Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com
- Consolidação leva a mínimas mais baixas
- Críticos das criptos dizem: “eu avisei”
- Mas apoiadores ideológicos comemoram oportunidade de comprar mais barato
- Obstáculos continuam impedindo avanço da classe de ativos
- Chances favorecem alta
Quando o Bitcoin e Ethereum atingiram novas máximas históricas em 10 de novembro de 2021, o criptomercado se deparou com um divisor de águas. Os dois maiores tokens digitais por capitalização de mercado atingiram o pico e logo em seguida perderam força, com ambos fechando abaixo das mínimas da sessão anterior. O padrão-chave de reversão baixista foi um sinal de alerta técnico.
Em 24 de janeiro, o Bitcoin e Ethereum, líderes com mais de 60% da capitalização do criptomercado, tocaram as mínimas. Seus preços, desde então, consolidaram-se acima das mínimas até 6 de maio, quando formaram fundos mais altos.
O padrão de cunha de máximas menores e mínimas maiores sugeria que as criptomoedas estavam sendo comprimidas feito uma mola, podendo estourar para baixo ou para cima. Em 9 de maio, ocorreu o rompimento do padrão, e a direção foi para baixo. O bear market nas criptos continua intacto após a última mínima inferior.
Quem ainda está chocado com a carnificina nas criptos precisa colocar a ação dos preços em perspectiva. As criptomoedas deram um novo sentido à volatilidade, que deve continuar.
Consolidação leva a mínimas mais baixas
Após recuarem em relação à máxima recorde de 10 de novembro até as mínimas de 24 de janeiro, os preços do Bitcoin e do Ethereum digeriram o movimento e se consolidaram mais perto da mínima do que da máxima do fim de 2021.
Fonte: Barchart
O gráfico acima mostra que o preço do Bitcoin se consolidou entre US$ 33.076,69 e US$ 48.187,21. Em 9 de maio, o preço perdeu o fundo da consolidação, alcançando US$ 25.919,52 em 12 de maio, preço mais baixo para o token digital desde dezembro de 2020.
Fonte: Barchart
O Ethereum, vice-líder entre as criptos, seguiu caminho similar, caindo para US$ 2.163,316 em 24 de janeiro e consolidando-se entre a mínima e US$ 3.579,866 até 11 de maio. O Ethereum perdeu o fundo da consolidação, atingindo US$ 1.721,474 em 12 de maio.
No momento da publicação, em 26 de maio, os preços do Ethereum e do Bitcoin estavam abaixo das mínimas de 24 de janeiro, consolidando-se em uma faixa de preços inferior.
Críticos das criptos dizem: “eu avisei”
Poucos anos atrás, Jamie Dimon, presidente e CEO do banco de investimentos JP Morgan Chase, chamou o Bitcoin de fraude. Em 2022, na assembleia anual da Berkshire Hathaway (NYSE:BRKa), em Omaha, Nebraska, o lendário investidor Warren Buffett disse que o Bitcoin não produz nada. Ele disse ainda:
“Se vocês me dissessem que têm todos os Bitcoins do mundo e os oferecessem a mim por US$ 25, eu não os aceitaria, porque, o que eu faria com eles? Eu teria que vendê-los de volta paras vocês de uma forma ou de outra. Eles não produzem nada”.
No mesmo evento, seu sócio Charlie Munger foi um passo além e afirmou:
“Na minha vida, tento evitar coisas que são estúpidas, malignas e me fazem parecer mal em comparação com os outros – e o Bitcoin faz essas três coisas. Primeiramente, ele é estúpido porque ainda pode cair para zero. É maligno porque mina o sistema do Federal Reserve. E, terceiro, ele me faz parecer tolo em comparação com o líder comunista da China. Ele foi muito inteligente ao banir o Bitcoin do país.”
Diversos investidores de sucesso e líderes bancários rejeitaram as criptomoedas nos últimos anos, encarando sua ascensão como a euforia vista na bolha das tulipas ocorrida na Holanda nos anos 1600.
Mas apoiadores ideológicos comemoram oportunidade de comprar mais barato
Como as criptomoedas representam a evolução da revolução da tecnologia financeira que envolve a blockchain, muitos líderes tecnológicos abraçaram as criptos. Peter Thiel, capitalista de risco e cofundado do PayPal (NASDAQ:PYPL), chamou Warren Buffett de “inimigo número um” do Bitcoin e chamou o lendário investidor de “vovô sociopata de Omaha”. O fundador da Block, Jack Dorsey, o CEO da Tesla (NASDAQ:TSLA), Elon Musk e diversos outros empreendedores e líderes do setor de tecnologia apoiam a classe de ativos, investindo pesado no Bitcoin, Ethereum e outras criptos.
Os apoiadores ideológicos tendem a ser libertários, rejeitando o papel governamental no controle da oferta monetária, devolvendo-o aos indivíduos. Embora os especuladores de curto prazo, pegos na liquidação iniciada em meados de novembro, estejam lambendo suas feridas financeiras, os defensores da classe de ativos estão encarando a atual queda como uma oportunidade de compra.
Obstáculos continuam impedindo avanço da classe de ativos
Nos últimos anos, as criptomoedas conseguiram aumentar sua popularidade. No entanto,seguem enfrentando problemas que impedem seu crescimento. A custódia e a segurança ainda são grandes obstáculos, já que os ataques cibernéticos representam um claro perigo. Coreia do Norte, Rússia, China, Irã e outros países possuem enorme capacidade de realizar ataques, que resultaram em roubos significativos. Além disso, vimos um aumento de crimes, como ransomware, com pagamentos em criptos.
Ao mesmo tempo, o obstáculo mais significativo vem de governos e órgãos reguladores, já que as criptomoedas ameaçam seu controle sobre a oferta monetária. Enquanto autoridades governamentais e agências reguladoras citam os perigos das criptos no submundo da economia global, sua motivação é manter o controle do dinheiro, uma fonte crítica de poder político e econômico.
Chances favorecem alta, mas os riscos são proporcionais aos possíveis ganhos
A euforia especulativa nos últimos anos perdeu força diante da desvalorização das criptos desde novembro de 2021. Quanto mais caírem os preços, mais os detratores vão dizer: “eu avisei”, enquanto os apoiadores vão aproveitar a queda para comprar "pechinchas”. A volta do interesse especulativo só ocorrerá quando houver uma recuperação capaz de fazer os preços subirem acima de níveis técnicos de resistência.
O sentimento é o fator mais significativo em fazer os preços subirem ou caírem em qualquer mercado, e com as criptos não é exceção. A tecnologia blockchain tem ampla aceitação, enquanto as criptos são outra história. Embora quem tenha paciência e tolerância ao risco possa lucrar bastante, apenas invista o capital que você possa perder, já que os riscos são proporcionais aos ganhos potenciais.
A ação dos preços na última década sugere que Bitcoin, Ethereum e muitos dos outros mais de 19.540 tokens encontrarão fundos e sofrerão correções significativas. Desde 2010, comprar durante correções e carnificinas de preço mostrou ser a estratégia correta para quem deseja adicionar criptoativos à carteira e entrar no ciclo certo do mercado.
Nunca devemos nos surpreender com ações de preços explosivas ou implosivas em criptomoedas, pois elas redefiniram completamente o significado de volatilidade.