Mercado em 5 meses
A história como farsa
A disparada das ações chinesas por motivo esdrúxulo nos lembra dos riscos de credit crunch.
Nesta quarta, o People's Bank of China divulgou em seu site um discurso do diretor Zhou Xiaochuan citando a ativação de um link direto entre as Bolsas de Shenzhen e Hong Kong.
Em resposta, o Shenzhen Composite subiu +3,3% durante o pregão.
O problema é que o discurso era de cinco meses atrás, e foi republicado por equívoco técnico.
Ninguém lembrava de já ter ouvido as palavras de Zhou.
E ainda não há nada de concreto sobre o tal link.
Estagiário estagirita
Com o mesmo discurso de cinco meses atrás, Levy segue indignado com a pronta ojeriza à CPMF.
Tem dito: “As pessoas na rua talvez nem saibam como funciona o imposto; como podem desgostar mesmo sem conhecer?”.
A cabeça de homo economicus do Levy interpreta que a aceitação de um tributo obedece estritamente a critérios racionais.
Não é o caso.
Ninguém tolera mais impostos, mesmo que sejam impostos desenvolvidos em laboratório pela Nasa, seguindo os padrões mais avançados de eficiência, e cobertos com calda de chocolate suíço.
O homem, enquanto animal político, utiliza a palavra como instrumento para julgar entre o certo e o errado.
Temo não haver tempo hábil, a esta altura do campeonato, para Levy ter lições com Aristóteles.
Discípulos de Tales
Respeitamos as lições aristotélicas, mas preferimos Tales de Mileto.
Lição #1 de Tales: você não precisa (nem conseguirá) antever o futuro para ganhar dinheiro.
Essa é uma abordagem menos arrogante e muito mais efetiva.
Abrimos mão do conhecimento sobre o futuro para focar na assimetria entre perdas & ganhos dada por opcionalidades vantajosas.
Com metodologia aprimorada, nossa Carteira de Opções acertou em cheio seus primeiros dois trades do mês.
Call de Itaú (SA:ITSA4) embolsada com lucro de +47,27%.
Call de BM&F Bovespa embolsada com lucro de +52,78%.
Aproveitamos também para abrir hoje o terceiro trade de novembro, mirando novo ganho de dois dígitos.
Pague mais, receba menos
Antevendo o futuro, um dos principais fundos de pensão da Petrobras (SA:PETR4) está rodando com déficit da ordem de R$ 10 bilhões.
O resultado das aplicações feitas pela Petros ajuda a explicar esse rombo.
Além do investimento infeliz na própria Petrobras, a gestão apostou em empresas como a Sete Brasil, que tem vendido o almoço para comprar a janta.
O déficit terá de ser quitado em duas vias.
Os contribuintes pagarão mais e os pensionistas receberão menos.
Por essas e outras, eu não troco por nada o direito de montar meu próprio plano de aposentadoria.
Nele, Sete Brasil passa longe da porta.
Já BVMF e Cetip têm sido muito bem-vindas.
Matematicamente rebaixado
Valor estampa a manchete de que BR Properties (SA:BRPR3) espera nova alta de escritórios daqui a três anos.
É sábio apostar as fichas em 2018, pois o 3T15 foi difícil.
Segundo publicado no jornal, "a geração de caixa medida pelo ebitda da empresa caiu 161%, para R$ 301,75 milhões”.
Quiz do Enem para os leitores do M5M:
Depois de cair 161%, quanto o ebitda terá que subir para voltar ao patamar original?
Três anos assim seriam trinta, e então trezentos.