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Monetarismo: Uma teoria associada ao economista Milton Friedman

Publicado 09.06.2023, 11:35
Atualizado 09.07.2023, 07:32

O monetarismo é uma teoria econômica que ganhou destaque na segunda metade do século XX, principalmente por estar associada ao renomado economista Milton Friedman. Esta teoria argumenta que a oferta de moeda é o principal determinante da atividade econômica e da inflação. Os monetaristas defendem uma política monetária estável e rejeitam a intervenção do governo na economia. Neste artigo, exploraremos em detalhes os fundamentos do monetarismo e sua relevância na teoria econômica.

Origem e Principais Conceitos

O monetarismo como escola de pensamento econômico emergiu durante a década de 1950, quando Milton Friedman e Anna Schwartz publicaram a obra "A Monetary History of the United States". Nesse livro, os autores argumentaram que a Grande Depressão dos anos 1930 poderia ter sido evitada ou mitigada se o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, tivesse adotado uma política monetária mais expansionista.

A principal proposição do monetarismo é que a oferta de moeda é um fator-chave para determinar o nível de atividade econômica e a inflação em uma economia. De acordo com os monetaristas, um aumento excessivo na oferta monetária causa inflação, enquanto uma redução na oferta monetária gera recessão. Essa relação é conhecida como a teoria da quantidade de dinheiro.

Para os monetaristas, a oferta de moeda influencia a economia através dos seus efeitos sobre o consumo, o investimento e o produto interno bruto (PIB). Em suma, uma oferta monetária crescente estimula o consumo e o investimento, o que leva a um aumento no PIB. Por outro lado, uma oferta monetária restrita diminui o consumo e o investimento, resultando em uma contração da atividade econômica.

Política Monetária e Intervenção Governamental

Os monetaristas defendem uma política monetária estável, na qual a taxa de crescimento da oferta monetária deve ser mantida em um ritmo constante e previsível. Essa abordagem é conhecida como regra de crescimento monetário. Ao seguir essa regra, os formuladores de políticas podem evitar flutuações bruscas na oferta de moeda, reduzindo assim a volatilidade econômica.

Uma das principais críticas dos monetaristas em relação à intervenção governamental na economia é a crença de que os governos têm uma propensão intrínseca ao desequilíbrio fiscal, ou seja, ao aumento excessivo dos gastos públicos e ao déficit orçamentário. Essa visão se baseia na premissa de que os políticos têm incentivos políticos para buscar políticas expansionistas no curto prazo, mesmo que isso possa levar a consequências negativas no longo prazo.

Os monetaristas argumentam que as políticas fiscais expansionistas, que aumentam os gastos governamentais financiados por meio de endividamento, podem levar a um aumento da inflação. Isso ocorre porque o governo, ao se endividar, aumenta a demanda agregada na economia, o que pode levar a pressões inflacionárias. Portanto, os monetaristas advogam por políticas fiscais prudentes e responsáveis, com o objetivo de evitar desequilíbrios orçamentários e inflação descontrolada.

Relevância e Críticas

O monetarismo teve um impacto significativo no pensamento econômico e nas políticas públicas. Durante as décadas de 1970 e 1980, a teoria monetarista influenciou a política econômica de diversos países, principalmente na luta contra a inflação.

No entanto, o monetarismo também recebeu críticas. Alguns argumentam que a relação entre oferta monetária e atividade econômica não é tão direta e previsível como os monetaristas sugerem. Outros questionam a suposição de que a oferta de moeda é o único fator relevante para a inflação, negligenciando outros elementos, como choques de oferta e demanda.

Além disso, o monetarismo enfrentou desafios práticos em sua implementação. Controlar com precisão a oferta monetária pode ser uma tarefa complexa, especialmente em economias modernas e financeiramente sofisticadas. A velocidade do dinheiro, ou seja, a frequência com que a moeda circula na economia, também pode variar e afetar a relação entre oferta monetária e atividade econômica.

