Por Felipe Fabbri e Alcides Torres
A primeira semana de julho foi de preços firmes em São Paulo e em outras regiões - na praça paulista, a cotação da vaca gorda subiu na última quinta-feira (veja nas tabelas a seguir).
Com a entrada do segundo semestre, destacaremos alguns pontos de atenção para o período e expectativas para o mercado do boi.
A trajetória de estabilidade/alta vigente, seguirá? O mercado futuro indica que sim. Mas, há alguns pontos de atenção: a oferta de boiadas confinadas, que deverá ser maior no segundo semestre, e a oferta de bovinos - principalmente a de fêmeas -, que, se seguir intensa como foi no primeiro semestre, adicionalmente ao aumento da oferta de bovinos confinados, pode pesar no mercado.
E a exportação? Historicamente, o segundo semestre é melhor em volume, preços e receita (foi assim nos últimos 20 e 5 anos). No primeiro semestre de 2024, os embarques foram recorde. Com o forte volume embarcado, fica a dúvida quanto à demanda no segundo semestre.
Com as compras aceleradas, dois comportamentos podem ocorrer: 1) o comprador internacional estocado e mais ausente das negociações com o Brasil, 2) o histórico se repetir, o que acreditamos que ocorrerá - até porque, mesmo que o preço do boi suba no segundo semestre, como indicam os preços futuros, o dólar alto - e assim deve ser até o fim do ano - mantém o boi brasileiro competitivo no mercado internacional.
E a demanda interna? Podemos esperar melhora. O desemprego está mais controlado - próximo a 8,0%, há menor pressão de dívidas pela população na segunda metade do ano e, geralmente, há o aumento da geração de empregos temporários, o recebimento de décimo terceiro salários e bonificações. Somamos a este contexto um preço de carne bovina mais acessível - a demanda deverá ser melhor.
O segundo semestre que se desenha é favorável. Aproveitando a conjuntura, ao confinador que está planejando o seu segundo giro, destacamos que o "boi de outubro" é agora. No mercado futuro, a referência do contrato de outubro encerrou o pregão de ontem (3/7), com um ágio de R$20,00/@ em relação ao mercado físico - oportuno para um seguro de preço mínimo.
Piora o poder de compra do pecuarista frente ao farelo de algodão
Em São Paulo os preços do farelo de algodão e da arroba do boi gordo caíram. Mas, a queda mais acentuada no preço da arroba piorou o poder de compra do pecuarista.