Mercados emergentes têm o potencial de gerar retornos mais elevados do que mercados desenvolvidos, porém com muito mais volatilidade.
Volatilidade é algo que deve ser bem aceito pelo investidor consciente, pois seu horizonte é de longo prazo e sua decisão de investimento é fruto do entendimento da capacidade de geração de caixa de uma empresa.
Preços flutuam mais do que o valor.
Por que os preços das empresas variam tanto, quando a capacidade de geração de dinheiro no longo prazo das mesmas empresas não muda na mesma magnitude?
Em média, o preço de uma ação individual varia 75% num período de 52 semanas.
Para ilustrar, a cotação mínima e máxima nos últimos 12 meses para a Itaúsa (SA:ITSA4) foi R$8,42 e R$12,30 respectivamente, e para a Vale (SA:VALE3), de R$32,62 e R$62,20.
No entanto, a capacidade de geração de caixa dessas empresas no longo prazo não variou na mesma dimensão.
Por que isso acontece?
Muitas pessoas enxergam ações como simples pedaços de papel negociáveis, que tem preço variável ao longo do tempo e que podem ser comprados e vendidos.
Poucos indivíduos compram e vendem baseados no valor intrínseco de suas empresas. A maioria pensa no curto – médio prazo.
As flutuações nos mercados emergentes fazem parte do jogo.
Se olharmos o número de Bear Markets (períodos com quedas superiores a 20%) e de correções ao longo de 24 anos, vemos que as retrações foram muitas.
Fonte: A Wealth of Common Sense
Como esperado, o maior risco é traduzido em retorno elevado.
Nos últimos 30 anos os mercados emergentes (Índice MSCI EM) tiveram performance superior ao índice das 500 maiores empresas dos Estados Unidos (S&P 500).
Porém o caminha foi uma montanha russa muito mais “radical”.
Fonte: A Wealth of Common Sense
No entanto a relação risco x retorno é mal compreendida pela maioria das pessoas.
Ela não é algo meramente linear.
De tempos em tempos surgem oportunidades na forma de apostas desproporcionas, para investidores com horizonte de longo prazo.
Como exposto pelo investidor de valor e bilionário, Howard Marks:
Montar um portfólio com boa margem de segurança, em que as possibilidades de perda são ínfimas em função do potencial de ganho, gera bons resultados ao longo dos anos.
Com mentalidade de sócio das empresas, e decidindo investir após olhar o preço em função do valor, não se perde o sono em meio à volatilidade.