Em termos mundiais, o USDA indica que, apesar da cautela quanto ao impacto do clima quente e seco nas lavouras, a produção mundial em 2023/24 deve ser de 1,21 bilhão de toneladas. Os aumentos ocorreram principalmente na Argentina, na União Europeia e nos Estados Unidos. O consumo deve totalizar 1,2 bilhão de toneladas, enquanto os estoques mundiais ao final da temporada devem ser de 311 milhões de toneladas, aumento de 4% em relação à 2022/23.

CAMPO – Produtores brasileiros seguiram concentrados nos trabalhos de campo em agosto. Enquanto a colheita – de uma segunda safra recorde – caminhou para a reta final em muitas regiões, em outras, como no Rio Grande do Sul e no Paraná, agricultores iniciaram a semeadura da temporada de verão 2023/24, que pode ter a área menor que a da safra anterior. Em relatório divulgado no dia 4 de setembro, a Conab apontou que a colheita da segunda safra chegou a 89,2% da área nacional, atraso anual de aproximadamente 8 p.p. Os estados de Goiás, Maranhão, Piauí, Tocantins e Mato Grosso já finalizaram as atividades. Em Mato Grosso do Sul, até o dia 25 de agosto, a colheita havia alcançado 54% da área estadual, com atraso de 17 p.p. em relação à temporada anterior, segundo a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul). Esse cenário se deve ao atraso da semeadura e também à expectativa de recuperação nos valores por parte dos produtores. Para o Sudeste, o tempo seco vem beneficiando a colheita, que chegou a 68% em São Paulo e a 94% em Minas Gerais, de acordo com dados da Conab. Já no Paraná, a Deral/Seab indicou que a colheita no estado chegou, até o dia 28, a 63% da área, ainda com 28 p.p. de atraso em relação ao mesmo período da temporada anterior.

Quanto à semeadura da safra verão, foi iniciada no Rio Grande do Sul e no Paraná, mas a área pode ser reduzida, devido aos baixos preços que vêm sendo praticados no mercado interno, além dos riscos climáticos para o período. Assim, parte dos produtores deve optar por outras culturas, como a soja. Conforme a primeira estimativa da Emater, no Rio Grande do Sul (o terceiro maior produtor de safra verão em 2022/23), a redução na área deve ser de 0,7%, mas deve ser compensada pelo aumento de 53% da produtividade. Já para o Paraná, o Deral/Seab, aponta redução de 16% na área estadual e produtividade 1% menor, o que pode resultar em produção de 3,13 milhões de toneladas, queda de 17% em relação à 2022/23. A região de Erechim (RS) já conta com 20% da área semeada, Santa Rosa (RS), com 70%, e algumas cidades próximas que compõem a região de Ijuí (RS) somam 40% da área, segundo o relatório da Emater/RS divulgado no dia 31 de agosto. No Paraná, a Seab/Deral indicou que a semeadura chegou a 9% da área estadual até o dia 28.

PORTOS – Em agosto, a moeda norte-americana avançou 4,6% de 31 de julho a 31 de agosto, a R$ 4,95. O preço em Paranaguá (PR) avançou 3,7% no mesmo comparativo, a R$ 60,13/saca de 60 kg e, em Santos (SP), a alta foi de 6,7% a R$ 61,48/sc no dia 31. Quantos aos embarques brasileiros, totalizaram 9,39 milhões de toneladas em agosto, superando os 7,44 milhões no mesmo mês de 2022 – dados da Secex.

INTERNACIONAL – Apesar das preocupações com o tempo quente e seco no Meio-Oeste dos Estados Unidos, as estimativas indicando safra mundial volumosa e o início da colheita no sul dos EUA pressionaram as cotações. Com isso, entre 31 de julho e 31 de agosto, os contratos Set/23 e Dez/23 recuaram 8,5% e 6,7%, fechando a US$ 4,61/bushel (US$ 181,48/t) e a US$ 4,7825/bushel (US$ 188,28/t) no último dia do mês. Quanto às lavouras, o USDA relatou, no dia 28 de agosto, que 55% da safra norteamericana estava em condição entre boa e excelente. Na Argentina, as atividades estão em bom ritmo e, segundo a Bolsa de Cereales, até o dia 31, a colheita havia alcançado 98,9% da área estimada.

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