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Os preços do milho registraram queda na maior parte de junho. As expectativas de segunda safra recorde já vinham pressionando as cotações e esse movimento de baixa foi reforçado pelo início da colheita no Centro-Oeste. Assim, em algumas regiões acompanhadas pelo Cepea, como Rio Verde (GO), Chapadão do Sul (MS) e Campinas (SP), os valores do cereal no mercado disponível chegaram a operar nos menores patamares deste ano. Com o início da colheita, produtores estiveram mais flexíveis nos valores de venda, enquanto compradores seguiram retraídos, apostando na continuidade das baixas. Na segunda semana do mês, no entanto, o movimento de queda foi interrompido pela demanda mais aquecida e pelas altas do dólar e das cotações externas, o que elevou os preços nos portos brasileiros e, consequentemente, no interior do País. Vendedores, atentos à maior paridade de exportação, adotaram postura firme, enquanto demandantes aguardavam melhores oportunidades com o avanço da colheita, cenário que limitou a liquidez. Contudo, o avanço da colheita da segunda safra, beneficiada pelo clima seco na maior parte das regiões produtoras, voltou a pressionar os valores do milho.
Assim, no acumulado de junho, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa caiu 3,1%, fechando a R$ 83,55/saca de 60 kg no dia 30. A média mensal, de R$ 85,64/sc, recuou 2% sobre a de maio. Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os valores acumularam baixas de 3,5% no mercado de lotes (disponível) e de 2,2% no de balcão (ao produtor). Quando comparadas as médias mensais, as desvalorizações foram de 2,5% e de 2,0%, respectivamente. Na B3 (BVMF:B3SA3), os contratos também recuaram, influenciados pelas expectativas de safra recorde. O vencimento Jul/22 registrou queda de 4,3% em junho, indo para R$ 84,64/sc no dia 30, e o Set/22 se desvalorizou 5,3%, a R$ 87,10/sc de 60 kg. Nos portos, os preços do milho iniciaram o mês em alta, mas recuaram devido à baixa externa no final do mês, apesar do ritmo de embarques superior ao observado na temporada passada. No acumulado de junho, as quedas foram de 6,2% em Paranaguá (PR), a R$ 86,74/saca de 60 kg e de 2,8% em Santos (SP), a R$ 87,52/sc no dia 30. A moeda norteamericana se valorizou expressivos 10,1% de 31 de maio a 30 de junho, a R$ 5,23 no último dia do mês. As exportações totalizaram 1,05 milhão de toneladas em junho, aumento frente às 92 mil toneladas no mesmo período de 2021, segundo a Secex. Quanto às importações, somaram 151 mil toneladas, 30% superior ao observado em jun/21.
INTERNACIONAL – Na Argentina, com a umidade dos grãos diminuindo, a colheita atingiu 46,5% da área cultivada, segundo dados da Bolsa de Cereales do dia 30. Nos Estados Unidos, relatório divulgado pelo USDA também no dia 30, indicou que a área semeada com o cereal aumentou 0,4% frente à estimativa de março, indo para 36,38 milhões de hectares. Quanto aos estoques, até o dia 1º de junho, eram de 110,39 milhões de toneladas, contra 199,4 milhões de toneladas projetadas em 1º de março. Na comparação com o ano anterior, a área é 3,7% menor, mas os estoques são 5,7% superiores. Apesar das preocupações com o clima e o desenvolvimento das lavouras em todo o mês de junho nos Estados Unidos, além da redução da oferta global, em função da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que tem dificultado as exportações pelo Mar Negro, os futuros recuaram no acumulado do mês, pressionados pelos aumentos dos estoques e da área nos Estados Unidos. Quanto aos preços, na Bolsa de Chicago (CME Group), o contrato Jul/22 se desvalorizou 1,29% no acumulado de junho, indo para US$ 7,4375/bushel (US$ 292,8/t), e o vencimento Set/22 recuou fortes 13,28%, a US$ 6,2875/bushel (US$ 247,52/t). As quedas nos preços só não foram mais intensas em função das preocupações com a piora das condições das lavouras norte-americanas de milho. O USDA relatou que 67% da safra 2021/22 estava em condição entre boa e excelente na última semana do mês, contra 73% no início de junho.
CAMPO – O tempo seco e quente permitiu o avanço da colheita no Centro-Oeste do Brasil. Em Mato Grosso, de acordo com o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), 55,5% da área semeada havia sido colhida até o dia 1º de julho, contra apenas 22,5% no mesmo período do ano passado. Com a colheita evoluindo bem, aumentaram os relatos de milho estocado a céu aberto, o que pode prejudicar a qualidade do cereal. Em Mato Grosso do Sul, segundo a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), a área colhida até o dia 1º de julho somava 5,7%, contra 0,3% no ano anterior. O adiantamento ocorreu devido ao fato de a semeadura ter sido realizada na janela considerada ideal. No Paraná, a Seab/Deral apontou que, até o dia 4 de julho, 10% da safra do estado havia sido colhida, com possibilidade de a oferta somar 15,44 milhões de toneladas, 500 mil t a menos que o indicado em maio. Em São Paulo e Goiás, a colheita foi iniciada, mas acabou sendo interrompida em algumas regiões, devido à alta umidade dos grãos. Dados da Conab mostram que, na média do Brasil, a colheita somava 28% da área até o dia 2 de julho. Já quanto à safra verão, a colheita foi finalizada no Rio Grande do Sul, apesar das chuvas, segundo dados da Emater/RS do dia 30 de junho. Para a Conab, a média nacional de colheita foi de 95,1% da área até 2 de julho.