Aqui estão dois exemplos de casos reais em que o monetarismo teve influência significativa antes da conclusão:

Experimento monetarista no Chile (1973-1982): Durante o governo do ditador Augusto Pinochet, o Chile implementou um conjunto abrangente de políticas monetaristas sob a orientação dos "Chicago Boys", um grupo de economistas treinados na Universidade de Chicago, onde Milton Friedman lecionou. Essas políticas incluíam a liberalização dos mercados financeiros, a redução do déficit fiscal e a adoção de uma política monetária restritiva, com o objetivo de controlar a inflação. Embora o experimento tenha enfrentado desafios econômicos e sociais, como altas taxas de desemprego, o Chile conseguiu reduzir significativamente a inflação ao longo do período.

Volcker Shock nos Estados Unidos (1979-1982): Durante a década de 1970, os Estados Unidos enfrentaram uma inflação crescente, impulsionada por choques do petróleo e políticas fiscais expansionistas. Em resposta, o Federal Reserve sob a liderança do presidente Paul Volcker adotou uma política monetária restritiva, elevando drasticamente as taxas de juros para combater a inflação. Essa medida teve um impacto significativo na economia, levando a uma recessão, mas também foi eficaz na redução da inflação, que caiu de mais de 13% em 1980 para cerca de 3% em 1983.

Conclusão

O monetarismo, associado ao economista Milton Friedman, demonstrou sua influência em casos reais, como o experimento monetarista no Chile (1973-1982) e o Volcker Shock nos Estados Unidos (1979-1982). No Chile, durante o governo de Augusto Pinochet, foram implementadas políticas monetaristas baseadas nos princípios do monetarismo, incluindo a liberalização dos mercados financeiros, a redução do déficit fiscal e a adoção de uma política monetária restritiva. Embora tenha enfrentado desafios econômicos e sociais, o Chile conseguiu reduzir significativamente a inflação ao longo desse período.

Nos Estados Unidos, durante a década de 1970, a inflação estava em ascensão devido a choques do petróleo e políticas fiscais expansionistas. Em resposta, o Federal Reserve, sob a liderança do presidente Paul Volcker, adotou uma política monetária restritiva, aumentando drasticamente as taxas de juros para combater a inflação. Essa medida teve um impacto significativo na economia, resultando em uma recessão, mas também foi eficaz na redução da inflação, que diminuiu de mais de 13% em 1980 para cerca de 3% em 1983.

Esses exemplos reais ilustram a aplicação prática dos princípios monetaristas na busca por uma política monetária estável e no controle da inflação. No entanto, é importante reconhecer que o monetarismo também enfrentou críticas e desafios em sua implementação. Compreender tanto os benefícios quanto as limitações dessa teoria econômica é essencial para moldar políticas econômicas adequadas e promover um debate informado sobre o assunto.

Últimos comentários

Muito legal a série. Aproveitando os artigos e que esse gerou menos paixões… faltaram críticas mais elaboradas à Escola Austríaca, fica parecendo que não existem problemas específicos relacionados a essa escola. Espero ler sobre outras escolas do pensamento Econômico.
ficou contraditório o artigo. .. fala em não intervenção do estado, mas coloca o estado como o agente regulador do dinheiro e taxa de juros
Na minha ótica, o monetarismo pode ser classificado como uma das vertentes do liberalismo econômico (baseado no pensamento de Adam Smith). Como dissertado em seu texto, segue a linha “não intervencionista do Estado”. O texto “intervenção” deveria ser repensado, pois o Estado é partícipe do processo econômico como um todo. O gasto público com educação, saúde, seguranca e infraestrutura, por exemplo, são relevantes e necessários para manutenção e crescimento do bem estar social e alimenta o círculo virtuoso da economia. O que deve ser veementemente combatido são os “maus gastos”. O monetarismo de Milton Friedman exerce o controle da economia, mas a engessa e pertuba os agentes econômicos quando excessivos são os controles monetários por meio de compra e venda de títulos públicos, taxa de juros, controle do crédito e depósitos compulsórios, por exemplo gerando recessão, pobreza e maior concentração de renda (ricos poucos consomem) retendo capital e moeda e reduzindo a “veloc do dinheiro”
Não existe teoria econômica perfeita. Existem ferramentas que se bem utilizadas, podem levar aos objetivos traçados.
Faltou apenas lembrar de Keynes.
Ele já fez um artigo sobre o Keynesianismo
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