Nota de esclarecimento
Em texto recente, o site Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim, nos acusou de sermos financiados para fazer campanha contra Dilma, com a seguinte chamada:
“Anúncio [no O Globo] oferece proteção contra Dilma em página [com coluna do Arnaldo Jabor] que critica Lula”.
O anúncio da Empiricus em questão, de título “Como se Proteger da Dilma” era uma chamada para um relatório que aborda os desdobramentos da corrida eleitoral sobre os mercados, sob as duas óticas: tanto da situação quanto da oposição.
A íntegra do material pode ser verificada aqui: empiricus.com.br/wp-content/uploads/2014/05/Eleições_2014.pdf. A peça era fornecida gratuitamente, bastava o clique; portanto, não custava um esforço jornalístico mínimo para verificar que tratava-se, na verdade, de uma peça técnica a respeito da volatilidade causada no mercado pelas últimas pesquisas eleitorais - e seus desdobramentos.
Ademais, o tal anúncio é criado automaticamente pelo Google AdWords, ferramenta de geração de Leads do Google, também utilizado pelo Conversa Afiada.
Ou seja: não fomos pagos pela Globo, pelo Jabor, ou por qualquer partido político para estar ali. Na verdade, nós pagamos para o Google expor a nossa marca, e ele gera automaticamente a chamada em diversos websites, incluindo o Conversa Afiada (que, sim, ganha dinheiro por este espaço, e curiosamente, também está sujeito à exposição da nossa marca).
Não, não ganhamos dinheiro do Conversa Afiada por isso. Paulo Henrique Amorim é tão culpado quanto Arnaldo Jabor pelo aparecimento de nosso anúncio ali.
Um brinde ao exercício democrático!
Paralelamente, a Empiricus tem novamente sido alvo de militantes partidários, por supostamente fazer campanha. Eu juro que achava que deputado federal tinha coisas mais importantes para fazer...
Hoje em dia, funciona assim: você aponta como os mercados devem reagir a cada um dos cenários eleitorais e, prontamente, aparecem os sentinelas do exército das hienas do Tio Scar acusando-o de terrorista. Santa criatividade.
Como se tivéssemos trazido uma grande novidade ao falar que o mercado financeiro prefere o Aécio ou o Campos à Dilma...
Vou revelar uma coisa muito importante, só entre a gente. Simba, este é o nosso segredinho: a Bolsa sobe quando a oposição ganha espaço nas pesquisas.
Conversa piada (ou, em quem vou votar)
A efetiva novidade do tal relatório oferecido gratuitamente no anúncio traz quais ações especificamente ganham mais no caso de vitória da oposição. Ah, também há ali as ações que subiriam no caso de reeleição da presidenta. Simples e prático assim.
E quanto à crítica do M5M à política monetária, é uma crítica técnica, como economista. Entendo que, de certa forma, o próprio Banco Central reconheceu o erro ao derrubar a Selic para a casa de 7% e depois subi-la tudo de volta, para os atuais 11%.
Sorria, temos os maiores juros reais do mundo. Enquanto discute, poderia estar se aproveitando disto.
O que o mercado pensa
Não que eu siga a manada, mas a posição acima não é exclusividade aqui da Casa: o mercado espera cada vez mais inflação e um crescimento ínfimo da economia brasileira nos próximos anos.
Relatório Focus dessa semana mostrou que os agentes de mercado voltaram a aumentar a projeção para a inflação em 2014, de 6,43% (na semana passada) para 6,47% nesta semana, o que é beeeeeem distante do centro da meta de inflação, de 4,5%.
Interessante que o Top 5 do Relatório Focus aponta 6,58% de inflação para este ano e estratosféricos 6,9% para o ano que vem. Ambas as métricas acima do teto de 6,5% da meta.
E, a propósito, o “top 5” diz respeito aos analistas com melhor nível de acerto em suas projeções.
No que diz respeito à atividade, a mediana das estimativas aponta crescimento de 1,62% este ano e 1,96% para o ano que vem.
Não, crescimento pífio com inflação elevada em um cenário de maior juro real do mundo e recente perda de rating não é um quadro exemplar. Independentemente de quem levar a eleição, precisamos de um ajuste de política monetária e fiscal para já.
Cabeça de ministro
Apesar dos pesares, a Bolsa consegue se sustentar em alta e o dólar tem leve queda nesta segunda-feira - no momento que escrevo.
Órfãos de referências relevantes em meio à ressaca da temporada de resultados doméstica e ao feriado que paralisa os mercados londrino e norte-americano, pendemos para o azul com volume baixo, o que rouba um pouco da credibilidade do movimento.
Ainda assim, lutamos contra a pressão dos bancos, que têm uma semana decisiva no STF. Na quarta-feira, rola o julgamento sobre se as instituições financeiras se beneficiaram inadequadamente (ou não) dos planos econômicos das décadas de 1980 e 1990.
Ainda existe o risco judicial, mas ele é menor do que no imaginário do investidor médio. O que virá da decisão? Prefiro não tentar prever o futuro ou desvendar cabeça de ministro.
Não é esse o ponto - mas sim dançar conforme a música. Na palavra do STF estão depositados os maiores riscos e retornos. Portanto, cabe apenas nos expor favoravelmente a essa volatilidade.
Em reconhecimento ao sucesso das puts (opções de venda) de BBAS3 na carteira da semana passada, que terminou com alta de 29% e pico de 31%, nossa Carteira de Opções desta semana é composta exclusivamente por opções de bancos. Ela está preparada para voar a partir da decisão de quarta-feira, seja qual for o resultado.
O outro lado da moeda
De um lado os bancos pressionam, de outro ações como CSN e MRV afagam. Sobre a siderúrgica, conversamos no PRO. Sobre a incorporadora, de certa forma já falamos no material linkado no primeiro minuto: trata-se de uma das ações que ganham com a Dilma. Sim, nossa moeda tem dois lados.
Assim como os frigoríficos e a fonte inesgotável de recursos do BNDES,
MRV (MRVE3) e Direcional Engenharia (DIRR3) se beneficiam da exposição à incorporação imobiliária voltada para baixa renda, sentimento hoje acirrado diante da expectativa pela apresentação da terceira fase do Minha Casa Minha Vida.
Não sabemos, não torcemos tampouco tentamos prever de qual lado a moeda irá cair. Nesse jogo, não é isso o que importa. Esteja preocupado com onde estão depositados os maiores riscos e retornos. A moeda não precisa necessariamente cair para você ganhar dinheiro de verdade.
A gente se vê.
Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.