Os valores da soja em grão voltaram a cair na última semana, influenciados pela baixa liquidez e por expectativas de safra volumosa nos Estados Unidos. Entre 19 e 26 de agosto, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&FBovespa, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no porto de Paranaguá (PR), recuou 2,36%, fechando a R$ 81,52/saca de 60 kg na sexta-feira. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, recuou 0,93% no mesmo período, a R$ 78,09/saca 60 kg na sexta. Segundo pesquisadores do Cepea, agricultores brasileiros estão atentos ao clima, temendo atraso nas chuvas em setembro. Caso o clima se mantenha seco, o cultivo de soja pode atrasar.
MILHO: Especulações sobre importação pressionam Indicador
O ritmo de queda dos preços do milho, que havia diminuído na última semana na maioria das regiões pesquisadas pelo Cepea, voltou a se intensificar na sexta-feira, 26. Especulações sobre a possível aprovação de parecer da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), a ser divulgado no próximo dia 1º, ajudaram a pressionar as cotações do cereal. Se aprovado, brasileiros poderão adquirir, isentos de tarifa de importação, até um milhão de toneladas de milho norte-americano, o mais competitivo do mundo. Nesse cenário, produtores, que estavam resistentes em negociar o milho a valores menores, cederam nos preços pedidos. Assim, de 19 a 26 de agosto, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) recuou 2,06%, a R$ 43,71/saca de 60 kg na sexta-feira. Na parcial de agosto, o Indicador acumula baixa de 9,3%. Do lado da demanda, segundo pesquisadores do Cepea, grandes consumidores se mostram estocados e, com isso, adquirem lotes apenas quando há maior necessidade.
MANDIOCA: Apesar da demanda superior à oferta, preço segue estável
A oferta de mandioca esteve abaixo das expectativas de colaboradores do Cepea na última semana. Produtores não conseguiram oferecer quantidade de matéria-prima suficiente para a indústria, que segue dedicada ao processamento da raiz. Enquanto há menor quantidade de áreas a serem colhidas, alguns produtores preferem focar no plantio da nova safra; já aqueles que ainda possuem raiz, optam por postergar a colheita. No entanto, mesmo com o cenário de baixa oferta entre 22 e 26 de agosto, a média a prazo para tonelada de mandioca posta fecularia ficou em R$ 367,81 (R$ 0,6397 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), 0,3% abaixo da média da semana passada.