Ouro atinge novo recorde com apostas em cortes de juros nos EUA e tensão comercial

EdiçãoJulio Alves
Publicado 15.10.2025, 08:15
© Reuters.

Investing.com – Os preços do ouro renovaram o recorde histórico nas negociações asiáticas desta quarta-feira, marcando a terceira sessão seguida de máximas. A valorização reflete o aumento das apostas em cortes nas taxas de juros dos Estados Unidos e o agravamento das tensões comerciais entre EUA e China, o que elevou a procura por ativos de proteção.

Às 07h05 de Brasília, o ouro à vista avançava 1,1%, negociado a US$ 4.208,68 por onça. O metal acumula oito semanas consecutivas de ganhos e segue em trajetória de alta caso o movimento se mantenha.

Sinais do Fed e tensões entre EUA e China sustentam o avanço do metal

O rali ganhou ritmo após declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, vistas como mais brandas pelo mercado. Powell afirmou que a economia americana mostra resiliência maior do que o esperado, mas alertou para a perda de fôlego do mercado de trabalho. Disse ainda que não existe “caminho livre de riscos” para a política monetária e que futuras decisões serão tomadas “reunião a reunião”.

As observações aumentaram as expectativas de cortes de juros pelo Fed em outubro e dezembro, movimento que reduziu os rendimentos dos Treasuries e pressionou o dólar — combinação historicamente favorável para o ouro, que não gera rendimento.

As relações comerciais entre Washington e Pequim voltaram a se deteriorar após o presidente Donald Trump sugerir a suspensão de determinados vínculos comerciais com a China, com foco nas importações de óleo de cozinha, em resposta à redução das compras chinesas de soja americana.

Além disso, os dois países adotaram tarifas portuárias recíprocas sobre empresas de transporte marítimo, ampliando o impasse comercial.

“Ouro e prata estão entre as commodities de melhor desempenho neste ano, com altas superiores a 55% e 80%, respectivamente, apoiadas pela política monetária do Fed, pelas compras de bancos centrais e pelo aumento das tensões geopolíticas, que reforçaram a demanda por ativos de refúgio”, afirmaram analistas do ING em relatório recente.

Metais avançam com dólar enfraquecido; investidores observam dados da China

Outros metais preciosos e industriais também registraram avanço nesta quarta-feira, acompanhando o recuo da moeda americana.

A prata subiu 1,4%, negociada a US$ 52,12 por onça, após alcançar US$ 53,60 na véspera. Os contratos de platina para dezembro tiveram alta de 1,4%, cotados a US$ 1.687,20 por onça.

Na Bolsa de Metais de Londres, os futuros de cobre avançaram 0,7%, a US$ 10.667,50 por tonelada, enquanto nos EUA o metal subia 0,8%, a US$ 5,04 por libra.

Dados divulgados na madrugada mostraram que o índice de preços ao consumidor da China caiu 0,3% em setembro ante o mesmo mês de 2024, após retração de 0,4% em agosto. O índice de preços ao produtor diminuiu 2,3% no ano, após queda de 2,9% no mês anterior.

Os números indicam pressões deflacionárias persistentes na segunda maior economia do mundo, o que aumenta a expectativa de novas medidas de estímulo por parte de Pequim nos próximos meses.

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