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Nubank Pode Valer US$ 100 Bilhões?

Publicado 06.09.2021, 12:41
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Este texto é sobre Nubank, mas poderia ser sobre Banco Inter (SA:BIDI11). Poderia também ser sobre qualquer outra “queridinha”. Nada contra elas em particular. Ao contrário, são empresas espetaculares e merecem todo seu sucesso. A questão é justamente esta: elas são tão boas que passam a ser percebidas como uma coisa extraordinária, quase meio metafísica, sem qualquer tipo de problema, feitas à perfeição, tocadas por forças sobrenaturais.

O mercado inventa suas narrativas e passa a acreditar nas próprias mentiras. Criam-se falsos heróis, que disfarçam (ou tentam disfarçar) sua demagogia envoltos à bandeira do Brasil no exterior. Os paralelos com o herói original sucumbem a qualquer análise crítica. Fica aquela coisa cafona, meio épica e transcendental. Faltaram o gelo seco e as ombreiras. “Só pro meu prazer”, quase posso ouvir o Leoni: “É tudo real, nas minhas mentiras”. Prefiro o Raul: “Eu não sou besta pra tirar onda de herói, sou vacinado, eu sou cowboy”.

Pois aqui estamos discutindo o valuation de US$ 100 bilhões para o Nubank. É bem mais que qualquer outro banco brasileiro. Faz sentido? É possível?

Antes da essência deste texto, uma pequena ressalva. Há, na imprensa, algum exagero nesses US$ 100 bilhões. Ele seria já depois do período de estabilização, no topo do range, assumindo que “as coisas deram certo”, sem, portanto, contemplar o “IPO discount”.

Ainda assim, se ficarmos com US$ 75 bilhões ou mesmo US$ 50 bilhões, já seria algo exorbitante. Como explicar todo esse valor? Como valer bem mais que o Itaú (SA:ITUB4)?

Tenho me debruçado sobre essa questão, à luz do caso Nubank: como pode, de um lado, haver empresas brasileiras tão baratas e, ao mesmo tempo, outras tão caras?

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Divido minha tentativa de resposta em três blocos de premissas.

O primeiro se refere justamente ao asset class, à interpretação sobre a classe de ativos como um todo. Se você pegar o agregado do S&P 500, vai chegar a uma relação de aproximadamente 25 vezes seu Ebitda ajustado. Isso mesmo com empresas lá dentro, tipo GM (NYSE:GM) (SA:GMCO34), que valem 4-5 vezes lucros. Ou seja, há um grupo muito mais caro, de modo a fazer a média convergir a 25 vezes a geração de caixa. 

O mercado bifurcou. Um grupo recebe a leitura de que não há, para ele, qualquer valor terminal. O negócio morre em quatro a cinco anos. Ao mesmo tempo, existe um outro grupo cujo valor está integralmente na perpetuidade — alguns até mais do que isso; cerca de 140% está no valor terminal, porque a empresa destrói valor (queima caixa) até lá. 

Valuations como o do Nubank presumem que esse tipo de dinâmica pode perdurar por bastante tempo. Se é falso ou verdadeiro, teremos de verificar quando e se as taxas de desconto passarem a subir. De todo modo, assumir que esse “value discount” — o enorme desconto atual entre os casos de valor e de crescimento — vai permanecer para sempre parece um argumento um tanto agressivo.

O segundo bloco de premissas diz respeito à dinâmica competitiva. A disrupção não é simplesmente a substituição de um incumbente por outro entrante, capaz de oferecer um produto ou serviço melhor e/ou mais barato. Ela representa a transferência de excedente do produtor para o consumidor, que, a partir de então, fica mais empoderado e valoriza o novo frente ao velho. Portanto, o “disruptor” só pode valer mais do que o anterior incumbente caso ele venha e se apropriar de uma participação de mercado superior ou caso ele venha a oferecer também outros produtos àquele mesmo cliente. É exatamente o caso da Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34), uma dinâmica de “winner takes all” ou “winner takes most” (o vencedor leva tudo, ou pelo menos a maior parte), com aumento da gama de produtos.

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O Nubank valeria mais do que o Itaú porque seria um Neobank, capaz de oferecer várias outras coisas para seu cliente. Também me parece uma assunção agressiva, posto que, na minha visão, a melhor coisa possível para um banco do futuro é ser o Itaú — melhor do que o Itaú já soa bastante improvável, porque a força da dinâmica, bem como a agenda do regulador, é em prol da desconcentração bancária (não da concentração).

