Os Erros do Bacen
IPC-A de maio (0,31 por cento) veio bem abaixo das expectativas do mercado e do Bacen (0,42 por cento). Nos últimos 12 meses, índice da inflação ficou em 3,6 por cento, menor nível em 10 anos e significativamente abaixo da meta de 4,5 por cento.
Com a ajuda do Luiz (que sempre contribui com dados para a elaboração do M5M), preparei uns gráficos pra ilustrar a situação.
IPC-A efetivo x Projeções do mercado e do Banco Central:
Fontes: Empiricus Research, IBGE e Bacen.
Curioso que o Bacen tem superestimado os números consistentemente, o que indica que o modelo tem algum problema e, pior, o ritmo de corte de juros poderia ter sido bem mais agressivo do que foi até agora.
Fontes: Empiricus Research, IBGE e Bacen.
Isso sem contar o IGP-M (a inflação “do aluguel”), que teve a primeira prévia de junho em -0,51 por cento e, no acumulado do ano, está em -1,3 por cento (1,6 por cento nos últimos 12 meses).
Tenho que reconhecer que, diante dos fatos, nada justifica a sinalização da ata do Copom em reduzir o corte de juros na próxima reunião.
A economia está lutando para pegar no tranco, há uma massa de 14 milhões de desempregados, o dólar, mesmo com toda a turbulência política, está relativamente comportado e, lá fora, o ambiente é de juros nas mínimas sem previsão para grandes aumentos no curto prazo.
Olhando para os dados correntes de inflação e Selic, juros reais no Brasil são de 6,7 por cento e, mesmo que a Selic vá para 8,5 por cento no fim do ano, estamos falando de juros reais na casa de 5 por cento – é verdade que o curso da dívida interna é explosiva caso as reformas não sejam aprovadas, mas, no momento atual, nada justifica o nível dos juros observados por aqui.
Não à toa, curva de juros vai fechando e mercado começa a apostar com mais força em um corte de 100 bps na próxima reunião, em 26 de julho.
Como bem diria a Marília: #CoragemBC.
Lei x Justiça
Coragem é o que não tem faltado para a maioria dos Ministros no TSE para desafiar a lógica, as evidências, as provas e a argumentação do relator do processo, Herman Benjamin.
Tudo indica que a chapa Dilma-Temer, a dupla unida pelo hífen, vai escapar de uma condenação e Temer pode começar a pensar em como resistir ao ataque do MPF e da PGR que deve se seguir nos próximos dias.
O descarte de provas e depoimentos, com a desculpa o argumento de que a delação da Odebrecht foge ao escopo da peça inicial me parece um tanto descabido. O TSE está se mostrando absolutamente alheio aos fatos mais do que notórios de que as eleições em 2014 foram vencidas de forma irregular – é o avestruz que esconde a cabeça na areia e pensa que está tudo certo.
Essa constatação foge a qualquer partidarismo ou simpatia a esse ou aquele partido e/ou político – não é possível que a Justiça Eleitoral seja conivente com o rio de propina e caixa 2 que inundou a chapa vitoriosa em 2014.
“Há que se pensar na estabilidade política”.
Não!
Há que se pensar no respeito à democracia.
Mesmo que as delações e depoimentos fugissem ao escopo da peça inicial, me pergunto: o dever de juízes é fazer com que se cumpra a Lei ou zelar pela Justiça?
Faça o Seu!
Se estamos nas mãos dos políticos para aprovação das Reformas e se a Justiça pouco faz para que eles se comportem, cabe a você cuidar do seu próprio futuro.
Mais do que isso: se as Reforma da Previdência for aprovada, vai demorar mais pra que você possa ter um benefício menor. Se ela não for aprovada, quando chegar a sua vez, o dinheiro terá acabado.
Quem sabe bem disso é a Luciana, que escolheu os melhores fundos pra você garantir sua aposentadoria – é a SuperPrevidência. Eu, que sou bobo, mas nem tanto, já garanti a minha.
Se fosse você, olharia correndo isso aqui!
Bloody Mess
Como as pesquisas apontavam, a cartada de Theresa May pra ampliar o apoio no Parlamento saiu pela culatra – ao invés de ampliar a maioria, o Partido Conservador perdeu 12 assentos e o Partido dos Trabalhadores, ganhou 31.
Com o Parlamento dividido, May terá que pedir apoio do partido Democrata da Irlanda do Norte para conseguir governabilidade e o candidato dos Trabalhadores já apareceu na TV pedindo a renúncia da Primeira-Ministra, que não é unanimidade mesmo entre seus colegas de partido.
Fontes: Empiricus Research e Bloomberg.
Por enquanto, os efeitos devem ficar restritos à economia Britânica: a Libra perde valor e as discussões sobre o Brexit só devem recomeçar quando houver a formação de um governo no UK.
Na prática, o resultado das eleições não muda muita coisa, com uma balança comercial deficitária, a pressão sobre a Libra já era grande e a dinâmica de médio prazo era de uma desvalorização.
No que diz respeito ao Brexit, o poder de barganha continua do lado da União Europeia – não há muitos incentivos para ser muito “malvada” com o Reino Unido porque não convém aleijar a segunda maior economia da Europa. Por outro lado, também não pode ser muito “boazinha”, para evitar que abandonar a UE vire moda no Velho Mundo.
E pra você, o que muda?
Por enquanto, aquela sua viagem pra Londres ficou mais barata.
Como o depoimento do ex-diretor do FBI foi inconclusivo – Comey não fez nenhuma menção a tentativas de obstrução de justiça do Topete – mercados respiram aliviados – Trump pode concentrar seus esforços em aprovar medidas econômicas expansionistas.
Tudo verde nas Bolsas pelo mundo.
Numerologia