O Banco do Japão (BoJ, banco central) revisou nesta quinta-feira o prazo para que o país consiga atingir a meta de inflação anualizada de aproximadamente 2% e considera agora que não irá alcançá-la até, pelo menos, meados de 2017, ou até o início de 2018. O BoJ estima agora que, neste ano fiscal, a inflação será de, em média, 0,5% anualizada, contra o 0,8% previsto em janeiro, e que será de 1,7%, ao invés de 1,8%, no exercício seguinte.
A entidade implementa desde 2013 um programa de compra em massa de ativos com o objetivo de encerrar um ciclo deflacionário que afetou o país durante quase duas décadas. Nesse sentido, o BoJ anunciou ao término de sua reunião mensal que, por enquanto, mantém intacto esse pacote de flexibilização e, por isso, seguirá aumentando a base monetária em um ritmo anual de 80 trilhões de ienes (US$ 732,6 bilhões).
A decisão do BoJ de não modificar seus planos fez com que, logo depois do anúncio, o iene registrasse forte valorização frente ao dólar, passando de 111 ienes por dólar para 109 em apenas dez minutos. A apreciação do iene, que prejudica as exportações do Japão, fez com que o índice Nikkei registrasse queda superior a 3% na Bolsa de Valores de Tóquio.
No gráfico diário, os preços se encontram numa zona interessante. Após o rompimento da resistência em 16400, que também culminou com a ruptura da Linha de Tendência de Baixa, a cotação testou a próxima resistência em 17930 e, após a reunião do BoJ, os preços desceram para testar novamente o nível em 16400, desta vez como suporte. Se o ímpeto comprador dos últimos dias aparecer novamente, poderemos ter novas altas até os 17930. Se a queda continuar, atenção para o suporte semanal em 15400, que poderá segurar a cotação.
Por Rodrigo Rebecchi (Equipe Youtrading)