Por fim, chegamos ao negócio em si do Nubank. Para se chegar no valuation ventilado, supondo um múltiplo de saída superior a 20 vezes, o pitch dos bancos no IPO passa por assumir a manutenção de uma dinâmica de LTV/CAC (lifetime value, ou seja, quanto o cliente gasta ao longo da vida dele, sobre o quanto se gasta para adquirir um cliente) semelhante à atual, de preservação de uma relação de representatividade de opex em torno de 5% a 10% do Itaú ao longo do tempo e de crescimento de 100% por vários e vários anos. Sob essas premissas (e elas foram as utilizadas no pitch), o modelo cospe o valuation de que estamos falando.

Ocorre, porém, que isso também parece um pouco otimista. Reconheço que o Nubank pode crescer 100% por dois, três, talvez, sendo generoso, quatro anos. Hoje o banco tem basicamente dois produtos: a NuConta e o cartão. Conforme ele aumenta a gama de produtos, a receita vai crescendo naturalmente. Uma vez completado o rol de produtos financeiros tradicionais, a coisa muda de figura. Não vai ser mais a mesma moleza para crescer.

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Também acho agressivo admitir que o CAC não muda conforme a escala — nossa própria experiência empreendedora mostra aumentos importantes no custo de aquisição de cliente marginal; inclusive é uma dinâmica perversa, porque não é uma curva linear, ela passa a assumir uma forma convexa a partir de determinados volumes. Em bom português, depois de uma determinada escala, custa muito trazer um novo cliente.

Para finalizar, manter o opex tão baixo conforme aumenta a complexidade da operação pode também não ser algo simples.

Talvez esse seja apenas um texto cringe, escrito por alguém ainda interessado em métricas tradicionais de valuation sob premissas conservadoras e a tal “margem de segurança”.

Só houve um Ayrton Senna. Ele morreu no Dia do Trabalho, em 1º de maio de 1994. Foi meu último herói. 

Mentiras sinceras não me interessam.

Últimos comentários

Pq nao colocou o btg na análise?
Quem dá o preço é o comprador! Eu não compro, de jeito nenhum, Nubank nesse preço! Mas tem louco pra tudo . . .
Boa
Excelente artigo! Penso que existe uma excessiva e muitas vezes irracional expectativa do mercado.
Desconsidere todo o texto nu bank é um unicornio algo lendario que nao existe preço justo o valor e sempre de quem a posse 😹
pura especulação
É o oba-oba do mercado financeiro no Brasil...
A resposta, a meu ver se resume em uma só palavra: EFICIÊNCIA: fazer mais ou ter mais retorno com menos.O conceito de banco como como conhecemos vai deixar de existir nos próximos 5 ou 10 anos.Para os Salles, banco ( e toda estrutura necessária) ocupa uma terceira posição num roll de operações.Segundo lugar eles focam em exposições e artes: negociações de obras que fazem uso de NFT's ( quadros com Tokens Não Fungíveis) garantindo a autoria de determinada obra.Primeiro lugar no roll bem a CBMM: Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (sede em Araxá).A Companhia é de capital fechado e é detentora de 70% da tecnologia e capacidade de extração e tratamento de Niobio no mundo.Pesquisem o quanto toda holding Itaú lucrou nos últimos dois anos e a CBMM e terão a resposta.
E o lucro do Nubank??? Como a empresa tem um valor tão grande de mercado sem ter "validado" sua operação?
Felipe Miranda, esse ai é o cara, ninguem sabe mais que ele, até paga do proprio bolso pra chamar cliente.... é um SILVIO...
Felipe Miranda, esse ai é o cara, ninguem sabe mais que ele, até paga do proprio bolso pra chamar cliente.... é um SILVIO...
como sempre...escrevendo belos argumentos...as nem na China Nubank valeria mais que Itaú.....quero ver quando o Itaú também...domesticar o banco digital...e virar banco Iti...quanto será que Itaú irá valer....fica a expectativa.
nossa !!! eu não tenho nada a reclamar. outra coisa saem dos cartões de créditos de qualquer banco. isso vira uma bola de neve Depois.
Os anos passam e o surgimento de bolhas econômicas são apenas mascarados por operações diferentes, basicamente se fazendo acreditar por promessas de inovações e ludibriando a imaginação da maioria dos investidores... pobres investidores, que são atraídos por promessas de retorno sem uma mínima garantia, seja ela patrimonial ou financeira... é o penso, porém é apenas o meu pensamento!
Empresa baseada em expectativa de retorno, que sempre operou no prejuízo e que os seus clientes custam mais caro que qualquer outro banco. Baseado que não é um banco, e sim uma fintech. Baseado que chegou na intenção de revolucionar o mercado financeiro, o que não vejo muita diferença do Nubank para o Santander no celular. Baseado que a promessa de crédito e acessibilidade seria mais fácil, tendo em vista que nunca atendeu aos meus requisitos como cliente, pois em todos os "bancões", consegui cartões com bons limites e disponho de crédito, e no Nubank não consegui nada, mesmo tendo um bom histórico e renda comprovada por holerite, imposto de renda e extrato bancário da instituição e de outros bancos. Uma fintech disfarçada de banco, que não passa nenhum diferencial extraordinário, com poucas funções e 0 diferencial. Acredito que está sendo supervalorizado, e o tempo poderá nos dizer o seu retorno baseado em ROIC e dividendos, pois valorização do papel não passa de mera especulação.
baseando que a mesma esteja valorizado em 100 bilhões de dólares, 518 bilhões de reais, ela deve ao menos lucrar 30 bilhões ao ano para pagar o investimento. Ao longo prazo, o investidor quer ver retorno sobre o capital investido. Está sendo supervalorizada, pois tem muita expectativa em torno dela.
 Pra empresa consolidada já no mercado onde a captação e o numero de clientes é estagnado, o que resta é aquisação de novas empresas como as fintechs onde foi a maior migração nos ultimos tempos de colaboradores, então por um lado ignora a concorrência e gasta muito dinheiro, por outro trás lucro a longo prazo com nova clientela.
Podemos fazer uma comparação rapida entre duas Fintechs brasileiras, uma buscando mercado e outra buscando ser vendida, Um é o banco inter que mira ser big tech daqui uns anos e com margem pra isso, já que ultima apresentação de resultados deles grande parte do lucro, embora foi pouco em relação ao valuation da empresas, foi de vendas em marketplace e no store e fez aquisição recentes até de fintech americana, por outro lado, a gente vê nubank onde só oferece serviços bancarios e oferece crédito fácil, apenas para captar cliente. Então é só fazer leitura até mesmo de produto e serviços que a gente vê a função de cada uma.
Eu tenho conta no bradesco e no nubank, acho bem melhor a do nubank, e por isso que o banco ta cotado ninguem quer abrir conta no itau ou bradesco, bb caixa, bem mias facil e vantajoso no nubank!
tenta conseguir mais de 3000 de crédito no cartão
 meu limete no nubnak é de 3.200 reais e olha que não uso!
mas tenta mais que isso
Similar ao golpe dos bitcoibs aoenas feito com a estrutura sofisticada do mercado e dentro das regras do jogo . A diferenca entre os 2? Um legal o outro ilegal
Empresa que nao da lucro pra mim nao vale 1 centvo ! So vive de expectativa.
Não concordo, nem discordo, muito menos pelo contrário
Só sei de uma coisa. O nubank vai roubar todos os clientes menores do BB, Caixa, Itau e bradesco. E é isso q qm ta investindo ta apostando.
o perfil do cliente do BB e outros citados tem pouco a ver com os novos clientes do Nubank. A pulverização é que faz a diferença.Assim penso eu. Não pretendo sair do BB e ir para o Nubank.
Não existe almoço grátis, mas o Nubank aparenta ser mais uma lata de sardinha podre, serve apenas para especular!!
Vish. Só baba ovo de banqueiro rico. Em um ano meu limite no nubank subiu 1000%. Enquanto no bb, demoraram tanto. E antes q vcs falem me***, nao, eu nao atraso o pagamento. Enquanto isso meu dinheiro rende mais q a porca*** da poupancas deles. Fora investimentos q faco na bolsa. Esse é o tipo de clientes q eles tem, bando de prisioneiros dos consorcio e financiamentos.
voce podia usar a sua inteligencia para o bem, nao para enganar e iludir....ja ganhou muito dinheiro....
Vale desde quando você quer fazer uma IPO da empresa na Bolsa ai monte de sardinha compra depois ver a empresa derreter Igual MOSAICO entre outras
e a empirucus vale ou valia quanto?kkkkkkkkkkkkkSó as outras empresas não vale, mas a deles kkkkk
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK.................DEPOIS QUEREM DISCUTIR POR QUE ESTAO FALANDO EM GRANDE RESET......PQPPPPPPPPPPPPPPPPPPP
Poder, pode. É só começar a dar lucro
gerar lucro, lucro tem que ser maior que dos bancos atuais, número de contas ativas ser colossal, emprestar e receber muito grana....
Cara, meus parabéns! As informações são úteis - tenho uma visão parecida, inclusive - mas as referências são extraordinárias!
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